Fighting for Love (Vondy)

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DULCE MARIA 📜

Por um segundo todo aquele encanto que eu sentia por ele havia voltado ainda com mais força, parecia que nunca tínhamos nos separado e ele jamais havia me ofendido como fez de outras vezes. Mas o encanto acabou assim que me dei conta da realidade, ele estava diferente e tinha algo que eu não sabia dizer o que era.

— Não acredita em mim? — ele perguntou depois que me viu ficar em silêncio.

— Sinceramente? Não. — cruzei os braços.

— Eu só apareci nessa festa por sua causa e espero que você aceite conversar comigo.

— Por que eu aceitaria? Tudo que você faz quando quer conversar é me ofender.

— Dessa vez é diferente, podemos ir lá fora? — eu assenti pois não queria que as pessoas em volta acabassem ouvindo alguma coisa.

Caminhei com ele até o lado de fora onde não tinha quase ninguém em volta, boa parte estava lá dentro. Cruzei os braços e o encarei novamente.

— Estou esperando o que você tem de tão importante pra me dizer, se começar com as ofensas eu te deixo falando sozinho.

— Minha irmã contou que vocês duas se aproximaram novamente e fico feliz porque antigamente vocês eram como unha e carne.

— Eu sei disso, pode ser mais direto? — o pequeno sorriso que tinha em seu rosto se desfez devido a minha ignorância e ele ficou sério.

— Fiquei alguns dias fora, uma viagem de última hora pra tentar colocar a minha cabeça no lugar e tudo que eu fiz nesses dias foi pensar em você. Sei que agi como um idiota e te magoei muito, mas esse assunto é sensível pra mim.

— Pra mim também, ainda mais porque fui eu que tomei tal atitude. Só que você nunca me deixou explicar como foram as coisas, sempre me culpou por ter te deixado aqui sem notícias.

— Eu sei, durante esse tempo pensei muito a respeito de tudo e de como eu não conseguia ser verdadeiro te dizendo como me senti.

— Tudo que eu queria era que você tentasse me entender, porque o que eu fiz foi apenas por te amar tanto. — meus olhos lacrimejaram.

— E eu fui muito egoísta ao ponto de não querer ouvir os seus motivos, fiquei com medo de dizer como me senti e você ir embora de novo. — ele engoliu em seco com a voz trêmula.

— Foi por isso que não quis me ouvir? — perguntei e ele assentiu com a cabeça baixa.

— Achei que tinha te superado quando depois de um tempo não tive mais notícias, só que quando você voltou tudo virou uma bagunça dentro de mim.

— Você poderia ter me dito, pra mim não foi nada fácil ir na sua casa pra tentar falar com você depois de tanto tempo.

— Desculpa, mas eu não tive coragem de me mostrar da forma como estava.

— Uma pena que isso tirou a sua humildade. Tem noção do quanto você já me ofendeu, Christopher? — eu estava quase chorando.

— Por favor, me perdoe. Eu não sei o que deu em mim que resolveu te tratar daquela maneira.

— Não sei se consigo te perdoar, você não fez isso por mim. Me machucou muito ouvir aquelas palavras da sua boca, eu te amava tanto.

— Não ama mais? — era nítido que ele também estava segurando o choro.

— Isso já não importa, não é? Você conseguiu estragar a vontade que eu tinha de ficar com você novamente. — eu simplesmente desabei depois dessa frase.

Eu chorei na frente dele como uma criança, pois o peso daquela frase estava ecoando em minha mente e senti uma dor imensa no meu coração. Nunca havia dito isso em voz alta para ninguém, nem para mim mesma e naquele momento eu senti o quanto doeu ter dito aquilo, mas era verdade.

— Por favor, não me diz isso. — ele estava com a voz embargada.

Ele colocou a mão em meu ombro e usou a outra para levantar meu rosto em direção ao dele, carinhosamente a levou em direção aos meus cabelos e cuidadosamente tirou uma mecha que estava em meu rosto presa a uma das lágrimas. Fechei os olhos quando senti sua pele encostar a minha e mais lágrimas caíram, eu não conseguia me conter diante dele e o choro só foi aumentando. Rapidamente enxuguei meu rosto e o olhei seriamente, eu precisava ter coragem para falar.

— Acho que não temos mais nada para conversar. — mirei o chão.

— O que? Não! Eu preciso de outra explicação, de mais uma chance de te ouvir. — ele estava com o rosto coberto de lágrimas, assim como eu.

— Você acha que me convence com essa sua mudança repentina? Eu não quero mais falar sobre esse assunto, já me humilhei demais.

— Dulce, eu sei que te tratei mal. Mas você não precisa fazer isso comigo agora. — ele se aproximou novamente, mas eu me afastei.

— Tudo isso que eu disse é pouco comparado ao que você já me falou. Lembra do que você disse em Los Angeles? Caso tenha esquecido, eu te lembro. — fiz menção de falar e ele me interrompeu.

— Não precisa, eu nunca vou esquecer como te tratei em todas aquelas vezes.

— Que ótimo, você merece viver com isso! Todos os dias eu tento deixar tudo isso pra trás, mas as palavras que você disse ainda continuam na minha cabeça quando eu deito ela no travesseiro.

— Eu não queria ter te tratado daquela forma, falo sério quando digo isso.

— Você não queria, mas tratou! E agora não adianta mais pedir desculpas, tudo acabou e não tem mais chance de se salvar. — me virei de costas e acabei chorando novamente.

— Está dizendo isso porque está com raiva, você não quer me afastar e eu sinto isso na sua fala.

— Você não sabe como eu me sinto, nunca vai saber como foi ter sido menosprezada por você! — me virei novamente de frente para ele.

— Isso eu realmente não sei, mas eu sei que me sinto muito mal por tudo que aconteceu.

— Christopher, vai embora! Você conseguiu destruir a minha noite também, porque eu estou tão triste que quero simplesmente ir embora. Mas as pessoas que estão aqui são importantes pra mim, meus colegas de trabalho e principalmente os meus pais que vieram por minha causa.

— Então é isso? Você vai me mandar embora porque não quer me ouvir, prefere acreditar que tudo está perdido.

— Não só estou acreditando como também estou vendo, não temos mais chance. Eu e você acabou!

Aquilo dito por mim foi o suficiente para fazer ele ficar em silêncio, seu rosto estava encharcado de lágrimas e tudo que ele fez foi me olhar até decidir ir embora. Meu peito doía tanto que eu não consegui sair de onde estava, continuei em pé olhando para ele também e chorando.