Fighting for Love (Vondy)

28

DULCE MARIA 📜

Depois do que aconteceu com Christopher, peguei o elevador em direção ao andar de baixo e rapidamente deixei as coisas na sala de Maite. Fiz o possível e me isolei de todos, eu estava tão triste com o que havia acabado de acontecer.

— Dulce? — era a voz de Téo.

— Tô aqui. — falei direto do chão onde eu estava sentada.

— O que houve? Nem te vi descer lá de cima, horário de almoço e você tá aqui sozinha. — fechou a porta e sentou-se ao meu lado.

— Aconteceu uma situação bem chata lá em cima, eu estou triste.

— Você sabe que pode contar comigo pro que precisar, fiquei preocupado pois sabia que o Christopher estava lá também.

Eu não queria falar sobre o assunto naquele momento, mas devido a tantas vezes em que Téo me ajudou resolvi contar tudo de uma vez.

— Sinto muito que tenha acontecido isso, aquele cara é um imbecil.

— Cada vez que eu me encontro com ele tenho mais certeza disso.

— Mas você ainda gosta dele, né? — olhou para mim e eu baixei a cabeça. — Você não precisa responder se não quiser. — ele disse em seguida.

— Acontece que eu não entendo como ainda tenho sentimentos se tudo que ele faz quando me encontra, é me tratar mal.

— Seu coração é bom demais, Dulce.

— Nós temos uma história, eu não poderia apagá-lo de vez da minha nem se quisesse.

E foi então que percebi que Téo pareceu incomodado com a minha fala.

— Às vezes até mesmo as pessoas com quem compartilhamos momentos bons na nossa vida, são capazes de nos magoar e temos todo direito de querer manter distância. — ele disse após um curto momento de silêncio.

— Eu disse alguma coisa errada? — perguntei e ele me olhou com estranheza.

— Por que?

— Depois do que eu disse você ficou estranho, não adianta dizer que é mentira.

— É que eu gosto de você e não acho justo que esse cara te faça sofrer dessa maneira, mesmo quando você fez o possível para ter o perdão dele.

— Me parece que não foi só isso, mas você tem razão.

— Dulce, eu realmente gosto de você. Acho que até mais do que eu deveria, me envergonho por dizer.

— Por que teria vergonha? Somos amigos.

— Justamente por isso, você me vê apenas como um amigo e eu te enxergo de forma diferente.

— Tá dizendo que gosta de mim pra valer? — o olhei e ele assentiu levemente.

— Gosto tanto que não suporto que alguém te trate tão mal, quando tem a oportunidade de te perdoar e seguir em frente com você presente na vida dessa pessoa.

— Eu não sabia que você pensava assim, obrigada por estar sendo sincero comigo.

— O problema é que eu sei que você não se sente da mesma forma, não queria admitir até que talvez tivesse certeza do contrário.

— Eu realmente só te via como um amigo, mas eu gosto de você. O jeito como me apoia e está sempre ao meu lado, não me importaria de tentar.

— Tentar? Como assim? — me encarou.

— Estou dizendo que eu quero te dar uma chance.

— Você não sente o mesmo por mim, isso seria ficar comigo apenas por pena.

— Não! É aí que você se engana, eu jamais ficaria com alguém por pena.

— Então? Isso nunca passou pela sua cabeça antes e eu não pretendia dizer nada até agora.

— Téo, eu não aguento mais ficar sofrendo pelo o Christopher pois existe uma grande probabilidade dele não me perdoar nunca. Você foi quem mais me acolheu durante essa fase horrível da minha vida, eu quero tentar com você porque sinto que pode ser algo bonito.

— Mesmo sem gostar de mim na mesma intensidade?

— Admito que você é um gatinho e uma ótima pessoa também, por exemplo, eu não me importaria de te beijar agora.

Ele me olhou com um curto sorriso em seus lábios e eu me aproximei o beijando no mesmo instante, automaticamente sua mão tocou o meu rosto e me guiou ganhando intensidade. Eu fui sincera em dizer que quero tentar com ele, não dá mais pra viver esperando pelo o passado quando eu tenho a oportunidade de recomeçar com alguém que é tão bom comigo.

Acho que seria uma idiota se não desse uma chance para o Téo e devo admitir que ele me atrai, pode não ser um relacionamento em que o casal e perdidamente apaixonado um pelo o outro, mas pode ser o começo de algo assim. Se eu não sentisse nada, não daria essa chance pois sei que com o coração de ninguém não se brinca.

Paramos o beijo lentamente e devo admitir que foi muito bom, ele sorriu para mim indicando que aquilo significou algo e eu fiz o mesmo em seguida.

— Isso foi incrível. — ele disse finalmente.

— Sim, eu gostei muito. — sorri para ele.

— Então, estamos começando? — perguntou.

— Claro, vamos ver no que vai dar. — pisquei.

Demos outro beijo e então Anahi apareceu novamente nos pegando de surpresa.

— Sabe bater? — perguntei assim que a vi.

— Desculpa, mas eu achei que estava sozinha.

— Eu vou indo, fiquei de pegar meu almoço. Te vejo depois? — eu assenti e ele fez menção de ir.

— Espera. — fiquei de pé e o beijei.

— Vou indo. — sorriu e foi embora.

— Ok, que novidade é essa? — disse Anahi com uma certa empolgação acompanhada de surpresa.

— Assim como foi a minha, assim que vi você ficando com o melhor amigo do Christopher.

— É exatamente sobre isso que eu vim aqui, pra gente conversar.

— Estou ouvindo. — cruzei os braços.

— Eu fiquei com o melhor amigo daquele imbecil, mas eu não sabia. Achei que ele fosse empresário dele, conversamos e ficamos em uma das salas aqui.

— Confesso que eu também não sabia da existência desse amigo, mas como ele disse se conheceram na faculdade.

— Sim, mas mesmo assim eu não quero deixar de ficar com ele. O homem é um gostoso e completamente o oposto daquele mané.

— Isso ficou claro mais cedo, é uma escolha sua se vai continuar ficando com ele.

— Pra você tá tudo bem?

— Eu não tenho que dizer com quem você fica, se ele te trata bem e gosta de você. Nada mais importa, sem problema nenhum.

— Falando em tratar bem e gostar de você,o que tava rolando com o Téo aqui?

— Vou te contar tudinho. — sorrimos juntas.

Dessa vez tudo indica que será um novo recomeço na minha vida, pretendo deixar tudo que aconteceu anteriormente para trás.