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CHRISTOPHER UCKERMANN 📜

Estávamos deitados em minha cama pós sexo e logo me lembrei do que eu precisava falar, não queria ter que estragar o momento entrando em um assunto que há muito tempo não falo sobre.

— Pensando seriamente em ficar aqui com você até amanhã. — ela disse virando a cabeça em minha direção e sorrindo.

— Eu não iria reclamar. — falei um pouco sério.

— Aconteceu alguma coisa? — ela disse me olhando e eu me levantei da cama vestindo um roupão logo em seguida.

— Tenho uma coisa pra te falar, mas não sei bem como começar a dizer. — fiquei de pé indo até à varanda.

— Christopher, você está me assustando. — sentou-se sobre a cama.

— Você se lembra da Dulce? — engoli em seco porque novamente estava tendo que tocar no nome dela.

— Aquela sua ex namorada? Você falou comigo sobre ela quando ainda estávamos na faculdade.

— Isso! — coloquei a mão na boca pensando quais seriam minhas próximas palavras.

— O que tem ela? — me olhou confusa.

— Meu amigo Christian me fez uma pergunta a respeito dela que me deixou pensativo.

— Que pergunta? — ela estava sendo paciente demais.

— Se por acaso a Dulce voltasse e quisesse vir me procurar.

— E daí? Você tem medo que isso possa acontecer? — mirei o chão sem resposta.

Miranda ficou de pé, vestiu um roupão e veio até mim. Colocou uma de suas mãos sobre meu ombro e guiou meu rosto na direção do dela.

— Christopher, você tem medo que ela volte?

— Eu não sei. — fechei os olhos rapidamente.

— Não estou entendendo aonde você quer chegar, seu amigo cita sua ex namorada e você fica desse jeito? — cruzou os braços.

— Falar ou pensar nela ainda me afeta de certa forma. — eu disse de uma vez por todas.

Miranda ficou em silêncio por alguns segundos, parecia não acreditar no que acabou de ouvir e precisava processar uma resposta para isso.

— Quer dizer que você ainda sente algo por ela? — perguntou com tom de voz sério.

— Sinceramente, não sei te dizer.

— Como não sabe? Sinceramente, essa sua resposta não me convenceu. — ela parecia ainda mais séria.

— É tão estranho pensar na possibilidade dela voltar e vir me procurar. Tipo, por que ela viria?

— Não acredito que um simples comentário tenha te deixado tão preocupado. E ainda acha que ela não teria motivos para aparecer?

— Falo a verdade quando digo que não sei como te explicar, achei que depois desse tempo todo nada sobre ela poderia me afetar novamente.

— Está claro que ainda te afeta. — ela entrou e foi em direção a cama onde suas roupas estavam espalhadas pelo chão junto com as minhas.

— Aonde você vai? — fui atrás dela logo em seguida.

— Pra casa. — começou a se vestir.

— Você disse que estava pensando em ficar comigo até amanhã.

— Isso foi antes de você querer ter essa conversa e não conseguir me explicar direito.

— Miranda, realmente eu não sei como falar.

— Não precisa, com isso você deixou claro que falar dela ainda mexe com você.

— Pelo amor de Deus! Não é isso. — tentei evitar que ela fosse embora, mas não teve jeito.

— Desculpa, mas eu não posso continuar aqui depois de ouvir tudo isso e você tentar me convencer do contrário. — abriu a porta e saiu.

A chamei algumas vezes depois que saiu, mas ela obviamente não me deu ouvidos.

— Merda! — gritei.

Como pude ser tão idiota? Não consegui explicar nada e ela foi embora sem pensar duas vezes, talvez queira até terminar comigo depois disso.

Peguei meu celular e liguei pra ela no máximo quatro vezes e em todas dava desligado. Não acredito que deixei um simples comentário do Christian me afetar tanto, eu realmente achei que ela viria em algum momento? Que mesmo após todos esses anos me procuraria? Idiota!

E eu nem sei se quero isso, muito tempo se passou desde aquela época e eu mudei tanto. Fui capaz de fazer uma coisa que achei que não poderia, dei uma nova chance para o amor e agora parece que estraguei tudo.

Eu só queria ser sincero, mas não pensei muito antes de falar com ela e acabei dando a entender que ainda me sinto como antes. Se me sentisse, não seria capaz de ter dado uma nova chance.

Sentindo muita raiva neste momento, pois fui um completo idiota e em questão de segundos parece que o tempo não passou. Estou parado em uma mesma dúvida e sem saber o que fazer.

— Christopher? — minha mãe disse do lado de fora da porta.

— Oi? — falei baixo.

— Posso entrar?

— Pode. — sentei-me na minha cama.

Minha mãe estava com o rosto estranho, parecia ter visto um fantasma e me olhava como se estivesse pedindo socorro.

— Aconteceu alguma coisa, mãe?

— Você tem visita, tem alguém lá embaixo querendo te ver. — ela disse séria, era possível ver o nervosismo estampado em seu rosto.

— Deve ser a Miranda, acabamos nos desentendendo e ela foi embora furiosa. — fiquei de pé e fui até o closet.

— Bom, quando terminar de se vestir você desce. — ela saiu e fechou a porta.

Não entendi a reação de minha mãe, ela não me disse quem era e eu suspeito que seja a Miranda. Me vesti rapidamente e desci as escadas ansioso por saber de quem se tratava, a visita estava acompanhada de minha mãe.

— Já se passaram alguns anos, tudo está diferente. — minha mãe dizia a ela.

E quando fui me aproximando para ver quem era, não consegui mais dar nenhum passo e tive uma grande surpresa e minha mãe mais ainda quando me viu.

— Dulce? — eu disse confuso e ela assentiu.

— Ela veio te ver, filho. — minha mãe disse séria.

— Oi, Christopher. — ela disse e eu tremi quando ouvi sua voz doce pronunciar meu nome.

Puta merda!

Fighting for Love (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora