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DULCE MARIA 📜

Aquela foi a primeira de muitas das visitas que eu fiz pra ele conforme os dias iam se passando, cada vez mais com a esperança de vê-lo acordar em qualquer um desses momentos. Um mês se passou de forma muito rápida, tive que voltar ao trabalho depois das férias de fim de ano, o que não foi fácil porque eu só conseguia pensar nele o tempo todo. Então lá estava eu tendo que encarar o primeiro dia pós ano novo e mais um mês inteiro sem fazer absolutamente nada relacionado ao trabalho, tentando me manter concentrada e foi então que quando cheguei vi Téo e Kristen se beijando apaixonadamente. Eu não queria interromper e decidi subir diretamente para a sala, mas ela parou o beijo exatamente no momento em que eu ia passando e ele logo me viu.

— Oi, Dulce. — ele disse um pouco envergonhado.

— Oi, Téo. Tudo bem? — perguntei e ele assentiu.

— Vou deixar vocês conversando. — disse Kristen dando um selinho nele, me cumprimentou e logo foi em direção ao elevador.

— Eu tô bem e como você tá? — ele perguntou, mas já parecia saber da resposta.

— Acho que você não vai querer saber.

— Não, eu quero. Ainda somos amigos, não é?

— Sim, inclusive eu ia te procurar na festa de ano novo pra falar sobre isso… Mas aconteceu uma coisa. — mirei o chão.

— Pelo o visto não foi nada bom, quero muito conversar com você sobre isso mesmo. Tudo bem se a gente deixar isso pro almoço?

— Claro, te encontro no restaurante aqui perto.

— Ótimo! Eu vou subindo, quer ir?

— Não, vou ficar esperando a Anahi chegar. — sorri e ele assentiu indo embora.

O fato dele ter agido como o bom e velho Téo, mostra que ele não ficou com raiva de mim por tudo que aconteceu e isso me deixa tão aliviada. Anahi chegou em um carro com Alfonso, deu um beijo nele e assim que viu veio rapidamente.

— Oi, Dul! — me abraçou.

— Oi, amiga. — fechei os olhos sentindo o seu abraço aconchegante e logo depois nos afastamos.

— Você estava me esperando? — perguntou.

— Sim, vamos. — peguei sua mão e juntas caminhamos até o elevador em direção ao andar.

— Eu encontrei com o Téo lá embaixo, parece que tá rolando alguma coisa entre ele e a Kristen. — falei assim que entramos.

— Sério? Então o cara te superou mesmo.

— Para! A gente marcou de se encontrar na hora do almoço pra conversar, ele notou que eu não tô muito legal e a gente tá precisando mesmo conversar sobre o que aconteceu.

— Isso é ótimo, mas você acha que vai ser tranquilo pra Kristen? Tipo se eles estiverem namorando.

— Não sei, mas ela parece ser super de boa com essas coisas. A gente só vai conversar e não namorar! — rimos.

A manhã foi super agitada, muita coisa pra organizar e planejar por ser o retorno da revista depois de um mês. Quando deu a hora do almoço peguei minhas coisas e mandei uma mensagem para Téo perguntando se o encontro estava de pé, ele respondeu que sim e então peguei o elevador e decidi ir sozinha ao restaurante. Ele chegou cinco minutos depois.

— Oi! Teve problema pra Kristen, você vir?

— Não! Eu expliquei e ela me disse que já tinha combinado de almoçar com as meninas. — sentou-se à minha frente na mesa.

— Ótimo, que bom então.

— Então, vai me contar o que aconteceu?

— Antes, eu quero falar sobre a gente.

— Claro, vamos pedir o almoço antes e continuamos a conversa. — eu assenti e foi exatamente o que fizemos depois.

— Primeiramente quero me desculpar pela maneira como agi com você, não quero que aquelas atitudes estraguem qualquer relação que possamos ter nesse momento.

— Dulce, a gente já conversou sobre isso e eu te disse que jamais poderia ficar com raiva de você. Claro, isso ficou no passado e eu espero muito que você queira ser minha amiga.

— Quero sim, desde que você continue do meu lado. — sorri.

— Ah e só pra te dizer, eu tô namorando com a Kristen agora. Isso explica você ter visto a gente se beijando, não é só lance nem nada! Estamos nessa há um mês.

— Sério? Fico muito feliz, você merece.

— E eu como seu amigo, vou ficar muito feliz se você aceitar conhecer ela qualquer dia desses.

— Claro! O que já facilita o fato de trabalharmos todos no mesmo local, se ela aceitar vir comigo no horário do almoço.

— Tenho certeza que sim! Bom, você vai me contar o que aconteceu no ano novo? — perguntou e eu assenti.

Eu contei com detalhes tudo que aconteceu na festa desde do acidente até como ele está atualmente, Téo ficou chocado e me disse várias vezes que a culpa não foi minha. Ter o apoio dele naquele momento foi muito importante pra mim, desabafei e acabei chorando quando me dei conta de quanta coisa estava se passando pela minha cabeça. Fiquei tão feliz por tê-lo ali.

— Sempre que precisar pode contar comigo, você não precisa aguentar nada sozinha. — segurou minha mão e sorriu.

Carregar consigo o fato de que ele pode acordar a qualquer momento, em alguns meses ou somente daqui há alguns anos faz meu coração doer. Eu não sei o que pensar e sinto que a qualquer momento posso sufocar com tudo que tenho entalado dentro de mim esperando para ser dito a ele, nunca imaginei que teria que lidar com algo assim e ao mesmo tempo tenho medo de nunca poder dizer essas coisas. Um misto de emoções que todo dia me atacam de formas diferentes e não sei como reagir, apenas sinto como se houvesse um vazio enorme dentro de mim.

Fighting for Love (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora