DULCE MARIA 📜
Eu não conseguia entender como era possível ele não se lembrar de mim e nem de nós, fiquei sem saber o que dizer até que Alexandra entrou no quarto e me viu com os olhos cheios de lágrimas completamente desorientada.
— Estou interrompendo a conversa não é? Melhor eu voltar depois. — fez menção de ir.
— Não teve conversa porque ele não se lembra de mim. — sua expressão mudou completamente depois que eu disse aquilo.
— Mãe, a senhora sabe quem é ela? — ele disse o que só aumentou o meu desespero.
— Filho, essa é a Dulce e você vai precisar de tempo para lembrar que ela fez parte da sua vida.
— Acho melhor eu ir indo. — fiz menção de ir e ela veio até mim.
— O médico disse que ele vai precisar de estímulos quando não se lembrar de algo, não desista de ajudá-lo com isso.
— Não sei se consigo, tinha tantas coisas pra dizer e agora não faz sentido porque ele nem vai saber do que eu tô falando.
— Eu sei que se deparar com essa situação está sendo difícil pra você, mas me prometa que não vai desistir. Se ainda o ama, lute por ele. — baixei a cabeça chorando e vimos o médico entrar.
— Boas notícias, Christopher. Você está de alta!
— Sério? — ele sorriu surpreso.
— Isso mesmo, mas os cuidados não acabam tá? Ainda vou precisar fazer algumas visitas para garantir a sua melhora o mais rápido possível.
— Pode ir me visitar quantas vezes quiser, doutor. — assentiu positivamente.
— Então, vamos! — disse Alexandra e o médico chamou as enfermeiras para o ajudarem a sair da cama.
Peguei minha bolsa e sai da sala antes mesmo deles, fui para o corredor onde estavam os outros que logo notaram o meu desânimo.
— Dul, o que houve? — perguntou Claire que se aproximou junto com Anahi.
— Ele não se lembra de mim. — meus olhos marejaram.
— Como assim? Não é possível que ele não se lembre de você. — disse Anahi.
— Eu ouvi com todas as letras quando ele disse que não se lembrava de mim e de nada do que aconteceu entre a gente.
— Sinto muito, Dulce. — disse Claire me dando um abraço forte e se afastando logo depois.
— Pelo menos no meio disso tudo tem uma notícia boa, ele acabou de receber alta e já vai voltar para casa.
— Sério? Graças a Deus. — comemorou Claire.
Alexandra estava vindo com Christopher em uma cadeira de rodas e o médico ao seu lado foi muito gentil em se despedir de todos e desejar melhoras para ele, finalmente estávamos deixando aquele hospital depois de um ano inteiro de angústia e preocupação.
— Você vai com a gente, né? — perguntou Alexandra para mim.
— Eu acho que não. — respondi.
— Por favor, vamos! É uma oportunidade pra você tentar conversar com ele novamente.
— Não vai adiantar, ele não se lembra.
— Mas pode lembrar se você o ajudar. — ela disse e então entrou no carro.
Resolvi ir com eles para casa, ele vinha sendo empurrado com a cadeira por Claire e Alexandra estava logo ao lado o mostrando tudo. Ele não se lembrava de como era sua casa e também não reconheceu Angie, empregada de longa data da casa. Subimos para o seu quarto com certa dificuldade por causa da cadeira de rodas, mas por sorte Alfonso e Alex estavam lá para ajudar.
Entrar em seu quarto também foi uma surpresa, ele não lembrava que haviam tantos detalhes e sua mãe foi explicando um por um.
— Mesmo não me lembrando de como ele era, ainda sim me sinto em casa. — ele disse.
— Você quer que eu te leve até o closet? — perguntou Claire que ainda estava empurrando a cadeira.
— Eu quero que você solte essa cadeira e me deixe andar por conta própria, irmãzinha. — fez aspas com os dedos e ela assentiu, logo ele começou a se locomover sozinho.
Ele estava dando voltas em todo o quarto, observando tudo com muita atenção. Foi então que todos resolveram descer, restando apenas eu e Alexandra com ele naquele momento.
— Christopher, se importaria de ficar com a Dulce enquanto vou lá embaixo buscar um lanche pra você ? Volto em alguns minutos. — ela disse e ele assentiu.
De início eu fiquei em silêncio e ainda não sabia o que falar, ele continuou do mesmo jeito que estava antes e eu comecei a sentir o clima tenso e estranho que havia se formado ali.
— Como se sente estando na sua casa novamente? — perguntei tentando puxar assunto.
— Bom, apesar de não me lembrar dela direto. Me sinto acolhido por estar aqui, ainda mais agora que finalmente eu saí do hospital. — eu assenti um pouco envergonhada.
— Isso é bom. — baixei a cabeça.
— Eu sei que não foi legal me ouvir dizer que não lembro de você, mas gostaria muito que me ajudasse.
— Sério? — perguntei surpresa.
— Claro! Se minha mãe disse que você faz parte da minha vida, eu vou gostar de saber o motivo.
Ouvir aquelas palavras de certa forma me deixaram um pouco aliviada, saber que mesmo assim ele tem interesse em tentar lembrar de mim.
— Tudo bem, tenho uma coisa pra te mostrar. — fui até a gaveta do criado mudo e tirei de lá a nossa foto durante o ensino médio e o entreguei.
— Somos eu e você. — ele disse ainda olhando.
— No ano final do ensino médio. — completei.
— Éramos namorados? — ele perguntou e eu engoli em seco.
— Sim.
— Você gostava de namorar comigo? — me olhou e eu fiquei nervosa com a pergunta.
— Sim.
— Ok, você vai me dizer mais coisas ou só ficar no sim?
— Estou confirmando as suas perguntas. — ri pelo nariz.
— Falo sério quando digo isso, quero muito saber o que aconteceu entre nós dois.
— E eu quero muito te dizer tudo.
— Então, estou ouvindo. — ele disse e eu assenti.
Comecei contando tudo por partes, primeiro ele ficou sabendo como nos conhecemos, desde da primeira vez que falou comigo até quando começamos a namorar. Eu gostaria muito de poder pular toda a parte da distância depois que eu fui para a faculdade e principalmente o que aconteceu depois, até a nossa briga que resultou no acidente. Mas eu precisava contar tudo se quisesse que pelo menos ele conseguisse lembrar de algo daquela época, pacientemente ele foi me ouvindo contar e sorriu algumas vezes quando falei dos nossos momentos românticos. Não consegui segurar o choro enquanto falava detalhadamente sobre cada situação, eu lembro perfeitamente todos os detalhes e sei que ele também se não estivesse com essa perda de memória. O tempo todo estava sendo surpreendida por uma nostalgia enorme e principalmente pelo fato de que no momento ele não se lembrava de nada disso.
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Fighting for Love (Vondy)
DiversosChristopher Uckermann viu tudo mudar quando o amor de sua vida teve que ir embora, seguir o caminho rumo para a tão sonhada faculdade. O tempo foi passando e ele não teve mais esperanças de voltar a ver Dulce Maria, o seu primeiro amor, alguém com q...