Capítulo 05 - Bartender

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Voltei um tanto afobado para a pista de dança, onde Luisa dançava com as outras garotas que se juntaram a nós. Nenhuma delas demonstrou ter percebido minha expressão, pois logo seguraram meus braços, talvez um pouco mexidas pelo álcool que consumiram, e me puxaram para dançar uma música agitada.

Quando a música acabou, todos fomos para perto do bar e só então Lucas retornou. Algo me dizia que ele tinha demorado de propósito, talvez para se recompor de seja lá o que acabara de acontecer entre nós, mas ele sequer olhou para mim, muito menos para nenhuma das outras meninas do círculo. Quando se aproximou, no entanto, pegou na mão de sua namorada, chegou mais perto e cochichou algo no seu ouvido, então, após trocarem sorrisos, eles se beijaram com vontade. Caralho.

Isso não me incomodou, sei que não, não senti ciúmes, muito longe disso: eu senti que queria me juntar a eles. Queria beijar a boca de minha amiga — e companheira de apartamento — novamente e queria também sentir o gosto dos lábios de seu namorado. Desejar ambos me deixa um pouco sem ar, talvez por saber que parece um tanto errado desejar algo assim, e eu sei que preciso me afastar.

— Ei — além da respiração quente no ouvido, sinto uma mão em minha cintura, então me viro — você ainda está aqui.

— Oi, é... — minha cabeça tenta processar os acontecimentos e por pouco não reconheço o bartender, que agora está com os cabelos lisos totalmente expostos — Olha, eu tô curtindo isso tudo e tal — a música parece mais alta que antes, então eu me aproximo de seu ouvido antes de continuar — mas por acaso você não conhece um cantinho menos barulhento?

O garoto apenas acompanha o meu sorriso, segura minha mão e me arrasta para o lado oposto de onde estávamos. Não olho para trás enquanto me deixo ser guiado pela pequena mão de Vinicius e, por mais que esperasse que Luisa se importasse por eu ter saído de perto deles com alguém, gostei de sair sem ser notado.

Ao lado do portão de entrada há uma pequena escada que leva ao andar de cima. Não tenho medo de que o bartender vá me assaltar, me drogar ou seja lá o que fazem de ruim em festas como essa, afinal eu foi quem pedi para sair do ambiente com ele. Por isso, não acho estranho quando ele abre uma das muitas portas que têm no andar — nada barulhento — e me diz para entrar.

— Não é um hotel cinco estrelas, mas... você queria privacidade.

O quarto é simples, com paredes azuis, quase cinza, uma cama de casal e uma cômoda de madeira ao lado, além de uma janela de vidro que provavelmente dá para a rua e uma porta para um banheiro que imaginei ser minúsculo. De todo modo, é aconchegante e, principalmente, não há nenhum barulho de música alta nem ninguém se pegando — ainda.

— Você mora aqui? — me sento na cama, olhando ao redor.

— Hum, não — ele ri — mas tenho acesso a esse quarto sempre que eu precisar.

— E você precisa muito? — tento soar como se não me importasse, mas só a própria pergunta sugere o contrário e ele ri mais uma vez.

— Você quer saber se transo muito aqui? — o garoto chega mais perto, então me apoio nos cotovelos, deixando os pés ainda no chão, o observando — só quando os caras querem lugares menos barulhentos.

— Imagino que muitos caras gostam mais com barulho... — deixo um sorriso escapar.

Vinicius, sem falar mais nada, tirou a regata e eu pude ver que há ainda mais tatuagens espalhadas pelo seu torso. Isso o deixa muito mais sexy do que imaginei. Então ele desabotoa sua calça e a deixa cair pelas pernas. Vê-lo se despindo enquanto não tira os olhos de mim me excita, mas não quero me apressar tanto, quero ver o quanto aquele corpo pequeno é capaz de me provocar.

A Liberdade de Davi (Romance Erótico)Onde histórias criam vida. Descubra agora