Capítulo 26 - Um Cara Comum

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Quando acordo, ainda um pouco cansado da última noite, procuro por meu namorado e encontro um café da manhã sobre a mesa na cozinha da casa de Lucas. Ao checar o celular, vejo que há mensagens suas explicando o porquê de ter saído sem me acordar — e também vejo que já está de tarde.

Penso em como pode ser doloroso para ele encontrar sua mãe depois de anos afastados, mas tento ser otimista e procuro me convencer que pode ser algo bom, que pode acontecer algo bom.

Então retorno ao quarto dele para tomar um banho. É a primeira vez que faço isso com calma, sem pressa, e me pego reparando em cada detalhe que parece novo para meus olhos. Como as toalhas todas brancas muito bem dobradas dentro do pequeno armário acima da pia e os rolos de papel higiênico reservas pendurados na parede oposta em um porta papel higiênico feito de crochê. Tudo muito branco, limpo, e o cheiro do shampoo que ele deve ter usado ao tomar o banho mais cedo tomando o ambiente.

Tomava um banho devagar, sentindo a água quente cair pelo meu corpo e aquecer cada centímetro de pele. Quando fechava os olhos, via meu namorado ali comigo e eu precisava me segurar para não me masturbar pensando e lembrando de seu toque pelo meu corpo. Até que ouço uma notificação em meu celular — que deixei na pia. Grunho de alívio e ao mesmo tempo um pouco frustrado por não continuar sentindo aquilo.

Passo pelo box de vidro assim que o deixo o mais enxuto possível, saio do banheiro enrolado em uma toalha e sento na cama para olhar o aparelho. Meu namorado havia avisado que demoraria um pouco mais e que eu não precisava me preocupar pois estava "tudo bem" — ele usou aspas e isso foi o bastante para me preocupar.

Abaixo de sua mensagem, haviam algumas outras que eu não tinha visualizado: Luisa me chamava para uma pequena festa que teria no fim da tarde na casa de Carol. Eu não precisei abrir a mensagem da loira, enviada dois minutos antes da mensagem de sua namorada, para saber que se tratava do mesmo assunto. Logo uma nova mensagem chegou e eu notei que era de Geeber.

Nós trocamos algumas palavras na sala ou nos corredores da faculdade, mas essa era a primeira vez em muito tempo que ele me mandava mensagem. Isso me fez abrir a conversa mesmo que também já esperasse o conteúdo dela. Eu não tinha certeza se era uma boa ideia ir a uma festa em pleno domingo e, mesmo que o garoto garantisse que o convite se estendia ao meu namorado, não tenho certeza se ele estará bem em me acompanhar à casa do garoto com o qual tive "algo". Lucas e eu estamos namorando, somos pessoas individuais e podemos frequentar lugares sozinhos, mas sei que quero ficar com ele, principalmente se o encontro com sua mãe não tiver sido bom.

Olho para a guitarra Lucille na parede à minha frente e me pego sorrindo ao notar que estou sendo um idiota em ficar pensando demais. Por isso vou ao seu guarda-roupas e busco algo confortável — dele — para vestir. Encontro uma camiseta branca e uma calça cinza de moletom, a camiseta cola em meu corpo, o que me faz pensar que seja bastante apertada para ele. Gosto do cheiro que tem na roupa, seu cheiro.

***

Estou terminando de guardar a louça do café quando a porta da frente se abre e Lucas entra acompanhado de uma mulher alta, bonita e bastante familiar.

O sorriso de meu namorado me chama a atenção e eu acompanho com o olhar ele se aproximar e logo me abraçar com força. Fecho os olhos ao sentir o calor que ele me passa com esse gesto, sinto seus músculos relaxados e perceber isso faz com que me sinta aliviado. Tudo correu bem. Quando me afasto um pouco para lhe observar, ele me dá um selinho demorado e segura a minha mão.

— Mãe, esse é meu namorado...

— Davi — a mulher coloca as mãos na cintura enquanto sorri divertida ao completar, balançando a cabeça — meu Deus, que mundo pequeno.

A Liberdade de Davi (Romance Erótico)Onde histórias criam vida. Descubra agora