Capítulo 23 - Caidinho

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Pela manhã, acordei mais cedo que meu namorado e, por mais que eu gostasse da ideia de fazer café para nós dois, precisei sair às pressas para ir ao trabalho. Afinal, precisava passar no meu apartamento antes do expediente para me trocar.

Ao vê-lo dormindo, tranquilo e com sua respiração calma, além de saber que seu horário era um pouco mais tarde hoje, achei melhor deixá-lo descansar um pouco mais. Ele merece cada minuto de descanso que lhe for dado. Ainda assim, tomei cuidado de deixar uma mensagem em seu celular avisando que não fugi nem nada do tipo.

Por sorte, consigo encontrar um mototáxi que me leve até em casa logo na frente do prédio de Lucas. Assim que chego à porta do meu apartamento, ela se abriu e a figura assustada de Carol abre a porta. Ela, por muito pouco, não tomba para trás ao me ver. Isso vai ser divertido.

- Puta merda, que susto - a loira levou a mão ao peito, respirando fundo.

- Bom dia, Carol - cerro os olhos na sua direção e coloco as mãos na cintura - não me diga que você faz o tipo que sai na ponta dos pés pela manhã depois de uma transa.

- Não, não - ela se atrapalha gesticulando com as mãos - a Lu estava dormindo toda fofa e eu tenho estágio agora cedo e... - ela nota o sorriso em meu rosto - e você tá só brincando comigo.

- É claro que eu tô - seguro uma gargalhada para evitar acordar todo o prédio - eu sei bem o que você está falando, tenho que correr pra academia.

- Bom, então é melhor não tomarmos mais o tempo um do outro - ela sorri, ajeitando a mochila em suas costas - a gente se vê, Davi.

A garota passa por mim depressa e, pelo barulho que sua sandália faz, desce as escadas correndo. Assim que entro, corro para meu quarto para me trocar - eu já havia tomado banho na casa de Lucas. Depois, passo pela cozinha em busca de, ao menos, um café, e fico feliz que a garota havia o feito antes de precisar sair correndo. Ao menos hoje eu não treinarei pela manhã, o que me dará alguns minutos para aproveitar o resto do sanduíche que Carol havia deixado sobre a pia.

***

Drica, que estava um pouco mais sorridente que o normal quando cheguei à academia, me recebeu com o comprimento cordial de sempre. O lugar já estava aberto há alguns minutos e pude notar Mariana bem ocupada orientando dois alunos aparentemente novatos. Por isso passo rápido pela catraca e me preparo para começar o expediente.

Muita gente - principalmente novatos - precisaram de suporte e, como sempre, saiam sem guardar as cargas em seus lugares, o que me manteve ocupado durante bastante tempo. Os sábados, por mais que eu trabalhe um horário reduzido, são bastante cansativos devido o fluxo maior de pessoas pela parte da manhã e, hoje, na primeira vez que consigo checar a hora no relógio, percebo que está praticamente na hora do almoço e eu sequer tive um mínimo descanso sequer.

Quando respiro fundo e olho em direção à entrada, Lucas já está sentado na recepção que antes estava ocupada por Drica, concentrado em algo no notebook em que controlam basicamente tudo. Gosto de vê-lo trabalhar - com seu corpo torneado, seus cabelos bem penteados, sua postura ereta, etc -, mas também penso que o trabalho pode o cansar ainda mais depois de tudo o que passou nas últimas semanas. Então me lembro da última noite, de como eu também posso tê-lo cansado, e isso faz com que um sorriso tome minha boca.

- Ai meu Deus, você tá caidinho pelo patrão - me viro para Mari, toda sorrisos, ao meu lado.

- Quê? - tento disfarçar olhando para outra direção antes de me voltar para ela - eu não...

- Relaxa - ela soca meu ombro - super normal, ele é gato, e olha que é uma lésbica quem tá falando.

Volto a olhar na direção de meu namorado, que agora cumprimenta uma garota que não tira os olhos dele enquanto passa pela catraca. Não lembro seu nome, mas me parece ser a mesma garota que ajudei com a esteira outro dia - ligando na tomada. Ela fica de costas para Lucas quando vai guardar suas chaves no armário ao lado da recepção, na esperança de que ele reparasse em sua bunda. Atirada.

A Liberdade de Davi (Romance Erótico)Onde histórias criam vida. Descubra agora