12. A escuridão

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A dor domina o corpo de Alanis que estava deitada no chão, não era tão forte mas era incômodo o suficiente para fazê-la gemer um pouco enquanto tentava se mexer. A escuridão a sua volta era claustrofóbica, fazendo ela espremer um pouco os olhos para identificar algo a sua volta, mas sem sucesso.

Pouco a pouco volta a sua lembrança o que tinha acabado de ocorrer, ela e seus amigos despencaram de um precipício, e isso fez ela pensar se seus amigos estavam bem. Alanis então começa a levantar ignorando a dor que passava pelo seu corpo a cada movimento que fazia. Quando ela consegue se sentar, sente sua visão ficando mais acostumada com a escuridão e conseguindo ver melhor o que estava a sua volta. Ela começa a se levantar ainda procurando alguém, olhando incessantemente a sua volta, mas não vendo nada além de pedregulhos e partes da ponte. Seu rosto já se mostra preocupada por não achar ninguém.

Ela abria sua boca para tentar chamar por alguém, mas sua voz não queria sair, a fazendo ficar ainda mais desesperada.

Que solidão... — Uma voz rouca se foi ouvida pelas costas por Alanis que a faz virar imediatamente, mas não vê nada — Com todos mortos...

Seus olhos estavam inquietos olhando para qualquer direção a procura daquilo que estava com ela. Alanis abria a sua boca para tentar falar algo, mas sua voz novamente se recusou a sair.

É assim que sua vida tem que ser... — Continuou a voz rouca vindo de novo das costas de Alanis, que a faz virar de novo — Um verdadeiro vazio.

Alanis em desespero se agaicha e bota as mãos em seus ouvidos, fechando os olhos com força. Para ela aquilo não passava de um pesadelo vívido, não podia ser real. Aquilo não podia estar acontecendo.

— Alanis... — uma voz grave e familiar que está distante invade os ouvidos de Alanis, que aos poucos vai relaxando as mãos que os tampavam com força.

A voz repetiu seu nome mais cinco vezes, até Alanis por fim ouvir a voz próxima o suficiente para ela sentir a confiança de abrir os olhos novamente. No que seus olhos abrem, ela vê em sua frente o escriba com o sua mão estendida tocando suavemente seu braço e seu olhar preocupado sob a garota. Os olhos de Alanis se enchem de lágrimas, mas Alanis segura elas, pois sabia que se começasse a chorar, não conseguiria parar. 

Sem estar em consciência de seus atos, Alanis pula no pescoço de Alhaitham o abraçando fortemente, pegando o mesmo de surpresa que quase cai para trás, tendo que apoiar uma de suas mãos no chão para não cair de costas. Aquilo deixou o mesmo sem reação, apenas olhando para os cabelos de Alanis com um de seus braço aberto.

Alanis, ainda com os braços em volta do pescoço do escriba, percebe o que estava acontecendo, e voltando a realidade, ela vê que está abraçando o Alhaitham. No mesmo instante sua mente entra em confusão ao mesmo tempo que seu coração acelera e começa bater cada vez mais forte e alto, fazendo ela pensar que ele possa estar ouvindo.

Alanis se afasta rapidamente dele, desviando qualquer contato visual que poderia ter com ele, a fazendo ficar com a cabeça baixa e seus cabelos cobrindo parte de seu rosto corado.

— ... desculpa — Solta Alanis baixinho envergonhada.

O escriba não responde, apenas encara a garota com seu olhar sério e com resquício da surpresa que ele acabara de ter. Ele então solta um suspiro com um sorriso de alívio em seus lábios e se levanta, fazendo Alanis olhar um pouco para seu rosto.

— Que bom que voce está bem — Começa a falar ele olhando para Alanis que ainda permanecia na mesma posição mas sem olhar para ele — Que tal se a gente encontrasse Collei e Cyno?

A Maldição das DunasOnde histórias criam vida. Descubra agora