Alanis olha para suas mãos que segurava sua visão um pouco envergonhada por perceber que ela quase se feriu com seu próprio poder. Ela tenta explicar para o Alhaitham que ainda a encarava sobre o que aconteceu em seus sonhos, mas não consegue explicar porque a angústia de estar sozinha a acompanhava. O escriba, por sua vez, percebe que isso que acabara de acontecer com ela era claramente um sintoma de transtorno pós traumático, o fazendo entender e tentar achar as palavras certas para confortar a mesma.
— Voce não está mais sozinha Alanis, tenta não pensar que está, pois isso vai te deixar angustiada e vai fazer voce ficar com mais medo e mais nervosismo como agora, e... — Alhaitham olha em volta para o chão coberto por gelo afiado e para seu olhar no pé da garota que era perceptível que estava inchado — Sinceramente, não quer que se machuque...
A voz de Alhaitham saia um pouco baixa, mas Alanis havia entendido, o que a fez virar seus olhos azuis diretamente para ele o encarando com uma certa surpresa. Alhaitham sente o olhar da garota sobre ele e acaba olhando Alanis nos olhos, ficando assim por algum tempo.
Tudo parecia estático durante aquele tempo, Alanis sentia seu rosto esquentar, sua barriga fazia cócegas e sua mão que segurava sua visão Cryo estava quente e suando. Ela sentia o rosto de Alhaitham se aproximar, mesmo que ela mesma não esteja se movendo. Seu coração batia mais rápido conforme ela sentia a respiração do escriba perto de seu rosto. Alanis se sentia hipnotzada com o que estava acontecendo ali, o que fez com que ela nem desviasse seus olhos, podendo ver cada detalhe do rosto de Alhaitham mais de perto. O escriba por sua vez admirava os traços da garota a sua frente, olhando principalmente seus lábios, onde ficara com o olhar fixo ali por um tempo, se aproximando mais e mais.
Quando a proximidade de ambos eram bem alta, o som lamentável do estômago de Alanis pedindo comida invade a sala, fazendo Alanis ficar vermelha igual um pimentão e virar o rosto para baixo de vergonha.
Alhaitham volta para sua posição séria e pega a sacola de cima da mesa.
— Trouxe isso para voce — Ele entrega para a Alanis a sacola — Imaginei que talvez voce acordaria com fome.
— O... Obrigada... — Alanis pega a sacola com dificuldade pois não tinha coragem de levantar o rosto depois do que acabara de acontecer.
Alhaitham olha em volta e percebe que o gelo já estava quase todo derretido, deixando vários lugares com poças de água.
— Irei buscar algo para enxugar esse chão, não vou demorar — O escriba se levanta e para na frente da porta — Coma um pouco.
Ele saiu após dizer isso, deixando a garota soltar o suspiro mais longo que já fizera. Ao abrir a Sacola, Alanis vê uma caixa marrom bonita e dela exalava um cheiro delicioso, que fez seu estômago roncar mais uma vez. Quando ela abre, vê 4 pães redondos marrom, fazendo sua boca encher de água. Ela pega um e leva até a boca com a maior vontade, saboreando a cada mordida que dava e sentindo todas suas papilas gustativas trabalharem juntas.
Alhaitham volta quando Alanis já estava no seu terceiro pão, ele trazia consigo um pano, onde o mesmo começa a limpar os lugares que já estavam sem gelo. Alanis percebe que ele ia começar a limpar, coloca o resto do pão na boca e a caixa do lado sobre a cama.
— Foi minha culpa, deixa que eu limpo — Ela diz um pouco abafada com a boca cheia, se levantando logo em seguida.
— Espe... — Antes de Alhaitham terminar, Alanis já tinha colocado o pé machucado no chão, que a fez sentir a dor aguda subindo pela sua perna — Voce se machucou, não se lembra?
Alanis apenas balança a cabeça com uma lágrima teimosa querendo sair de um de seus olhos. Alhaitham suspira.
— Não se preocupa, só termina de comer, eu limpo as coisas aqui.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Maldição das Dunas
FantasyAlanis lutava a cada ano para impedir o avanço do virus em seu corpo. Seu pai pesquisava e estudava todos os dias alguma forma de curar sua filha, porém, com sua morte repentina, Alanis só teve uma escolha: Ir para a Nação da Sabedoria, para consegu...