18 - Plano de fuga

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__ Shun, me escuta, não faça barulho. Temos de nos apressar antes que Dionisio acorde. Você precisa confiar em mim - olhava fixamente para Shun.

Shun assentiu com a cabeça, assustado, ainda sentindo-se esmorecido com as imagens, mas começando a entender tudo que estava acontecendo.

Saíram correndo pelos corredores do templo, tentando alcançar onde os amigos estavam.

__Pela manhã segui alguns servos vindo por este corredor.

__ Hyoga...me perdoe...É tudo minha culpa.

__Não se culpe. Ele te usou, Shun

__Para chegar até você... - Shun sentira a raiva tomando seu corpo.

__ Digamos que sim...

__ Vocês...?

Hyoga pára e segura Shun pelos braços, olhando fixamente nos seus olhos:

__ Sim.

Shun ficara calado, desviando o olhar, mas Hyoga o chacoalha para olhá-lo nos olhos novamente:

__ Nunca confiei nele, mas tinha que ganhar a confiança dele. Tinha de engana-lo utilizando o desejo que ele sente por mim. Eu sabia que ele tentaria me iludir com bebidas e ilusões. Quando entrei naquele quarto eu já sabia o que encontraria. Sabia que encontraria meu maior objeto de desejo, Shun: você.

__Eu...?!

__Embora fosse ele, quem eu via era você. O corpo que eu sentia, era o seu. E se eu disser que não me aproveitei disso, seria mentira. Fiz tudo o que eu quis e como eu quis. Porque eu sou assim, Shun. Para mim não foi nada diferente do que todas as fantasias que já tive com você quase todas as minhas noites...

Shun o ouvia e o olhava com olhos mareados e a respiração acelerada:

__Mas...mas como sabia que não era eu de verdade ?

__Embora eu quisesse que fosse...o seu coração me disse, Shun. Todas as vezes, quando era voce.

Shun fitou-o sem entender...

__ Todas as vezes em que era você, senti seu pulso acelerar quando estávamos perto...senti a sua taquicardia....no vilarejo próximo ao Santuario quando foi correr...na praia sob o meu corpo...rolando na arena de treinamento...ou no fundo do mar...mesmo aqui, quando te encontramos. De manhã, quando peguei no seu pulso mais uma vez para me certificar. Seu coração sempre me disse o que você estava sentindo por mim...mesmo que você não falasse nada. A ilusão não...

Hyoga o encosta na parede, segurando seus pulsos:

__Como agora, Shun...

Shun cerra os olhos e finalmente recebe o beijo fresco e intenso de Hyoga. Finalmente o beijo que tanto sonhara e almejara. Shun sentiu o coração palpitar, como Hyoga comentara. Sentiu as lembranças voltando. À medida que sentia o cosmo gelado de Hyoga penetrando em seu corpo, sentiu o veneno de Dionisio sendo expelido.

__ Eu te amo, Hyoga. - sussurrou.__ Sempre amei, mas não tive forças para lutar por esse amor, só para fugir. Me perdoe.

Encostaram as frontes por alguns segundos:

__ Eu também te amo, Shun. E não vou deixar você ficar longe de mim nunca mais.

__ Temos de sair daqui - diz Shun resoluto.

...

Shun e Hyoga chegam aos aposentos:

Não consegui derrubar estas portas pela manhã. Estão com algum tipo de magia, selando-as - alerta Hyoga.

Shun aproximou-se da primeira porta, sentindo o cosmo fraco do irmão.

__Ikki! Ikki!

__S-Shun...- tentou responder com dificuldade.

__ Precisamos derrubar estas portas - tentou Shun, mas mesmo seu cosmo não conseguiu derrubar a magia de Dionisio.

__ Afaste-se, Shun.

__ O que vai fazer?

__ Vou congelar as portas, e você irá derrubá-las.

Hyoga acumula todo seu cosmo para utilizar a execução aurora híbrida com o pó de diamante. Estava treinando o golpe com Camus no Santuário. Quando desferiu o golpe, congelou toda parede do corredor. Ajoelha-se sentindo- se fraco, afinal tinham de desfazer o poder de um deus. Shun levantara as mãos para destroçar as portas congeladas com a tempestade nebulosa. A parede cai, revelando os três cavaleiros pendurados, envoltos em laços de encantamento, que pareciam casulos, apenas com as cabeças a mostra, feitos pelas ninfas. A energia vital lhes era sugada de seus corpos.

__Ikki! Shun chama pelo irmão, que o fita com os olhos semi cerrados.

__ Seya, Shiryu! Chama Hyoga pelos amigos, que despertam, mas sem conseguir se mover.

Vocês precisam ir embora! O portal vai se fechar - grita Shiryu.

__ Não! Não iremos sem vocês - responde Shun, tentando derrubar a magia das ninfas com seu cosmo. Consegue rachar os casulos, mas não destruí-los. Hyoga ainda está fraco.

__Shun, vá embora com o Hyoga - ordena Ikki

__Não! Shun ataca novamente os três casulos, rachando-os um pouco mais, mas cai de joelhos no chão.

Seya se recorda do desafio de Andrômeda e do que Shaka falara da corrente de Andrômeda:

__Não podemos lutar contra o casulo...é como as correntes de Andrômeda...elas nos prendem aos nossos desejos...aquilo que mais queremos e não conseguimos reconhecer e nos libertar.

__Sim, Seya...temos de nos libertar da auto-censura que temos para com nossos sentimentos e desejos mais recônditos. Temos de nos libertar dessa prisão criada por nós mesmos - emenda Shiryu.

__Temos de saber dizer adeus - conclui Ikki.

Os três cavaleiros relaxam seus corpos e mentes...elevando os seus cosmos ao máximo, contra ao poderoso encanto das ninfas. Os cosmos preenchem os cômodos. Aos poucos os casulos vão se dissolvendo, liberando seus corpos, que caem dos casulos. Shun consegue impedir que batam no chão com seu cosmo, pousando-os gentilmente. Corre para abraçar o irmão. 

Cavaleiros do Zodíaco: Sob O Olhar Dos Deuses (Shun x Hyoga)Onde histórias criam vida. Descubra agora