Capítulo 14

1.7K 154 34
                                    

Mendes

Estacionei a moto em frente o prédio dela, desci e caminhei até o porteiro.

Mendes: Boa tarde, José. - ele me olhou e sorriu - Avisa a loira que eu estou aqui em baixo?

José: Boa tarde, menino. Vou avisar sim. - discou o interfone da casa dela e colocou na orelha, aguardando alguma resposta - Oi, Chloe. O Raul está te esperando, posso liberar para subir? - ficou em silêncio por alguns segundos - Tudo bem, vou avisar ele. - desligou - Ela disse que está descendo.

Mendes: Obrigada, José. - caminhei até a moto e me encostei nela

Ela demorou alguns minutos, mas logo apareceu com o seu irmão no colo.

Henry me viu e já sorriu, abrindo os braços.

Mendes: Eae, terrível. - me aproximei para pegar ele e ela desviou - Que foi, maluca? - cruzei os braços - Manda o papo reto logo, não quis deixar eu nem subir.

Chloe: Temos que conversar, Raul. - disse com o semblante fechado - Não queria falar dessa forma, mas tem que ser assim...-suspirou - Eu estou grávida.

Mendes: Só se for de outro. - ri - Tá de brincadeira né, Chloe? - ela negou - Tá mandando o papo reto mesmo? - ela assentiu e os olhos já se encheram de lágrimas - Impossível ser meu, a dois anos atrás fiz exame e a médica disse que eu no posso ter filho.

Chloe: Raul, eu não fiquei com mais ninguém depois que te conheci. - suspirou - Eu também não queria, minha intenção é tirar...só estou dizendo pra tu, porque você é o pai, merece saber.

Mendes: É de família o golpe da barriga? - cruzei os braços

Chloe: Do que tu tá falando? - limpou o rosto - Eu não entendi...

Mendes: Tu não sabe? - ela me olhou confusa - Deixa esse papo pra lá então.

Chloe: Não tem motivos pra tu duvidar de mim, eu nunca menti sobre nada. - respirei fundo - Eu não vou fazer DNA, porque vou abortar.

Mendes: Para de ser maluca. - me aproximei dela - Você pode morrer. - ela assentiu - Então não vai fazer isso.

Chloe: É um risco que eu prefiro correr, Raul. - ajeitou o Henry no colo - Meu pai me mataria...

Mendes: Seu pai é todo errado, casado e engravidou a própria prima, ele não tem direito de dizer nada.

Chloe: Mas ele que paga a minha faculdade, meu apartamento...todos os meus luxos.

Mendes: Se o filho for meu mesmo, tu terá o meu apoio, eu faço por vocês dois.

Chloe: Eu não quero essa criança, não quero perder tudo o que eu tenho.

Mendes: Para de pensar dessa forma, cara. - ela negou

Chloe: Tu nem acha que essa criança é sua.

Mendes: No fundo eu sempre soube que aquela médica estava errada. - ela desviou o olhar - Vamos fazer o teste, se for meu mesmo, tu fica com ele na barriga e depois pode sumir, eu vou cuidar.

Chloe: Não posso gerar um filho de um criminoso.

Mendes: Tu não pensou nisso quando tava sentando pra mim. - falei sério - Agora que aconteceu, seja mulher! - ela suspirou e bateu o pé - Eu tô falando pra tu que se for meu, eu vou cuidar.

Chloe: E o que eu vou falar pra minha família quando perguntarem quem é o pai? - me olhou com desdém - Eu não posso falar que é seu.

Mendes: Tu não vai falar, diz que vai fazer um intercâmbio, pensa em alguma parada, tu é inteligente. - ela ficou olhando para o irmão por alguns segundos - Mas eu preciso saber antes que essa criança realmente é minha.

Chloe: Tudo bem, mas vamos combinar uma coisa? - assenti - Ninguém nunca vai saber que eu sou a mãe.

Mendes: É isso que tu quer mesmo? - ela assentiu - Então demorou, já disse que não preciso de tu pra nada. - montei na moto - Marca o teste de DNA e me avisa. - coloquei o capacete e baixei a viseira

Ela assentiu, liguei a moto e dei partida.

Minha cabeça estava a mil.
Por mais que há uns anos a médica disse que eu não poderia ter filho, eu sempre achei que ela estava errada.

Eu sinto que é meu, mas preciso ter certeza.
O histórico da família dela não é muito bom!

(...)

Marques

Estacionei a moto em frente a casa da Bruna, desci e bati na porta.

A íris abriu e eu entrei.

Marques: Eu recebi a confirmação de um informante, eles estão no Complexo da Maré, favela do TCP. - ela me olhou aflita - Vai avisar o Perigo?

Íris: Tem como invadir sem ele? - assenti - Então não precisa. - disse com os olhos manejados - Eu vou contigo.

Marques: É perigoso e o peri...- ela me interrompeu

Íris: Eu quero que o Perigo se foda! - disse alterada - Minha única preocupação no momento são os meus filhos. - respirei fundo - Organiza quem vai junto e avisa que não é para comunicar o Perigo.

Marques: Depois ele vai vim atrás da minha cabeça. - passei a mão no cabelo

Íris: Pra ele fazer qualquer parada contigo, vai ter que passar por cima de mim! - bateu no peito - Anda logo, agiliza a tropa. Vou te esperar lá na barreira. - assenti e sai correndo

Faz dias que eles foram sequestrado e o Perigo não sai do mesmo lugar.

Quando se trata da família, ele se torna um alvo muito fácil e fraco.

Fica rodando em círculos.

Passei na casa do NJ.
Vi a Ingrid no sofá, pintando as unhas.

Marques: Cadê o teu pai? - ela me olhou

Ingrid: O nosso pai está lá na CDD. - deu ênfase em "nosso"

Larissa: Oi, querido.- apareceu da cozinha - Quanto tempo que tu não aparece por aqui em. - cruzou os braços

Marques: Não sou desocupado igual tu. - peguei meu celular e vi a mensagem da Íris - Tô metendo o pé, se o pai aparecer manda ele me ligar. - sai e bati a porta

Sem tempo de conversinha fiada com essa vagamunda.

Parei na boca, convoquei quatro caras para ir comigo e entrei em contato com outros de outra favela.

Não posso levar a tropa toda daqui, RK me mata!

Já basta o Perigo que vai querer a minha cabeça depois de levar a mulher dele para o confronto.

Herdeiros do comandoOnde histórias criam vida. Descubra agora