Íris
Me sentei na beirada da cama, olhando para o Pierre.
Ele estava atordoado.
Perigo: Quero conversar contigo sobre uma parada, mas não quero brigar. Vamos entrar em um acordo. - passou a mão no cabelo
Íris: O que aconteceu, amor? Você está me assustando. - coloquei a mão no peito
Perigo: Eu achei que estava tudo resolvido, que tínhamos superado isso. - os olhos dele encheram de lágrimas - Eu não sei o que fazer, amor. - disse em um tom de desespero
Íris: O que aconteceu, amor? - me levantei e caminhei até ele, passei a mão no rosto do mesmo - Me conta o que está acontecendo, quero te ajudar. - ele encostou a cabeça no meu ombro - Pierre...eu nunca te vi assim, você está me deixando assustada de verdade. - ele me olhou e enxugou algumas lágrimas
Perigo: Eu não sei mais o que vou fazer. - suspirou - Caio ligo para a Chloe, falou um monte de bobagem e influenciou ela abortar.
Íris: O que? Ela perdeu o bebê? - alterei o tom de voz
Perigo: Não, graças a Deus está tudo bem com o nosso neto. - sorriu de canto com os olhos ainda cheios de lágrimas - Mas não dá mais, Íris.
Íris: Amor...- segurei o rosto dele - Eu...eu tentei ser uma boa mãe, eu tentei tomar outra decisão sobre o futuro dele...mas ele não tem jeito. - meus olhos se encheram de lágrimas - Eu não sei, Pierre. Não sei o que fazer.
Me afastei atordoada, com uma dor no peito.
Me sentei na beirada da cama e apoiei as mãos em meus joelhos, pensando.Íris: Como mãe, acho super errado essa decisão. - olhei para ele - Mas pensando como ser humano, não tem outra coisa que possa ser feita. - Perigo assentiu
Ele estava sentindo a mesma dor que eu.
Jamais pensamos que algum dia teríamos que tomar uma decisão tão difícil desse nível.Perigo: A Clara. - respirou fundo com as duas mãos na cintura - Ela vai sentir mais do que nós dois.
Íris: Sempre foram grudados né. - uma lágrima escorreu pelo meu rosto - Eu não sei o que fazer. - balancei os ombros - Me perdoa. - coloquei as duas mãos no peito - Eu não sei...
Perigo: Eu também não sei.- se aproximou e sentou ao meu lado - Raul disse que eu tenho vinte e quatro horas para tomar providências, se não ele que vai decidir. - me olhou de canto - Eu nem posso impedir, ou impor algo, Caio envolveu o filho dele.
Passei as mãos nas costas dele e o mesmo me olhou fungando baixinho.
Íris: Eu tenho uma ideia. - minha voz saiu rouca. Perigo me olhou atento - E se colocássemos ele em uma clínica?
Perigo: Clínica? - assenti - Clínica do que? De reabilitação? - virei um pouco a cabeça e em seguida neguei
Íris: Uma clínica psicológica. - ele continuou me olhando, esperando eu continuar - Internar ele por uns anos.
Perigo: Não sei se isso daria certo, amor. - respirou fundo - Olha o tanto de coisa que ele já fez. - gesticulou abrindo os braços - Será que no caso dele tem cura?
Íris: Não diria cura, porque quando a pessoa nasce psicopata não tem muito o que fazer, mas tem tratamentos para ele aprender a lidar com esse pensamentos intrusivos. - ele virou o rosto e ficou com o olhar fixo no chão
Perigo: Podemos tentar. - voltou o olhar para mim - Mas, com uma condição. - assenti esperando ele terminar - O Raul tem que concordar.
Não respondi nada, me levantei e caminhei pelo quarto pensando.
Perigo: Ele quase matou o filho dele, amor. - parei e me virei na direção que ele estava sentado - Temos que ter o aval dele.
Íris: Tudo bem. - respirei fundo e passei a mão no cabelo - É doloroso, mas não temos muito o que fazer né. - dei de ombros
Perigo: Infelizmente não. - se levantou e envolveu os braços na minha cintura - Vamos passar por esse momento difícil juntos. - assenti e ele depositou um beijo nos meus lábios
(...)
Mendes
Entrei na salinha, vi meu pai sentado e a minha mãe em seu colo.
Mendes: Oh nojeira. - fiz careta e os dois riram
Fechei a porta, caminhei até a cadeira de frente para a mesa do meu pai e me sentei
Mendes: Já decidiram? - cruzei os braços
Íris: Na verdade...-se ajeitou no colo dele - Não decidimos ainda, mas temos uma ideia. - assenti
Perigo: Pensamos em muita coisa e chegamos a conclusão que isso pode melhorar.
Mendes: Isso o que? - me ajeitei na cadeira interessado
Íris: Temos quase certeza que o seu irmão é um psicopata. - assenti com urgência - Acreditamos que isso tenha um jeito.
Mendes: Qual o jeito, mãe? - cruzei os braços novamente
Íris: Pensamos em internar ele em uma clínica psicológica. - neguei - Raul, me escuta. - colocou as duas mãos no peito - Eu não quero proteger ele de mais nada. - explicou - Mas como mãe é doloroso ter que decidir o destino do seu filho.
Mendes: Mãe, ele quase matou o meu filho. - falei estressado - Não é possível que vocês não entendem isso, cara. - bufei - Porra, eu poderia ter matado ele assim que descobri, mas tive a consideração de passar pra você antes de tomar qualquer atitude. - falei olhando para o meu pai - Não é possível que tu não tenho um pingo de consideração.
Perigo: Não é questão de consideração, Raul. - se inclinou, aproximando mais o corpo da mesa - É questão de pensar em outras possibilidades. - neguei - Se fosse qualquer outro filho meu, ia ser da mesma forma.
Mendes: Caralho, perigo. - me levantei - Tu é o linha de frente da facção e está deixando teu filho passar por cima da sua ordem. - coloquei as duas mãos apoiadas na mesa - Que chefe é tu que fica passando pano?
Íris: Raul, agora que tu é pai é mais fácil de entender. - se levantou do colo dele e deu a volta na mesa - Como mãe não é fácil falar pra matarem o meu filho. - parou ao meu lado - Eu gerei, eu criei, eu cuidei. Entende? - ajeitei a postura e fiquei de frente para ela - Vamos colocar ele na clínica e ele vai ficar alguns anos.
Perigo: Não estou passando pano, só não quero que seja algo doloroso para a nossa família. - também se levantou - A Clara e ele são como unha e carne, mesmo ele fazendo essas atrocidades, ela ainda não vive sem. - olhei para ele por cima do ombro da minha mãe - Tem a sua mãe também.
Íris: Só da mais essa chance pra gente. a respirei fundo - Vamos colocar ele em uma clínica boa e bem distante. - assenti sem olhar para ela - Prometo que ele nem vai saber para onde está Indo.
Mendes: Se ele fugir, eu vou matar. - falei olhando para a minha mãe - E não vai ser tu que vai me fazer mudar de ideia, está ouvindo? - ela assentiu
Virei as costas e sai da sala.
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Herdeiros do comando
Novela Juvenil> Segunda temporada de "Visita Íntima" Entre vielas e beco, contando sempre com a fé, seja o que Deus quiser... Sua mãe chora primeiro, porque tu é Zé mané, prazer sou herdeiro do comando, blindadão de fé!