Capítulo 10

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Caio

Permaneci no porta-malas por um longo tempo.
Não era isso que tínhamos combinado.

Ouvi algumas vozes e tentei prestar atenção na conversa, mas estava distante para entender o que estavam conversando.

Papo reto, tô no maior ódio, já era pra terem me liberado!

Ouvi a porta ser aberta e percebi um pouco de claridade, ainda estava amarrado, com a vendas nos olhos e um pano amarrado na boca.

Me puxaram para fora do carro, quase caí, mas alguém me segurou.

A pessoa foi me empurrando para algum lugar e eu apenas tentei me equilibrar.

Me empurraram e eu caí sentado em algum lugar.

Me remexi tentando soltas as minhas mãos.
Maio e agonia ficar assim.

Tiraram a venda dos meus olhos e em seguida desamarraram da minha boca.

Caio: Achei que nunca ia ser liberado nessa porra. - falei bravo - me desamarra aqui. - me encaixei para levantar, mas o cara me deu um empurrão - Que porra é essa, irmão?

- Irmão? Tá perdido em Marte, filhão? - cruzou os braços - Aqui não tem seu irmão não porra!

Caio: Como assim? - perguntei confuso - Sou aliado de vocês. - ele gargalhou - Chama o Tenebroso.

- Ele não quer ideia contigo não, pau no cu. - falou rindo - Tu é o maior comédia da história, caiu direitinho no nosso papo.

Caio: Não tô entendo. - bufei -Mandei o papo serin pra vocês, contei aonde está os bagulho é tão agindo com pilantragem do meu lado, parceiro? Tá achando que aqui é filho de pai assustado? - gritei - Chama o pau no cu do teu chefe, agora!

- Quem agiu na pilantragem com a tua própria família, foi tu. - negou - Eu nunca vi um cara tão ganancioso igual a você...preferiu trair a própria família, apenas por um título no crime...tu é o maior orário da história, parceiro. - negou e cruzou os braços - Se tu traiu a sua própria família, é capaz de trair todo mundo. Facção não compactua com pilantra.

Caio: Eu não tenho nada pra falar contigo não, já mandei tu chamar o seu chefe.

- Namoral, tu é surdo? Ou tá se fazendo de louco? - se aproximou - Meu chefe não quer ideia com tu não, comédia! - deu um tapa na minha cabeça

Caio: Vocês tudo vão morrer...sabem né? - perguntei sorrindo - Conhece a fama do meu pai? - arqueei a sobrancelha - Se tu não conhece, é melhor ir atrás pra ver quem ele é.

- Tu conhece a fama do teu pai e mesmo assim traiu ele, corajoso...-bateu palmas - Vou ficar honrada se eu puder ver ele descobrindo isso.

Caio: Meu pai não vai acreditar em vocês. - dei um sorriso de canto - Tu acha mesmo que entre vocês e eu, eles vão confiar em vocês?

- Ele pode até desconfiar...mas a tua irmã vai saber toda a verdade. - se aproximou da porta - Aliás...ela vai presenciar a sua tortura. - abriu a porta e saiu

Como assim ela vai presenciar a minha tortura?
Que irmã que eles sequestraram?

Acho que estão apenas tentando consumir a minha mente é isso eu não vou deixar.

Meu pai nunca vai acreditar que eu trai ele, se o TCP não tiver provas, isso tudo vai parecer como um sequestro.

Vou aguentar firme, uma hora eles vão ver que eu não tenho valor.
(...)

O mesmo cara de mais cedo entrou na sala, sorridente.

- Vamos dar uma voltinha e reencontrar um parente que tu não vê tem um tempinho. - se aproximou com um pano em mãos - Ela está ansiosa pra ter ver.

Caio: Ela quem? Minha mãe? - perguntei assustado - Se tu sequestrou a minha mãe, tu vai morrer filha da puta! - ele gargalhou

- Não...- fez careta debochando - Tua mãe é sem graça, não teria adrenalina nenhuma...é uma melhor. -sorriu e colocou à venda em meus olhos

Caio: Filha da puta, tu vai morrer desgraçado! - gritei relutando - Arrombado!

- Arrombado é o teu pai, aquele comédia. - me puxou - Vai namoral, se não eu vou matar a gostosa da tua irmã com um tiro bem na testa.

Paralisei.
Não estava acreditando que eles estavam com uma das minhas irmãs.

Isso não pode estar acontecendo.
Porra, minha família!

Ele foi me guiando, estava ainda em choque com o que ele tinha falado.
O mesmo me empurrou e eu caí no chão.

- Aqui eu já tenho a metade da família. - ouvi uma voz rouca - Vou destruir ele, todos que amam ele e todo o império que ele construiu!

Senti me puxarem pra cima e me empurrarem, me colocaram sentado.

Tiraram a minha venda e eu vi a Lara amarrada em uma cadeira, com os olhos cheios de lágrimas e com o rosto vermelho.

- Prazer, tio gordo. - o cara mais uma vez falou - Tirem o pano da boca dele, quero ouvir o que ele tem pra me xingar. - gargalhou

Um cara se aproximou e desamarrou o pano da minha boca.

Caio: Filha da puta arrombado, meu pai vão matar todos vocês! - gritei - Solta ela agora!

Gordo: Nossa, tua mãe não te deu educação? - se sentou em uma cadeira de frente para a Lara - É de se imaginar, ela é mal educada igual!

Caio: Lava a tua boca imunda pra falar da minha mãe, arrombado! - tentei me soltar da cadeira - Tu tá fodido, pelá saco! - sorri - Vai morrer e eu vou fazer questão de assistir.

Gordo: Eu tô doidinho pra bater de frente com o teu pai. - negou sorrindo - Imagina a cara dele vendo que eu estou vivo e ainda estou com dois filhos dele...nossa, vai ser lindo. - colocou a mão no queixo

Caio: Solta ela, Gordo. - falei sério, com o coração disparado - Vamos troca um papo de homem pra homem...solta a minha irmã.

Gordo: Tu é moleque, não tenho nada pra conversar contigo não. - se levantou e arrumou a roupa - Meu papo é com o teu pai. - caminhou até a porta - Minha primeira intenção era torturar vocês dois pra conseguir informações, mas não preciso ir atrás dele, é só eu mandar umas fotos e pronto, ele tá aqui na minha porta de joelhos.

Lara: Deixa a minha família em paz, cão! - gritou com algumas lágrimas escorrendo, ele saiu da sala gargalhando

Caio: Vai ficar tudo bem, Lara...eu vou tirar a gente daqui.

- Tu que colocou ela nessa situação, tem que tentar tirar mesmo. - um dos caras falou e cruzou os braços - A família tem que ser a sua prioridade, não o crime!

Lara: Do que ele está falando, Caio? - me olhou confusa

Caio: Nada...ele tá inventando coisa, não acredita no que ele fala! - o cara saiu da sala rindo

Os outros dois foram junto e ficamos sozinhos.

Caio: Eu vou tirar a gente daqui, não se desespere!

Lara: Tirar a gente daqui como, Caio? - gritou - O pai nem imagina que eu sumi....meu Deus...eu vou morrer! - começou a chorar desesperadamente

Caio: Não vão morrer, eu não vou deixar! -ela me olhou com ódio no olhar

Lara: Não vai deixar? Quem é tu, Caio? - gritou novamente - Não é porra nenhum...é só um adolescente rebelde que quer viver na vida do crime achando que é um morango, se toca, cara!

Herdeiros do comandoOnde histórias criam vida. Descubra agora