Clara
Neguinho: Tá dando para o meu irmão né, safada? - apertou mais forte os meus braços
Clara: Murilo, pelo amor de Deus! - tentei me soltar, mas não consegui - Eu já disse o que aconteceu, acredita em mim! - implorei
Neguinho: Acreditar em você? Ele estava com a mão na sua coxa! - gritou no meu rosto - Se eu não tivesse chegado tu estaria dando pra ele sua puta barata! - soltou os meus braços e deu um tapa no meu rosto
Clara: Murilo! - gritei repreendendo ele - Tá maluco? - coloquei a mão no rosto e algumas lágrimas escorreram - Porra, Murilo! - bati o pé
Neguinho: Quem tá maluca é tu! - apontou o dedo na minha cara - Se eu ver tu de gracinha com ele de novo, vou quebrar a tuas pernas! - segurou forte o meu rosto - Tá me ouvindo?
Tirei rápido a mão dele do meu rosto e me afastei.
Clara: Não da mais. - falei firme - Eu não quero mais! - peguei o meu celular na cama e fui em direção a porta
Neguinho: Se tu sair por essa porta nunca mais volta. - olhei para ele por cima do ombro - Esquece tudo o que a gente viveu e me esquece!
Fiquei parada ali na porta por alguns segundos.
Neguinho: A escolha é tua. - deu de ombros - Tu sabe que o único que te dá amor sou eu.
Clara: Você me bateu! - gritei
Neguinho: Eu perdi a cabeça, Clara. - passou a mão no rosto respirando fundo - Perdia a cabeça...perdi a cabeça porque eu te amo. - se levantou com lágrimas nos olhos - Eu te amo...te amo mais que tudo! - colocou as duas mãos, segurando o meu rosto - Me perdoa. - falou baixinho e encostou a sua testa na minha - Me perdoa, amor.
Clara: Murilo...- me afastei
Meu coração estava acelerado, meu rosto ardendo com o tapa e as minhas mãos suando.
Ele nunca tinha dito que me amava.
Clara: Murilo...eu...- respirei fundo e me sentei na cama - Eu não vou ir embora, mas isso não pode acontecer de novo.
Neguinho: Não, não, não. - se aproximou e se ajoelhou na minha frente - Isso nunca mais vai acontecer, amor. - segurou as minhas duas mãos e beijou as duas - Me perdoa! - assenti
Clara: Se isso acontecer de novo, eu vou ter que contar para o meu pai. - ele negou rapidamente
Neguinho: Não precisa, amor. - beijou a minha mão direita - Eu nunca mais vou fazer isso contigo...prometo!
Clara: Tudo bem...eu tenho que ir agora. - me levantei
Negrinho: Não...tu não ia dormir aqui? - neguei - Vai pra onde?
Clara: Vou para a casa da minha irmã. - abri a porta - Depois a gente se fala. - passei pela porta e fechei
Desci as escadas e o Th ainda estava na sala.
Th: Você está bem? - me olhou e eu assenti - Tem certeza? Ouvi uma gritaria lá em cima, mas não quis me intrometer.
Clara: Estou bem sim, não se preocupa. - mostrei um meio sorriso
Th: Se ele fez alguma coisa contigo fala, eu posso te ajudar. - se levantou
Neguinho: Ela disse que está bem, tu não ouviu porra? - gritou do alto da escada
Th: Não perguntei pra tu. - olhou para ele e em seguida voltou o olhar para mim - Você tem certeza que está tudo bem? - assenti - Qualquer parada tu me chama, demoro?
Clara: Obrigada, mas não vou precisar. - abri a porta e sai
(...)
Lara: O que aconteceu, Clara? - sentou ao meu lado no sofá - Está com cara de choro e faz cinco minutos que tu não diz uma palavra. - olhei para ela - Me conta o que aconteceu.
Clara: Nada. - sorri - Está tudo bem!
Lara: Eu te conheço, Clara. - respirei fundo - O que aconteceu?
Clara: É uma história longa. - tentei me desviar do assunto
Lara: Tenho todo tempo do mundo. - colocou o celular no sofá e se ajeitou me olhando - Bora, pode começar.
Clara: Eu não sei se quero falar disso. - desviei o olhar
Lara: Mas tu vai! - falou autoritária - Anda logo.
Clara: Eu...eu e o Neguinho estamos ficando tem um tempo. - falei apertando os dedos - E tipo assim...- abaixei a cabeça - Eu perdi a minha virgindade com ele.
A sala ficou em silêncio por longos minutos, até eu ter coragem de levantar o rosto e olhar para ela.
Lara estava com a mão na boca e sem reação.
Clara: Não faz muito tempo isso, foi aquele dia do baile. - suspirei - Eu...eu não queria...não. Não é que eu não queria....é que, não sei....acho que não estava preparada. Aí. - bati as mãos na coxa - Eu não sei! - meus olhos se encheram de lágrimas
Lara: Isso pode piorar? - olhei para ela e assenti devagar - Meu Deus, Clara. - colocou a mão na boca novamente - Termina. - passou a mão no peito - Termina de contar logo antes que eu tenha um infarto.
Clara: Ele me pediu e eu fui. - senti meu rosto queimar - Mas não era o meu momento, só que eu não queria perder ele. - suspirei e algumas lágrimas escorreram - Eu...acho que amo ele, não sei...Lara, eu não sei porque eu fiz isso.
Coloquei as duas mãos no meu rosto.
Senti as mãos dela em meus braços e a mesma puxou para baixo.Lara: Amor...- me puxou para o colo dela, deitei a cabeça - Está tudo bem. - disse baixinho - Fica calma e termina de me contar.
Continuei chorando no colo dela.
Eu não sabia se falava a verdade ou se só contava essa parte.
Tenho medo de perder ele.
Eu preciso dele!Lara: Clara. - levantei a cabeça e me endireitei no sofá - Termina de contar.
Clara: Foi isso. - senti um nó no estômago - Eu não sei se ele me ama o tanto que eu amo ele e isso me dói muito. - suspirei
Lara: Ele não ama. - neguei segurando o choro - Ele não te ama da mesma forma ou mais. - desviei o olhar para a televisão - Se ele te amasse, teria ido falar com o nosso pai antes de pedir pra tu perder s virgindade com ele. - olhei para ela com lágrimas nos olhos e uma dor no estômago - Ele teria passado por cima de tudo e todos por você, mas ele não fez.
Clara: Não quero mais falar desse assunto. - respirei fundo engolindo o choro
Lara: Pensa nisso que eu te disse. - colocou a mão em cima da minha e eu assenti - Se precisar de qualquer coisa eu estou aqui. - apertou a minha mão - Te amo, minha pequena. - passou a mão no meu rosto e levantou o mesmo - Tu não merece pouco, lembre-se sempre disso.
Clara: Te amo. - sorri
Lara: Vamos fazer um brigadeiro. - levantou do sofá - Noite das meninas! - gritou dançando estranho e eu ri
Fui atrás dela para a cozinha.
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Herdeiros do comando
Teen Fiction> Segunda temporada de "Visita Íntima" Entre vielas e beco, contando sempre com a fé, seja o que Deus quiser... Sua mãe chora primeiro, porque tu é Zé mané, prazer sou herdeiro do comando, blindadão de fé!