Voando ao teu coração

Sempre senti amor

Após três dias passeando eles voltaram para casa. July estava super feliz com a viagem, e Tomy, ainda sentia a falta de Isa, mesmo sem ter trocado duas palavras com ela.

- Sejam bem vindos, já estava com saudades. - falou Pierry.

- Oi, Pierry, o passeio foi ótimo. - disse July.

- Vou levá-la para tomar um banho.  - disse a babá.

- Banho, Kátia? Queria comer um pedaço de torta.

- Primeiro um banho, depois voltamos para lanchar.

Tomy deixava July sempre feliz. Como a sua presença na vida dela fazia diferença a cada dia mais.

- Que cara é essa, senhor Tomy? - perguntou Pierry.

- Encontrei a Isa durante a viagem.

- A aeromoça?

- Sim, eu quase morri!

- Eu sabia que ainda gostava dela.

- Ela estava no voo, a July ficou apaixonada por ela.

- Coisas do destino, meu caro, pense nisso.

- Vou descansar, a minha cabeça está péssima, não via a hora de voltar para casa.

- Vai procurá-la?

- Não!

- Eu sei que vai! Pode não ser agora, mas irá acontecer.

O coração falava para ir, já a razão, dizia que não.
Enquanto isso, os dois viviam o amor à distância, se machucando ao invés de estarem juntos e felizes.

- Por que não sai da minha cabeça? Sai, for favor, me deixa viver. Posso não ser perfeito ou ser aquilo que sonhou, mas eu amo você. Só queria te ter ao meu lado. - pensava Tomy.

A chura começara a cair, e os dois pensavam um no outro, olhando pela janela. A dor que sentiam mesmo sem terem vivido uma grande história de amor, machucava lá no fundo.

- Eu amo você, Tomy, e como eu amo!
Se eu pudesse, voltaria no tempo e falaria mil vezes sim. - pensava Isa.

Como podiam se amar tanto e viverem separados?

- Senhor Tomy, vai ao encontro do seu amor. - disse Pierry, aquele velho amigo.

- Você de novo, Pierry, eu quero ficar sozinho.

- Só quero ver o senhor feliz.

- Eu sou feliz!

- Desse jeito, sozinho pelos cantos e sofrendo?

- Me deixa sozinho!

Ele ficou trancado por horas no quarto, e no final da tarde, pegou o carro e saiu sem avisar onde ia.
Andou de carro por vários lugares e passou em frente à casa de Isa. De longe, avistou a mulher que tanto amana no jardim, brincando com a coelhinha que tinha dado de presente.

- A Belinha, como cresceu, que gracinha! A Isa parece tão bem, está linda! Deve estar feliz, longe de mim. - falou Tomy.

Ele ficou por alguns minutos olhando para ela, encantado por aquela mulher que tanto amava.
Lembrava das palavras de Pierry e Kátia, falando para ele correr atrás do amor, mas não conseguia. O medo da rejeição o deixava inseguro e não queria sofrer novamente.
Ela notou que estava sendo observada, e quando percebeu por quem, ele acelerou o carro e a deixou com o coração entristecido.

- O Tomy, era ele? Tenho certeza! Será? Não consegui ver direito. Deve ser coisa da minha cabeça. Vamos, Belinha, está esfriando. - disse Isa.

Ele não conseguiu se aproximar e nem fazer o que realmente desejava, mas as incertezas se havia esquecido o que viveram, acabaram sendo substituídas pelo mais puro e verdadeiro amor.
Ele parou o carro na estrada, voltava a chover. Como amava aquela mulher, era de doer. Chorava por aquilo que teve tão breve, porém intenso.
As mãos batiam fortes no volante, até parecia querer tirar aquela dor, mas não conseguia.

- Eu vou te esquecer, eu sei que vou. - falou Tomy.

Ele só queria ficar sozinho e poder colocar para fora todo aquele sentimento.
Mal sabia ele que Isa também sofria, e como queria estar ao seu lado naquele momento.