capítulo 11

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Chegaram ao apartamento que Basil e Polly alugaram para poderem ficar essa semana em Garça Branca por volta das 9 da noite, todos cansados do dia exaustivo que tiveram, principalmente Sunny e Basil.

Sunny observou um pouco o apartamento, analisando cada pequeno detalhe. Não estava muito bagunçado, já que Basil era alguém organizado e Polly era responsável com cada detalhe.

Tinha um sofá verde com algumas almofadas coloridas espalhadas pelo sofá, uma televisão grande, uma varanda que dava em direção á um museu, e varias plantas colocadas em cantos iluminados. Desde que era uma criança Basil sempre teve o cuidado de deixar suas plantas com alguém responsável ou levar consigo as plantas que não poderiam se cuidar sozinhas por mais de uma semana, e o segundo era o caso.

Olhou para a esquerda, onde estava a mesa de jantar com um candelabro posicionado bem ao centro, que não combinava nem um pouco com o resto da decoração, e a entrada para a cozinha, que ele sentiu preguiça de ir olhar, e para o corredor dos quartos.

Haviam dois quartos, o primeiro era de Polly, um quarto com cortinas brancas e uma grande cama de casal só para ela, com uma pequena escrivaninha com um lap-top posicionado bem ao centro e vários livros de enfermagem ao seu lado.

O outro era de Basil, onde tinha uma beliche na qual apenas a cama mais baixa estava ocupada, um guarda roupa de madeira não muito grande e que passava uma sensação desconfortável, e um papel de parede florido, dando destaque a rosas, gladíolos, girassóis, tulípas, orquídeas e um cacto.
Este era o quarto onde Sunny iria dormir aquela noite.

Não havia trazido nada consigo além do livro de bolso "Contos de Edgar Allan Poe" e seu celular, já que foi da rua direto para alí, então não teve muito trabalho ao chegar alí.

Basil regou algumas de suas plantas, sem falar uma palavra, enquanto Sunny o observava. Polly já havia ido dormir em seu quarto á cerca de uma hora atrás, deixando os dois sozinhos.

Sunny lia o conto do "O Barril de Amontilhado" aos murmúrios, que desde sempre foi sua história favorita. Basil não estava prestando atenção direito, e Sunny notou isso, então logo, ele perdeu o interesse.

- Basil...- disse Sunny, colocando seu livro de bolso em um canto qualquer. Apesar de ter começado a falar, não tinha idéia do que dizer.

Mas a sorte (ou azar?) Estava do seu lado, e seu telefone começou a tocar. Era uma chamada de vídeo do Kel, que Sunny imediatamente atendeu. Kel estava em seu quarto, deitado na cama.

- Oi Sunny! Como é que você tá? - gritou Kel, imediatamente se levantando e andando pelo próprio quarto, sem conseguir ficar parado.

- Ei Sunny, é o Kel? - perguntou Basil, parando o que estava fazendo e sentando-se no sofá, ao lado de Sunny, olhando para Kel pelo celular.

- Basil! Meu camarada! - Kel disse, em um tom ainda mais alto que antes, o que não era muito bom no áudio estourado de Sunny - Vocês estão passando um tempo juntos?

- Sim, minha mãe está em um hospital psiquiátrico por ter atacado o Basil e meu pai sumiu. - respondeu Sunny, indiferente.

- Minha nossa! - Kel exclamou, tropeçando em alguma coisa, enquanto andava e falava. Nada mais justo, já que estava totalmente distraído.

- Ah, mas está tudo bem conosco, não se preocupe! - disse Basil, se preocupando com o amigo. Em sua parte, era uma mentira, e na de Sunny ele acreditava ser verdade - E como estão as coisas em Tão - Distante, Kel?

- Cara, não tá muito legal...- admitiu Kel, ainda sorrindo - Mas não é nada que não passe!

- Se quiser falar sobre, somos todo ouvidos, né Sunny? - Sunny assentiu.

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