Capítulo 12

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Basil acordava lentamente, abrindo seus olhos azuis para finalmente começar o dia.

A primeira coisa que viu foi um cabelo negro liso bem na sua cara, que cheirava a sabonete de coco e tinha a textura de teias de aranha. Basil se afastou um pouco, se levantando e olhando para Sunny. Ele estava de olhos abertos, o que tirou um grito genuíno de Basil, que esperava vê-lo de olhos fechados, dormindo.

– Dia.

– B-bom dia...– gaguejou Basil, se levantando da cama de Sunny – se você acordou, não poderia ter levantado?

– Não quis te acordar. – disse, levantando-se e cruzando as pernas – você me abraçou como se eu fosse um ursinho.

Basil olhou para sua própria cama, embaixo da de Sunny, e viu seu ursinho de pelúcia, Daisy, alí. Deve ter feito falta do brinquedo e descontado em Sunny.

– Desculpa...– murmurou ele, mechendo um pouco nas mechas de seu cabelo.

Sunny balançou a cabeça, e fez um leve cafuné em Basil, como se ele fosse um pequeno gatinho. Então ele se levantou e foi para cozinha comer algo. Polly já estava lá, no telefone, com uma cara séria. Pelo jeito não havia percebido Sunny alí.

– Sim...Eu sei...Vou falar com ele... Sim... Não... Posso fazer isso... Acho que não é uma boa idéia...aham...aham...okay...– dizia ela, repetidamente, enquanto mexia uma massa de pão de ló, sem notar que ela já estava no ponto – eu não vou fazer isso. Não adianta me pedir... Sinto muito... Ele não tem mais ninguém... Não... não...me recuso! – largou a massa, elevando a voz. Sunny pegou a receita no balcão e continuou do ponto que Polly parou, enquanto a jovem estava ao telefone – Me escuta, vocês não podem simplesmente querer que ele simplesmente supere dessa forma... não, mas... não fala isso...eu não ligo para esses boatos! Eu não vou deixar ele nem o amigo dele na mão! – ela gritou, e jogou o telefone contra a bancada, criando uma rachadura no azulejo.

Só então, ela reparou Sunny fazendo pão de ló, e voltou a sorrir.

– Bom dia, Sunny! Você é tão silencioso! Nem te vi chegar! – ela riu sem graça, mas vendo que Sunny não riu de volta, soube que ele ouviu.

– Era sobre mim ou sobre o Basil? – ele perguntou, enquanto colocava a massa no forno com um pano de prato no qual ele encontrou jogado.

– Ambos, na verdade. – ela confessou, supervisionando para que Sunny não se queime com o forno – era da delegacia. Eles pediram que você vá até lá mais tarde. Sua mãe vai ser internada.

– Entendo. – ele se levantou e deu mais uma lida na receita – confesso que já esperava esse resultado. E quanto ao Basil?

– Ah, sim! Não conta para ele ainda, é uma surpresa, mas eu estou planejando assinar alguns papéis e... Adota-lo.

– Sério? Que bom! – Disse Sunny, com um pequeno sorriso – ele vai gostar de saber disso!

– Saber do quê? – perguntou uma voz angelical atrás dos dois, sem se dar conta do que estava acontecendo.

– Que eu encontrei uma receita vegana de pão de ló! – exclamou Polly, desviando completamente do assunto em um segundo, dando um pequeno pulinho como uma criança.

Sunny nem sequer sabia que Basil era vegano.

Basil bateu palmas e sorriu, olhando para o forno, elogiando o quanto cheirava bem. Em pouco mais de meia-hora, os três estavam comendo um delicioso pão de ló e um suco de melancia. Sunny não quis beber, olhando fixamente para Basil, esperando algo acontecer.
Foi um alívio ver que nada aconteceu. Talvez estivesse apenas um pouco traumatizado.

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