Helena I

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Hera não tem filhos semideuses e esta história não irá alterar isso. Boa leitura.


I

                                  HELENA


Acordar sem ter qualquer tipo sonho estranho foi um verdadeiro alívio, mas ver quem estava em sua frente fez Helena preferir ter tido mil pesadelos. A visão de Hera fazendo café da manhã era horrível.

Helena estava deitada em uma cama extremamente confortável em um lugar com paredes cinzas e chão claro. Não havia muitas coisas além de pilastras gregas e uma estátua enorme de Hera. A garota deduziu que estava no Chalé 2, seu chalé.

A garota se sentou coçando os olhos. Além do colchão macio, a cama tinha travesseiros fofinhos e cobertas quentinhas. No canto do chalé estavam o Raio Mestre, o cajado de Hera e suas penas de pavão.

O cheiro de pão de queijo quentinho e leite com chocolate se fazia bem presente no ar, trazendo lembranças de dias comuns na casa de Helena, quando acordava cedo para ir a escola e sua mãe preparava seu café da manhã. Tempos bons que infelizmente não voltariam mais...

Hera estava de costas para Helena arrumando as coisas em cima de uma mesinha, que provavelmente surgira ali por magica dela.

Helena deu uma olhada para a porta e pensou em sair correndo. A garota tirou as cobertas de cima dela e pôs o pé para fora da cama lentamente, afim de não fazer barulho.

— Nem pense nisso, Helena — disse Hera, fazendo a garota quase morrer do coração pelo susto.

A deusa se virou para Helena com uma bandeja lotada de pães de queijo quentinhos e um copão de achocolatado com canudinho colorido.
Sorrindo gentilmente, Hera caminhou até a cama e deixou a bandeja na frente da garota.

Helena estava perplexa e extremamente confusa, sua mente se encontrava de ponta cabeça, perdida em seu próprio labirinto. Alguns minutos (ou horas, dias, semanas, Helena já não tinha mais ideia do tempo) atrás, quase morrera nas mãos de Zeus e agora estava ganhando café na cama. Tinha finalmente descoberto quem era seu parente divino e ainda não decidira se gostou ou não.

Além de sua cabeça estar uma perturbação com milhões de perguntas, seu coração também havia se tornado um caos. Tudo o que Helena mais queria agora era desabar no colo de sua mãe... Mas não dessa mãe.

Hera se sentou na cama de frente para Helena e a ficou encarando em silêncio. O estômago da garota denunciou sua fome e, mesmo receosa, acabou se rendendo ao cheiro e à aparência do pão de queijo. Quando se deu conta, já tinha comido metade do prato e bebido quase todo achocolatado.

Para a sorte de Helena, ou graças à magia de alguém, seu corpo não doía como o esperado, estava apenas dolorida como se tivesse feito muitos exercícios no dia anterior.

Hera, de repente, colocou uma mecha de cabelo da garota para trás da orelha, deixando o rosto de Helena mais visível. Um pequeno gesto, mas que desconcertou Helena por completo, a fazendo se lembrar de que teria que encarar sua nova realidade, querendo ou não, Hera era sua mãe.

Helena terminou a refeição, que estava deliciosa, e limpou o rosto com um guardanapo que estava na bandeja. Suspirou em seguida e encarou a deusa, cara a cara com ela. Helena entendia o desconforto dos semideuses na sua presença, era muito parecida com a mãe, os olhos verde-azulados, o nariz retinho e os lábios rosados, parecia até que estava diante de sua versão mais velha.

— Sei que temos que conversar — disse Hera. — Responderei todas as suas perguntas — a deusa mexeu a mão e a bandeja vazia simplesmente sumiu.

Perguntas... Helena tinha tantas, que nem sabia por onde começar, ela apenas abaixou a cabeça. O silêncio da garota fez com que Hera continuasse:

A Princesa do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora