Percy XVII

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XVII


PERCY

— PERCY! — gritou Will. O garoto havia caído estatelado em cima das gramas secas, seus olhos estavam tão arregalados que parecia que iriam saltar para fora.

Percy abaixou Contracorrente soltando o fôlego. Quase mandara Will morar com o sogro.

Essa era a segunda vez que Percy quase matava o par romântico de alguém que ele, definitivamente, não queria ter como inimigo.

— Me assustou! — reclamou Percy.

— AH! EU TE ASSUSTEI?! — gritou Will, incrédulo. O garoto se levantou resmungando e tirando os galhos de grama da roupa. Alguns ficaram em seu cabelo, parecendo antenas de inseto.

Percy o ajudou a subir na estação, ignorando suas reclamações e elogios nada agradáveis.

— Will? — chamou Nico. — O que faz aqui? — indagou ele, surpreso. Percy agradeceu mentalmente pelo garoto não ter aparentado estar com raiva.

— Seu pai me trouxe aqui! — respondeu Will. — Apareceu no meu chalé, me deu um tapa na nuca e me mandou vir falar com você!

Will foi até Nico, o filho de Hades o encarava ainda surpreso, Percy não sabia dizer se ele estava feliz de ver Will, ou não. Nico era difícil de decifrar.

— Desculpa ter te chateado — pediu o filho de Apolo. — Fui idiota, não foram comentários legais e eu não vou fazer esse tipo de coisa outra vez, prometo.

— É melhor mesmo — disse Nico, sério.

Will engoliu seco e ajeitou a gola da camisa. Nico soltou um risinho nasal e tirou os galhos do cabelo louro do namorado.

— Incrível — resmungou Reyna, claramente não achando nada incrível. — Mais um membro para a missão, já estamos em pouco número mesmo.

— Devia agradecer por eu ter aparecido, Reyna — rebateu Will. — Como puderam sair em uma missão dessas sem levar um médico?

Reyna revirou os olhos e cruzou os braços.

— Espero que caibam todos no trem... — disse Leo, bem na beirada da estação, ao lado dos trilhos.

O som estrondoso da buzina do trem, surgindo de repente, fez Leo dar um pulo alto feito um gato.

Parando lentamente na estação, o trem realmente fazia jus ao dono. Uma locomotiva a vapor de apenas dois vagões, a cabine e um de passageiros. Antigo, como os de filme de faroeste, combinando com a estação e o lugar todo.

Era feito de algum material inteiramente preto, e todas as partes, que em um trem comum, seriam de ferro, neste eram de ossos.

Da chaminé, saía uma fumaça densa e escura, com um cheiro fortíssimo de enxofre.

Percy se perguntou se esse trem fora usado antigamente para levar almas até o Mundo Inferior, ele esperava que não.

O grupo se juntou e encarou o maquinista: um esqueleto de óculos escuros e quepe preto. Ele se virou para eles, acenou desajeitadamente, parou e sua mandíbula caiu.

— Nossa... — soltou Helena, levemente assustada.

— É... coisas de Hades — disse Nico, dando de ombros.

Apesar do cheiro de lugar velho, o vagão dos passageiros era bem arrumado, com bancos confortáveis e acolchoados em tons de vinho, as janelas largas sem cortinas, davam vista para todo o percurso, o trem partia em velocidade.

A Princesa do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora