Percy XXXI

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XXXI

PERCY

Seria bom ter sido avisado antes de teletransportar. Apesar de não ser a primeira vez viajando desta maneira, Percy estava extremamente enjoado, a sensação era de que seu estômago fora todo revirado, literalmente.

Os dois semideuses haviam rolado morro abaixo em uma floresta, as folhas caídas no chão estavam úmidas assim como a terra sob seus pés. Era noite e o vento gelado soprava na nuca de Percy. Ele não tinha a menor ideia de onde estavam. 

— E então, — começou ele. — seu poder de teletransportador também vem com GPS?

— Muito engraçado e não, não vem — a garota olhou em volta tentando se localizar, sem sucesso também.

Percy notou que os joelhos descobertos — por estar de shorts jeans — da garota estavam ralados e sangrando. Quando o garoto subiu o olhar para o rosto dela, viu que seu nariz também estava e no segundo seguinte, seguindo os passos de Jason Grace, Helena desmaiou. Percy a segurou antes que caísse no chão.

Andar com Helena era o mesmo que carregar um um amuleto de azar no bolso. Já não bastava estar perdido em uma floresta desconhecida, Percy ainda estava tendo que carregá-la no colo.

É bom que Jason não ache ruim depois, pensou ele.

Percy não tinha rumo. Conseguia sentir alguns riachos por perto, mas nada de mar, o que significava que não estavam perto da costa. Um avião comercial cruzou o céu indo para o oeste, de repente, voando não muito alto, o que talvez significasse que ele iria pousar, ou seja, deveria ter uma cidade e com aeroporto naquela direção. Percy seguiu a oeste.

Helena não era pesada, mas Percy já estava cansado de mantê-la em seus braços, e ela não dava nenhum sinal de vida. O garoto bufou e continuou caminhando.


Como se não bastasse a situação toda, Percy ainda foi atacado por um monstro. Uma Ave do Lago Estínfalo, que arremessou Helena e ele contra as árvores assim que surgiu na frente deles. A garota foi obrigada a acordar, enquanto Percy defendia os dois com a Contracorrente. Mais um monstro que tinha como objetivo a morte da filha de Hera.

Percy estava cansado e seu desempenho começou a falhar, mesmo que essa Ave não fosse tão gigantesca quanto elas normalmente são, as coisas estavam ficando muito difíceis. O monstro se aproveitou disso e o derrubou no chão úmido, a Contracorrente caiu longe de Percy, enquanto Helena gritava. A Ave grunhiu e se preparou para perfurar o garoto com seu bico de ferro.

Seria uma morte extremamente ridícula para Percy Jackson e a maior vingança para Ares, não o matou afogado, mas sim por cansaço contra uma galinha gigante.

Uma flecha voou, repentinamente e acertou em cheio o peito da ave, que grunhiu alto e se desfez em pó. Percy soltou o ar aliviado e se sentou. Helena correu até ele, verificando se estava inteiro, aparentemente sim, por sorte mais uma vez.

O reflexo da luz da lua bateu na ponta da flecha contra o rosto de Percy, o fazendo perceber que o  material era extremamente afiado e prateado. Foi fácil de saber quem era a dona.

Thalia se aproximou deles ajeitando o arco em suas costas.

— Jackson — cumprimentou ela.

— Oi — Percy se levantou com a ajuda de Helena e passou as mãos em sua calçada limpando as penas da galinha gigante.

Thalia estava como sempre, jovem, a mesma aparência desde a última vez que Percy a viu. Os curtos cabelos pretos, a tiara prateada, as roupas do "rock", sempre o oposto de Jason Grace. A caçadora encarou Helena por um instante, em
silêncio.

A Princesa do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora