༺ Capítulo 16 ༻

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Dia Quatro - Parte Um.

Os tolos alheios se tornam um pouco menos alheios.

🐇

— Não posso...

Bunny se sentou reto, com as orelhas girando e os pêlos erguidos, afastando os estranhos sonhos de flores na neve.

A sala ainda estava escura e o ar estava denso com o cheiro amargo de medo e pânico. Ele piscou rapidamente, forçando seus olhos a se ajustarem. — Jack?

O duende estava encolhido como uma bola de lado, tremendo, sem um único cobertor sobrando sobre ele. Ele parecia terrivelmente minúsculo sob o brilho fraco do globo de neve. — Não pode...

— Ei – Disse Bunny calmamente, sacudindo seu braço. Ele puxou a pata de volta com a mesma rapidez. — Caramba, cara. Você está congelando!

Nem mesmo as proteções de Norte continham a magia de Jack. Sua camiseta estava congelada nele, e o travesseiro em que ele estava deitado estava coberto de gelo, se espalhando lentamente em padrões que teriam sido lindos se o culpado não estivesse tão angustiado.

Bunny rapidamente se desembaraçou dos cobertores, encontrando o mais grosso de todos.

— Eu... Eu não posso... – Jack respirou fundo como se estivesse lutando para respirar. — Eu... eu...

— Okay. Venha aqui... – Ele murmurou, o puxando para perto, colocando o cobertor em volta deles, agarrando os outros e fazendo o mesmo até que estivessem sob uma pilha boa e quente. — Você está bem. É um sonho ruim, apenas um sonho ruim. – Ele esfregou o frio nas costas de Jack, enfiando a cabeça de espinhos congelados sob o queixo. — Respira bem fundo.

Dedos gelados agarraram seu pelo. — Eu não... quero ir... não me faça voltar...

Bunny engoliu em seco com o desespero em sua voz, esfregando o nariz em sua orelha. — Você não vai a lugar nenhum, Floco de Neve. – Ele prometeu, o apertando. — Claro que não. Você vai ficar aqui comigo. Por mais uma semana, se você quiser. Duvido que Norte iria reclamar, o grande anfitrião que ele é, e eu... eu não deixaria ninguém lidar com suas bobagens, não deixaria.

De repente, Jack olhou para ele com olhos desfocados e semicerrados. Sua respiração desacelerou e seus tremores começaram a se dissipar.

Coelho suspirou de alívio. — Ai está. Pra dentro e pra fora, agradável e fácil.

— Roo. – Jack sorriu grogue, se aconchegando ainda mais nos braços de Bunny, o agarrando de forma desconfortavelmente apertada. — Ele é... meu kan'roo. Meu. Vá embora...

Bem, pelo menos meio adormecido era melhor que um pesadelo.

— Diga a eles, seu idiota. – Bufou Bunny com carinho, se lembrando do tempo que passaram na árvore apenas alguns dias antes, quando o duende sonolento se tornou estranhamente possessivo com seu jardim de flores de inverno.

Ele nunca admitiria isso em voz alta, mas adorava ver Jack nesse estado de sono, todo confuso, mal-humorado e enlouquecedoramente adorável.

— Pesadelo? – Ele perguntou, passando as garras pela geada espessa que cobria seu cabelo, sua pata ficando seca, como se estivesse simplesmente desaparecendo à medida que ele ficava mais calmo.

Ele brincou curiosamente com o gelo entre os dedos, observando os brilhos flutuarem.

Lindo.

— Memória. – Jack murmurou em seu pelo. — Mem'ria estúpida.

A pata de Bunny parou.

Uma memória?

— Jack. – Ele exalou, o abraçando mais perto. — Que lembrança triste faria você congelar metade da cama?"

I Just Wanna Be Somebody To Someone - Tradução (JackBunny) Onde histórias criam vida. Descubra agora