QUERIDA | Margot Russel é uma moça britânica cheia de sonhos e estudante de literatura em Londres. Ao perder o emprego ela começa a cogitar a ideia de largar o curso e voltar para sua cidade, porém, um novo trabalho surge e a faz mudar de ideia. Mar...
Olá leitores! Já vou avisando, preparem o coração e espero que me perdoem no final😬 Boa leitura!
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☆ MARGOT RUSSEL ☆
Tom paralisa na soleira da porta e afrouxa o aperto em minha mão. A tensão pesa sobre nós e, sem dizer nada, ele avança pela sala.
— Do que você está falando? — pergunta, se virando para mim.
— Você sabe. Nós dois — aponto. — Não podemos continuar.
Tom parece assustado e recua alguns passos.
— De onde tirou essa ideia? Eu fiz algo errado?
Sua voz está embargada, mas ele se segura para manter uma postura firme diante dessa situação. Respiro fundo antes de continuar.
— Não! Pelo contrário... você está sendo incrível.
— Não estou entendendo, Margot...
— Você não viu nada?
— Vi o quê? — Tom está ansioso. — Fale logo, por favor.
Pego meu celular no bolso e abro em algumas das mensagens que recebi nos últimos dias. Tom demora um tempo para terminar de ler todas, o suficiente para que eu consiga ver o quão indignado ele fica a cada linha lida.
— Eu... eu não sabia disso — diz, largando o celular no sofá. Apenas confirmo com a cabeça. Ele avança para me abraçar. — Me perdoa...
— Não precisa pedir perdão — mal consigo reagir a seu gesto, meus olhos se enchem de lágrimas.
— Como não? — Tom se afasta. — Essas pessoas estão te atacando gratuitamente por minha causa.
— Por conta de uma mentira — corrijo.
— Me perdoa, por favor. Eu posso resolver isso...
Por algum motivo Tom pega seu celular no bolso e faz menção de ligar para alguém. Avanço e seguro seu braço.
— Não, Thomas.
— Por que...?
— Essa é a sua vida, e eu não me encaixo nela.
Essa frase causa impacto nele, consigo enxergar a mágoa que toma seus olhos azuis.
— Não diz isso...
— Me desculpa — minha voz se mistura ao som do choro preso na garganta. — Eu tentei me colocar nesse meio e tentei entender como seu mundo funciona, mas eu não consigo — aponto para o celular no sofá, me referindo as reportagens falsas e as injúrias que recebi. — Isso é demais para mim. Essa exposição toda, essas mentiras. Perdi até uma das melhores oportunidades da minha vida por isso. Não dá mais.
