QUERIDA | Margot Russel é uma moça britânica cheia de sonhos e estudante de literatura em Londres. Ao perder o emprego ela começa a cogitar a ideia de largar o curso e voltar para sua cidade, porém, um novo trabalho surge e a faz mudar de ideia. Mar...
Mais um capítulo pronto pra vocês... espero que gostem e boa leitura!
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☆ TOM HIDDLESTON ☆
A biblioteca está mais cheia que o normal. Assim que entro o ar frio do ar-condicionado invade meus sentidos. Procuro um lugar para sentar e ler. Acabo por decidir ir para os sofás no canto da biblioteca. Enquanto passo os olhos pelas páginas sinto olhares sobre mim. É bem comum isso acontecer já que boa parte das pessoas me conhecem, porém um motivo em especial me faz erguer a cabeça e, quando faço isso, uma certa ansiedade se abate sobre mim ao ver que ela também está aqui.
Não sei seu nome, mas a vejo na biblioteca muitas vezes. Ela tem cabelos castanhos e usa franja, tem olhos da mesma cor — lindos, na minha opinião — e sempre está sentada naquela parte das estantes de livros. Hoje seus olhos estão fixos no livro de uma capa preta e posso ver "Hamlet" escrito em letras douradas — também gosta de Shakespeare, aparentemente, bom saber — e ao seu redor estão espalhadas folhas de jornal.
A algum tempo tenho a observado, mas só faço isso porque sei que é recíproco. Sei que às vezes me observa de relance, já percebi esse detalhe. Entretanto, todas as vezes que eu a fito de volta seu olhar desvia. Nesse exato instante a moça está tentando disfarçar que me olhava encarando o livro a frente.
Com isso, um interesse por essa moça que fica me observando surgiu dentro de mim. Venho até a biblioteca na esperança de vê-la, assistir o modo concentrado em que mergulha nas páginas dos livros que lê. Fico curioso para saber um pouco mais.
Já me ocorreu a ideia de ir até lá, conversar ou chamá-la para um chá ou café, mas parece que o destino está sempre contra mim porque todas as vezes que tomo a iniciativa a garota se levanta e vai embora, como se soubesse o que eu vou fazer,e então perco a oportunidade.
Volto a olhar para o livro e depois de umas duas ou três páginas decido que dessa vez vou chamá-la para sair da biblioteca e descobrir ao menos seu nome. Assim que encontro a mesa onde ela estava, a vejo arrumando os jornais e colocando na bolsa preta, um tanto pequena para tanta coisa, além de segurar o livro firmemente ao lado do corpo.
Ela levanta da mesa e vai em direção à porta. Assim que a abre, dá uma última olhada para dentro do local, nossos olhares se cruzam, penso em me erguer do sofá também para segui-la, mas algo me impede de ir, simplesmente congelo na mesma posição. Consigo esboçar ao menos um sorriso, que é correspondido, depois segue para o lado de fora. Mesmo sendo simples, foi um vislumbre de um lindo sorriso. Com essa expressão pude ver como, além de bonita, essa moça também é fofa, a covinha na bochecha direita ajudou na conclusão. Solto um suspiro frustrado ao vê-la partindo outra vez.
