Capítulo 21

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—— Ele vai ficar bem —— A mulher negra tinha uma bata branca e carregava uma maleta com os seus instrumentos de trabalho.

Patrick soltou um longo suspiro em puro alívio quando ele terminou de examinar o seu parceiro.

O alfa ficou desesperado quando percebeu que o menor estava ardendo em febre e pediu para Damián chamar alguém para ajudar.


—— Ele pode ter a marca de Luna mas continua um humano e muito frágil para ser franca —— O alfa puxou o cabelo frustrado. Baixou o olhar para Kito que dormia tranquilamente e a sua pele ainda estava um pouco suada mas nada tão grave.


—— Aplique isso duas vezes ao dia e nada de sexo até o inchaço passar, entendeu? —— Disse num tom sério. Damián acompanhou a mulher até a saída deixando Patrick para atrás.

O alfa se arrependia por ter escutado Kito e aceitado fazer amor quase a noite toda mas estava tão imerso no momento que não pensou nas consequências.

Sai do quarto, ele estava tenso e precisava relaxar por isso foi procurar a única coisa que o ajudava naqueles momentos.

—— Fala, Damián —— Disse bebendo o uísque. O beta apertou o ombro tenso do alfa que trincou o maxilar tentando se acalmar.

—— Não fique assim, alfa. Tenho a certeza que ele vai ficar bem e não tinha como saber que isso iria acontecer —— Falou calmo como sempre, ele precisava apoiar o seu alfa em qualquer tipo de situação e em momentos como aqueles Damián também era necessário.



—— Ele vai me odiar —— Lamentou apertando o copo na sua mão. Damián suspirou ao notar vulnerabilidade do alfa.


—— Deveria ter me controlado —— A sua mão ficou manchada de sangue quando quebrou o vidro em pedaços. Patrick não se importou com a dor, porém Damián correu para limpar a ferida do alfa.


—— Você lembra da minha irmã? —— Perguntou após convencer Patrick a limpar a ferida e envolver totalmente com ligadura branca.

—— Ana, não é? Lembro sim —— O beta sorriu com a resposta do seu alfa e continuou.

—— Ela nasceu com os ossos muito frágeis e um dia acabei deslocando o ombro dela enquanto brincávamos. Foi sem querer, mas passei meses sem tocar nela com medo de voltar a machucá-la —— Contou.

—— O que aconteceu depois? —— Balbuciou querendo saber mais sobre o assunto.

—— Eu passei tanto tempo me culpando que não percebi que estava magoando a Ana. Ela começou a se isolar e não deixar que ninguém se aproximasse com medo de que fossem se afastar caso algo acontecesse assim como eu fiz —— Patrick assentiu levemente.


—— Bem, me arrependo de ter feito aquilo com ela mas hoje temos uma boa relação e sempre vou visitá-la —— O homem tatuado agradeceu e caminhou para o Kito.



—— Patrick? —— Chamou tentando sentar na cama porém se arrependeu quando sentiu a dor de espalhando pelo seu corpo todo.

—— Não levante ainda, a médica mandou descansar —— Kito deitou e ficou encarando o moreno que ficou procurando alguma coisa.

—— Está doendo tudo. Será que é desta que eu morro? —— Tentou brincar e o maior fechou a cara com o comentário de Kito.

—— Nem brinque com isso! —— Falou sério dando dois comprimidos para o menor que fez uma careta com a amargura do medicamento.

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