Capítulo 26

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Kito andava de um lado para o outro frustrado por Patrick não atender o telefone. Havia passado um dia e meio desde o desentedimento que tiveram após fazer amor e a sua consciência estava o matando.


—— Relaxa, pai, ele vai voltar —— Yumna tirou o telemóvel da mão do seu pai que sentou-se elegantemente na cadeira.

Os dois estavam na sala de estar esperando pelo jantar. Sara apenas observava os dois em silêncio.

—— Passou um dia inteiro e está muito tarde. Algo pode ter acontecido à ele —— Indagou angustiado.

—— Ele é um alfa e pode se cuidar mas você poderia me dizer o motivo de estarem brigados? —— O professor calou-se sem saber como responder.

Kito se arrependeu muito por ter dito aqui para o namorado mas o humano não quis realmente dizer aquilo e não era tão comum alguém aceitar tão facilmente um enteado principalmente na cultura deles.



—— Foi por causa do seu pai mas isso não importa agora. Sara, me diz que você tem alguma ideia de onde ele possa estar! —— A mulher alfa fintou Yumna que murmurou um “sim”.

—— Não posso esconder isso para sempre, maninho —— Sara respondeu e somente confusão se via estampada no rosto do mais velho.

—— O Damián leva você até lá —— Yumna devolveu o telemóvel do seu pai que sem pensar duas vezes correu para encontrar o beta que esperava no lado de fora.

—— Aquele brutamontes vai me enlouquecer —— Extravasou entrando no carro e Damián deu partida seguindo caminho para onde encontrariam Patrick.


—— O alfa faz isso as vezes, tenho a certeza que ele está bem —— Damián comentou ao notar a raiva misturada a preocupação na faceta do humano.


—— Ele está num relacionamento comigo agora, avisar que não vai voltar seria bom mas não, prefere me deixar no vácuo —— Disse apertando o telemóvel. Kito sabia que tinha sido duro com o seu namorado mas era inevitável não ficar preocupado principalmente com o Tyron ainda a solta e tinha a questão do Joelson ainda estar vivo.

Kito mordeu o lábio inferior quando sentiu a marca ardendo porém se recusou a mostrar sinais de dor.

Damián franziu o cenho quando sentiu o cheiro doce vindo de Kito. O beta ficou intrigado por sentir o aroma doce saindo do humano quase como se fosse um ómega e ali percebeu que seria uma péssima ideia deixá-lo por aí sozinho.


—— Pára o carro! É aqui! —— Assim que o beta parou o carro, o professor saiu em disparada em direção ao que parecia uma boate não dando tempo de Damián impedi-lo.

Kito sentiu a pele arrepiar ao entrar em contacto com o ar gelado da noite e somente ali percebeu que a roupa que vestia não era a mais adequada para estar naquele ambiente.

—— Pode entrar —— Escutou quando se aproximou dos seguranças que guarneciam a entrada e mesmo achando estranho eles terem o deixado entrar sem problemas continuou o seu caminho.


Patrick bebia como se não houvesse amanhã. A sua mente demasiada ocupada com as palavras do seu namoro.

O alfa sabia que Kito havia dito a verdade, Yumna não era a sua filha de sangue mas ele a considerava e pensou que o professor também pensasse mas essa fantasia morreu a partir do momento que o humano deixou bem claro que a albina não era nada sua.



—— Estás agressivo hoje —— Violet indagou entregando a folha da cannabis envolta num papel branco, o cheiro anestésico das folhas queimando seduziu Patrick.


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