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Cheguei em casa molhada dos pés a cabeça, abrindo a porta totalmente cansada, com os pés desgastados, querendo chorar pela dor das minhas pernas e a raiva eminente que o homem loiro me fez passar nessa noite

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Cheguei em casa molhada dos pés a cabeça, abrindo a porta totalmente cansada, com os pés desgastados, querendo chorar pela dor das minhas pernas e a raiva eminente que o homem loiro me fez passar nessa noite.

Certo, seria uma péssima ideia ir jantar no meio do mato com os meus amigos, mas ainda sendo péssima séria muito melhor do que ter ido jantar com tsukishima e seus amigos. Respirei fundo ao dar passos pesados, jogando meus sapatos em qualquer lugar do chão que era quase impossibilitado de ver pela falta de luz no local.

Segurei meu vestido, colocando a mão na porta da geladeira, pouco me importando em saber de quem era o vinho naquela geladeira, a força de querer engolir qualquer coisa com álcool sendo maior que qualquer contra que minha mente pudesse encontrar no momento em que segurei a garrafa e puxei a rolha, dando pequenos passos para trás, até encostar na parede, deslizando as costas até o chão, cansada, sem ter vontade de fazer nada além de chorar.

Nunca fui uma pessoa de chorar com facilidade, mas toda aquela dor de cabeça estava me fazendo querer chorar de raiva, desde o dia em que pisei meus pés em Paris, nada deu certo; o apartamento, meu companheiro de apartamento, o emprego, a lingua e inúmeras outras coisas que faziam com que eu me sentisse um imã de fracassos.

As coisas e as cidades em que morei munca foram com os meus planejamentos e aquilo sempre me irritou, como se eu nunca fosse achar um lugar em que ao menos me sentisse bem nele. Sentia como se meu destino fosse falhar em meu único trabalho, como se não fosse capaz de conseguir me auto conhecer.

Por que eu estava mal?

Por que eu estava com tanta raiva?

Por que nada parecia dar certo?

Por que parecia que eu estava destinada a ficar sozinha?

Então eu suspirei dando um gole longo na garrafa. As vezes eu gostaria que meus pensamentos sumissem e eu não conseguisse refletir sobre nada, como se o pensamento fosse uma dádiva perigosa de se possuir, o que sempre me assustava, porque como estou agora foi como passei toda a minha vida; cercada pelos meus próprios pensamentos, me encurralando e culpando por coisas que ele mesmo me faz fazer.

Algo em cima do balcão apitou, pisquei várias vezes pela confusão, olhando para os lados, colocando uma pequena força em meu joelho para conseguir alcançar minha mão no celular, que deu pequenas batidas confusas na mesa, sem a localização do aparelho, conseguindo segundos depois, puxando o mesmo antes que parasse de tocar.

Meus olhos então brilharam ao ver o nome da minha amiga no celular, atendendo com um sorriso um pouco maior do que antes.

- [nome]?... - perguntou um pouco confusa - Você não faz ideia da furada em que me meti... - ela falou um pouco desesperada, mesmo que fosse em um tom brincalhão -

Então minhas sombrancelhas se franziram, ainda encolhida com a garrafa gelada de vinho molhando minhas mãos, deixando que minhas costas descansacem contra a parede, torcendo para o loiro não acordar ao ouvir meu barulho.

The City Of Love - ケイOnde histórias criam vida. Descubra agora