- Olhe. - ele pigarreou - Podemos dividir esse apartamento, mas só com uma condição.
Assim que aquelas palavras saíram de sua boca meus olhos brilharam de curiosidade. Nem precisei abrir a boca para pedir que o garoto prosseguisse, porque foi exata...
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Nós havíamos saído, o vento úmido da noite iluminada pelas estrelas batendo contra nossas peles desnudas, arrepiando os pelos a mostra. Respiramos ofegantes em um uníssono, parados em frente a rua, observando a movimentação dos carros brilhosos e luxuosos que passavam pela longa extensão da estrada.
Não havia passado tanto tempo desde que ofegavamos sem ar no lugar apertado, tendo que subir para fora, respirar um pouco de ar que não estivesse com cinquenta por cento da fumaça dos cigarros pairando pelo local. A forma como o vento batia era diferente quando a minha pele estava úmida, com o suor seco, misturado com a sensação gélida do ar úmido em contato com a minha pele, causando um frio ainda maior.
— Deveríamos voltar para casa. — Tsukishima falou, os braços cruzados enquanto os olhos cansados analisavam a rua molhada, causando um efeito visual brilhoso pela água que antes caíra —
Concordei fraco com a cabeça.
— Mê de dez minutos — pedi ao lançar meus olhos para cima em uma tentativa de analisar a forma em que seu canelo se encontra em um tom mais escuro por culpa do suor —
Suas sombrancelhas arquearam-se quando seu sorriso zombeteiro deu as caras novamente em seu rosto, trazendo mais uma vez o loiro que eu conhecia mais que bem.
— O que te faz achar que eu vou aceitar? — ele perguntou com a voz preguiçosa, o tom sendo suficiente para que meus olhos revirassem em desaprovação —
— Você consegue parar de ser tão irritante algum dia? — perguntei sem conseguir esconder uma pequena decepção no tom de voz — não estou pedindo que me beije de novo ou algo assim, estou pedindo que me dê apenas dez minutos para respirar — respondi rapidamente, a voz com um pequeno toque de irritaçao, arrependendo-me instantaneamente ao analisar rapidamente as palavras descuidadas e perigosas —
Arregalei os olhos antes de pisca-los sem ritmo, tossindo falso ao tentar ignorar o curto silêncio antes que o homem sorrise de lado, olhando-me com aqueles olhos maldosos mais uma vez, cruzando os braços em um desafio ao começar a me encurralar com o olhar julgador. Eu queria desviar, sentia que morreria se não fizesse, então logo procurei qualquer coisa para fixar meus olhos como métodode escape, mas nada parecia conseguir esconder a cor que subira para as minhas bochechas no segundo em que seu corpo continuou a aproximar-se.
— Beijo, é? — ele perguntou com o tom malicioso, os olhos semi-cerrados enquanto continuavam a analisar-me —
Até mesmo a forma como seu tom parecia íntimo me deixara envergonhada e quente, engolindo seco antes de tentar dar as costas para o mesmo, que antes que eu conseguisse mover meus pés, agarrou minha mão, ainda olhando meu rosto como se conseguisse ler e descrever cada um dos meus pecados e erros até aquele momento.
— Não vá fugir agora — ele sibilou com aquele sorriso canalha mais uma vez, agarrando o braço que eu continuava a puxar, na tentativa de fazê-lo largar o mesmo —
