- Olhe. - ele pigarreou - Podemos dividir esse apartamento, mas só com uma condição.
Assim que aquelas palavras saíram de sua boca meus olhos brilharam de curiosidade. Nem precisei abrir a boca para pedir que o garoto prosseguisse, porque foi exata...
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Mais uma vez magicamente meu corpo apareceu deitado confortavelmente na cama e não no chão da sala, onde ao pouco que me recordo era onde eu me encontrava. Muitas coisas foram apagadas da minha memória, talvez pelo sono ou talvez pela taça enorme de vinho.
Olhei para o lado com a dor martelando em minha testa, pontuando todos os pontos do porquê perder o emprego não era tão ruim assim.
O que não foi o suficiente para me fazer desistir de levantar da cama, colocando os pés no chão gelado, dando passos rápidos e apressados até a porta do banheiro, que grunhiu absurdamente alto quando bateu em algo, ou alguém.
- Porra! - xingou apressado, dando espaço do corpo enorme ao segurar o pé, como se o tivesse machucado -
Dei um pequeno pulo pelo susto ao ver o homem em minha frente, soltando um fino grito ao vê-lo quando não era esperado. Um pequeno riso saiu da minha boca segundos depois, vendo a forma tosca como ele estava; desesperado pela batida da porta em seu pé, segurando o mesmo enquanto pulava de um pé só, grunhindo e gemendo desastrosamente de dor.
Então o mesmo escorregou ao segurar uma de suas longas pernas, caindo colado aos meus pés, gemendo fracamente enquanto minha boca continuava a gargalhar.
- Tsukishima... - quase susurrei em meio aos risos, tentando tirar força para que eu conseguisse falar - me desculpe! - continuei, agora segurando minha barriga pela dor das risadas -
A torneira continuava ligada, sendo o único som além das risadas e grunhidos. Seus olhos irritados se prenderam em mim, deixando que meu coração quase palpitasse um pouco mais que o normal, fazendo careta ao soltar o pé de sua mão, coçando o mesmo com a sola do outro.
O loiro não tivera dificuldade alguma quando se levantou, dando um passo perto demais, engolindo qualquer tipo de espaço pessoal que eu conseguisse ter naquele momento.
- Sua idiota! - resmungou - por acaso sabe bater na porta?! - perguntou enquanto exclamava com os braços.
Parte de mim conseguira se acostumar com a falta de blusa do garoto alto, mesmo que as vezes meus olhos desobedecessem meus comandos de "em hipótese alguma olhar para qualquer lugar do corpo do loiro que não sejam seus olhos".
- A culpa não é minha - resmunguei de volta, deixando que os risos fossem se abafando a medida em que eu falava - você estava no meio da porta! - continuei enquanto tentava ao máximo não começar a me irritar -
Um sorriso fraco, quase fantasmagórico deixou o rosto do loiro em minha frente, jogando a cabeça descaradamente para o lado, colocando a mão na boca para que pudesse abafar qualquer barulho de riso que tentasse sair de sua boca.
O mesmo me olhou, ainda com a mão na boca, deixando que o silêncio se estabelecesse entre nós, deixando que seus olhos claros e quase mágicos fossem de encontro com os meus, fazendo-me levantar uma sombrancelha, um pouco confusa.
