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A viajem até lá não havia sido péssima, talvez - com certeza - nós soltassemos alguns resmungos e grunhidos de desaprovação, mas nada que me fizesse querer pular da moto em movimento

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A viajem até lá não havia sido péssima, talvez - com certeza - nós soltassemos alguns resmungos e grunhidos de desaprovação, mas nada que me fizesse querer pular da moto em movimento. Por mais que eu odiasse admitir o loiro estava certo, estava certo sobre o frio em minhas pernas, mesmo que estivessem cobertas por uma meia calça preta, que era ridiculamente inútil contra o vento.

Desci do banco revestido em couro, soltando um suspiro, ainda agarrada com a minha bolsa, rodando os olhos pela rua iluminada com várias logos de restaurantes, lojas e lanchonetes brilhando com cores fortes que fizeram meus olhos piscarem pela sensibilidade. August houvera me passado o endereço a um tempo, e por mais que eu nunca fosse admitir tsukishima estava certo novamente, porque eu jamais conseguiria achar aquilo sem acabar me perdendo pela estrada.

— Como você sabia que era aqui? — perguntei com a voz confusa, mesmo que não existissem tantos lugares específicos como aquele —

O homem com a jaqueta de couro puxou a chave antes de passar a longa perna para o outro lado do banco, levantando-se ao soltar um estalo com a língua, observando-me de cima a baixo.

— August não conta as coisas só para você. — ele falou, quase como um aviso perigoso no segundo em que seus lábios repuxaram-se levemente para cima em sorriso maldoso — está sendo idiota se acha que ele não me contaria nada. — o mesmo sibilou com o tom de voz rouco, minha boca prendendo o leve xingamento —

Então meus olhos se reviraram descaradamente, o gesto em um tom levemente provocativo pela forma óbvia que ele demonstrava um pouco ocultamente seu ciúme pelo homem mais velho. Era de se esperar pelo forma repentina que minhas conversas com o grisalho tornaram-se frequentes, mas não é como se ele estivesse trocando seu filho rebelde.

— Por que só não admite que está com ciúmes do August? — perguntei um tanto quanto perigosamente ao cruzar os braços, o vento frio quase atravessando minha pele —

A pequena placa pendurada em um poste balançou, soltando um barulho fraco de metal, tirando nossos dois pares de olhos um do outro, fazendo-me pensar que a opção mais inteligente seria entrar antes que o frio acabasse congelando nossos ossos.

— Não estou com ciúmes — ele resmungou ao colocar as mãos nos bolsos da jaqueta escura, virando-se de costas antes de dar alguns passos pela abertura do clube com as paredes um tanto quanto antigas e pedregulhadas —

Eu não houvera notado antes, mas parte do meu coração se esquentou ao ver a forma como a entrada brilhava com a pequena placa em uma luz laranja amarronzada, combinando com o restante do lugar. Não deveria estar tão melancólica, mas a beleza de certas coisas acabavam comigo de uma forma que eu nunca poderia reconstruir.

Sorri com as bochechas um pouco mais vermelhas, tentando não rir da forma ridícula em que tsukishima parecia querer apedrejar-me pela forma direta em que eu o havia perguntado. Suas sombrancelhas se arquearam para minha felicidade repentina, observando com desgosto meus pés darem passos alegres até ele, agarrando seu braço com uma felicidade além do normal.

The City Of Love - ケイOnde histórias criam vida. Descubra agora