twenty-nine - party

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- não pai por favor eu te imploro — era ouvido gritos da criança desesperada enquanto Wakasa tentava botar uma blusa nele — eu não quero ir nessa festa da Emma!

- ninguém quer filho, mas se você não quer uma guarda compartilhada temos que aceitar essas coisas que seu pai pede. — fala cansado e a criança bufa enquanto acaba de vestir, finalmente, sua roupa.

- ao menos o resto da família vai conosco? — pergunta ainda emburrado e Wakasa, mais uma vez, suspira, negando novamente.

- você sabe que é melhor eles não irem, não queremos começar uma briga por um motivo insignificante, mas pode ter certeza que logo após o almoço vamos sair mais cedo e fazemos algo com eles, combinado?

- tanto faz — dava de ombros, um pouco irritado, começando a escolher suas roupas, trocando aquelas que Wakasa havia pego.

Era isso que chamavam de adolescência? Era a única coisa na qual se passava pela cabeça de Wakasa, e se não fosse, tinha medo de quando essa fase chegasse.

Depois de bastante tempo, conseguiram finalmente sair. Atravessaram a rua, andaram por mais algumas casas e, mesmo um pouco atrasados, foram um dos primeiros a chegarem.

Assim que entraram, Takemichi apenas se sentou emburrado no sofá, não falando com ninguém, e seu pai, mesmo que por obrigação, foi andando até Emma em uma falsa felicidade a entregando seu presente.

- Take — Shinichiro exclamava animado ao vê-lo ali, levando consigo uma mulher no qual nunca havia visto. Já havia trocado aquela outra mulher? — quanto tempo não te vejo filho, como você está?

Nenhuma resposta é ouvida.

Mais e mais tentativas, a criança ainda se perguntava porque ele tentava. Depois quando a mulher, finalmente, conseguiu o fazer sair, a criança fora atacada por Emma, muito feliz em o ver.

Qualquer pecado que ele havia comedido, jurava que estava sendo pago naquela hora. O tempo se passava de forma agonizante, mas nada podia fazer, afinal preferia ser torturado por um período de tempo a ficar mais dias com seu pai biológico.

Respirava fundo, tentava se dar bem com ele, mas nunca conseguia. Não o levem a mal afinal, era apenas uma criança, o que poderia se fazer a respeito? Vendo seu pai, a pessoa mais importante de sua vida, sofrer por um homem no qual nem conhecera direito, não tinha dúvidas em qual lado ficar.

Mais e mais tempo se passava, obrigado a interagir com pessoas nas quais nem ao menos havia visto em sua vida, esperando alguém que conhecesse, e de preferência gostasse, chegasse logo para sair das garras de seus familiares loucos, e amigos mais ainda.

Suspirava irritado mais uma vez, vendo seu aparelho voltar a tocar, e mesmo que nem a metade da festa havia chego, já havia perdido as contas de quanto seu aparelho já havia tocado.

Uma pessoa é ser abraçado, ou qualquer outro afeto, compressões nas quais gostasse, agora que sem noção é essa de chegar em uma criança no qual nem conhecem e ficar agarrado nela?

E mais uma vez seu pai ia salvá-lo, parando novamente sua conversa com o mais velho dos Sano.

- já podemos ir pai? — perguntou a criança cansada e o outro suspirou

- temos que aguentar mais um pouco Take, depois você não vai os ver por um tempo

- ok...

Maia tempo se passava, Take ficava com seu pai, pessoas chegavam nele, o abraçavam, o aparelho tocava, um ciclo sem fim, até finalmente alguém que tinha ao menos uma simples simpatia chegou.

Sanzu havia chego acompanhado de Mutō, e assim que adentraram no local foram recepcionados por uma criança animada, vendo seus salvadores.

Agradecia aos céus por Emma ser sentimental em relação ao albino, e fazer questão dele estar na festa sem ao menos estar mais na Toman, pelo menos teria alguém para ficar.

- como estão indo as coisas por aqui em? — pergunta o albino e o loiro o olha derrotado

- está horrível! — a criança falava suspirando enquanto os outros dois riam de seu drama

- bem, daqui a pouco a gente foge. Vou entregar os presentes meus e do Muto, já volto, fica bem com ele? — a criança concordou de maneira distraída enquanto o gigante, ao ver do mais novo, o segurava no colo e lhe entregava um celular para jogar.

A partir dali ficou mais fácil, já que seu pai conseguiu tempo de socializar com a maior parte dos presentes na festa sem estranhos avançando para cima de Take, por terem medo de Mutō, o que fez o aparelho finalmente ter uma pausa e ele ao menos curtisse um pouco da festa.

Quando saíram da festa, quase de noite, estavam extremamente cansados e do jeito, nada, sociável que eram, a bateria social já havia se esgotado a tempos atrás.

Mas não podiam reclamar, tinham que pensar ao lado positivo.

Com a presença deles do início ao fim da festa, conseguiram o passe livre a irem passar os feriados fora do país e então conseguiriam viajar com todos da Tenjiku, sairiam ganhando no final das contas.

Assim que saíram pelas portas da residência Sano, Shion e Seth os esperavam impacientes, os abraçando assim que viram.

- que familia feliz — zombou Sanzu enquanto Shion, visando o irritar, puxava os dois que faltavam para o grande abraço de família, fazendo o albino corar levemente e Mutō ficar petrificado.

Depois de uma cena embaraçosa, ao ver dos dois da quinta divisão, foram a um restaurante, já que a coisa que mais faziam quando se juntavam era comer, e desfrutaram de uma companhia muito mais agradável do que o de todas as horas que estavam na festa.

- hm... sabe uma coisa que eu percebi — Shion fala pausadamente enquanto comia — eu não vi o Izana....

- oh, ele fugiu nos primeiros minutos de festa junto de Kakucho, ninguém sabe onde foram — explicou seu pai e ele concordou pensativo. — coisa de casal, sei lá.

E mais uma vez, Take agradecia aos deuses por todo o sofrimento que havia passado, agora só ano que vem que encarava sua família biológica, sanos, novamente.

Papa ShinOnde histórias criam vida. Descubra agora