Ela - Dahmo - Twice.

Amigas?

8h30 da manhã do dia seguinte.

De forma suave Dahyun tocou a campainha do apartamento de Rosé, se surpreendendo com a rapidez com que ela surgiu em sua frente ao abrir a porta. Bom, aquele iria ser um momento difícil, ela teria que se desculpar, ser honesta. Ela era uma pessoa segura, mas certos momentos parecia que voltava a ser apenas uma garotinha que precisava de suas irmãs mais velhas para lhe defender.

– O que você quer? – Rosé estava com uma expressão neutra, não parecia com raiva, mas também não tinha uma postura convidativa.

– Bem, eu com certeza lhe devo desculpas e uma explicação. – Dahyun não chegou a sussurrar, mas falou em tom tão fraco e baixo que Rosé precisou se aproximar um pouco para ouvir. – Eu sei que o que eu fiz foi muito errado e...

– Sabe mesmo? Ou essa atuação é apenas porque a Nay deve ter brigado com você ontem? – Rosé a interrompeu.

– Não, eu realmente iria me desculpar com você, claro que a Nayeon foi até a minha casa e bom, você sabe que ela não foi muito amigável. – Dahyun falou e deu um sorriso sem graça. – Olha, ela apenas me fez vê que era urgente que eu acabasse com o meu silêncio a você. Eu sou uma babaca.

– Uma grande babaca! – Interrompeu mais uma vez Rosé.

– Sim, eu fui, e é por isso que quero me desculpar. Eu devia ter desmarcado assim que eu decidir que não iria conseguir ir, ou pelo menos ter te atendido e respondido suas mensagens. Eu realmente não tenho argumentos em minha defesa aqui. Estou realmente arrependida. – Dahyun estava sendo sincera, ela precisava lutar contra seu medo. – Eu sei que não vou conseguir desfazer minha burrada de ontem, mas gostaria de uma chance para me redimir.

– Eu não sou uma mulher que dá segundas chances, principalmente quando sou feita de besta logo no primeiro encontro. – Rosé suspirou alto, fechou os olhos com força e tentou reunir calma. – Nayeon não me contou seus problemas, mas me deixou saber que você os têm, então sugiro que você resolva isso com você mesma primeiro, não saia por aí usando as pessoas como remédio. Não sei o que aconteceu no seu passado e sinceramente eu sinto muito que alguém tenha lhe magoado, mas eu não vou ser sua cura e acredito que ninguém vai. Faça terapia, isso não é um conselho ou uma ordem, é uma necessidade. Espero que você consiga cicatrizar suas feridas e então só aí passe a procurar por alguém. – Rosé tomou fôlego e já com um tom mais amável disse. – A gente pode tentar uma amizade, e é só isso que posso lhe oferecer.

– Você tem razão em tudo que disse, Rosé. E eu agradeço que tenha me escutado depois do que eu fiz. Sobre a terapia, bom eu... enfim eu sei da necessidade vou seguir isso. – Dahyun então levantou a sacola de papel e ofereceu a Rosé. – Eu trouxe pra você, croissant, geleia e manteiga sem sal. Uma oferta bem pequena como um passo a me redimir com você. Mais uma vez me desculpa e também obrigada. Espero que quando as coisas estiverem nos eixos para mim você possa me conhecer de novo.

Rosé aceitou a sacola, ainda tinha uma postura neutra, mas pelo menos agora a conversa tinha ajudado as duas a colocar a noite anterior em uma página virada. Dahyun foi para seu carro e assim que fechou a porta seu celular tocou.

Ligação on.

- Oi Chae, vai brigar comigo também?

- Olá, este é o número da garota mais otaria que eu conheço que ontem estragou um encontro com uma super modelo gata?

- Eu amo quando você é uma idiota sabia?!

- Vamos lá. Você ainda vai me amar muito hoje, precisamente daqui a 15 minutos.

-  O que tem daqui 15 minutos Chae?

- Consulta com seu terapeuta que eu marquei depois de saber que você simplesmente parou de ir há um mês.

- Como?

- Você realmente tá questionado meus métodos? Logo eu que conseguir conquistar sua irmã?

- Verdade, você é a falsa melhor amiga que dormiu com a minha irmã! Quebrando totalmente o código de confiança entre amigas.

- Eu não só dormi, docinho, eu coloquei um anel no dedo dela e agora você tem que me chamar de irmã mais velha e me respeitar.

- Maldito dia aquele que eu quis ser sua amiga viu?!

- A Mina não acha, na verdade ela agradece bastante toda noite.

- Sua filha da...

- Olha o respeito, bom, você tem mais 12 minutos para chegar aqui, caso contrario eu vou contar para toda família que você parou com a terapia.

- Eu já tô indo, ok. E vou te bater quando chegar.

- Eu sei que você me ama! Tô te esperando.

Ligação off.

9 minutos depois Dahyun já estava no estacionamento do prédio onde ficava a clinica do seu terapeuta. Ela não planejava voltar tão cedo. Não que ela não entendesse a necessidade da terapia, mas queria tentar andar só com suas pernas e ver como se saia. Claro que depois da noite passada e o que fez com Rosé deixava bem claro para ela que não estava se saindo bem.

– Chegou rápido, tá eficiente! – Chaeyoung estava sentada na sala de espera quando avistou sua melhor amiga. – Por um momento, confesso que pensei que você não iria vim, isso me preocupou. Por que você tá agindo assim, dubu? Mina me contou pela manhã que você furou o encontro, e então eu fui atrás e descobri que tem um mês que você não aparece na terapia. O que tá acontecendo?

– Eu pensei que estava bem, ok. Achei que podia tentar seguir em frente e que estava tudo certo, mas obviamente me enganei.

– E não passou pela sua cabeça de fuinha em falar com sua melhor amiga? Ou com suas irmãs? Dahyun não se feche de novo, por favor.

– Não é isso de novo, eu juro. De verdade, eu só pensei que estava bem, que iria dá certo e então eu chegaria pra vocês e mostraria que estava bem novamente. Eu só... eu estava errada.

– Ei, tudo bem, já tem tanto tempo, normal que você tirasse essa conclusão, eu te entendo. Mas já que agora viu que ainda precisa disso não abandone assim de repente de novo tá? Eu vou ficar aqui te esperando, depois vou te levar pra empresa e digo para alguém vim buscar seu carro. – Chaeyoung disse compreensiva. Mesmo que tantos anos depois o que sua melhor amiga passou não é um trauma fácil de se superar.