Jeongyeon estava na varanda de seu quarto esperando sua noiva que tinha ido tomar um banho, elas iriam tomar uma garrafa de vinho e jogar conversa fora, algo que elas amavam fazer.
De repente enquanto pensava em tudo que estava acontecendo sua mente começou a ir para longe, para mais de duas décadas atrás, quando ainda era uma pequena criança.
Flashback on:
Aquela seria mais uma noite que não haveria jantar, nem para Jeongyeon e nem para Dahyun. Não que fosse uma realidade ter, quando tinha eram comidas congeladas de 1 dólar que ainda tinham que dividir.
Jeongyeon tinha quase 6 anos, e sua irmãzinha iria fazer 2 anos no próximo mês. Era uma garota muito esperta e inteligente. Se virava, afinal era a vida que tinha, com aquela idade ela tinha que cuidar de sua irmã, ela fazia tudo, dava banho, alimentava e brincava com ela. Não tinha amigos, não porque não queria, mas ela não teria tempo para eles.
Quando sua irmã mais nova nasceu, a mãe delas foi embora, ela nunca entendeu porque, mas um dia ela acordou e seu pai disse que não iria ter café da manhã e sua mãe tinha ido para não mais voltar.
A mãe delas nunca foi carinhosa, mas ela pelo menos mesmo que de uma forma fria, cuidava dela. Agora ela estava a sua própria sorte?
Alguns meses depois uma senhora mais velha se mudou para o minúsculo apartamento. Seu pai disse que aquela era sua avó, ela iria cuidar delas, coisa que não aconteceu.
Não é que ela não queria, mas ela era tão velha e doente que não conseguia cuidar de si própria. Esquecia de ir buscar Jeongyeon da escola, de fazer comida e de alimentar Dahyun. Logo Jeongyeon acabou assumindo todas essas tarefas.
Naquela noite, a realidade era que não havia nada na geladeira. Seu pai estava sem trabalho, fazendo bicos e a pensão de sua avó estava suspensa por problemas no número social dela.
Jeongyeon procurou e achou um pouco de leite em pó, daria para as três beber um copo, ela fez ele mais grosso para sua avó e sua irmã, tomou praticamente água. Mas era melhor que nada.
Ela estava tentando ensinar Dahyun a falar, sua irmã era esperta e brincalhona, a luz de sua vida. Também era falante, tinha uma voz potente, claro que falava tudo embolado, mas já tinha algumas pequenas palavras que ela falava quase perfeitamente. Jeong era uma delas.
Alguns meses depois disso, as coisas estavam um pouco melhores, o pai delas tinha conseguido um emprego de borracheiro, mas quase não vinha em casa, era em uma borracharia 24h e ele pegava muitos turnos.
Naquele sábado, Jeongyeon fez como de costume, acordou sua irmã, deu banho nela e foi prepara o café da manhã. Quando chegou na sala para acordar sua avó viu que ela não respondeu, não se mexeu. Ela tentou bastante. Ela sentiu que sabia o que havia acontecido. Correu para o vizinho para pedir ajuda.
De repente tudo em sua vida mudou. Ela não estava mais na sua casa, rodeada de pessoas estranhas falado que elas ficaria sozinhas e iriam para o orfanato. Mas não podia ser. Elas tinham pai, ele iria buscar elas logo. Ela só tinha que esperar.
Ela esperou muito, por muitos dias, mas ele nunca veio. Ficou sabendo meses depois no orfanato que ele apenas decidiu deixar elas para adoção, se colocou como incapaz de cuidar de duas crianças.
Ela então tinha que se manter forte e dá seu melhor. Ela sabia que suas chances de adoção era quase nulas, mas sua irmã cheia de energia e luz com certeza tinha uma chance. Ela fazia de tudo para deixar ela sempre limpa e arrumada.
Algumas semanas antes de Dahyun completar 3 anos, ela estava fazendo birra para não comer, era sopa de beterraba e ela odiava beterrabas. Jeongyeon estava fazendo de tudo, mas não estava tendo sucesso.
Quando uma das supervisoras se aproximou, viu a situação e brigou com Dahyun que apenas lhe respondeu malcriada. Na mesma hora levou um tapa na cara por ter respondido. Aquilo foi um choque para as duas garotinha. Dahyun se tornou calada depois daquilo e Jeongyeon se tornou vingativa. Tudo de ruim que ela podia fazer com aquela supervisora ela fazia. Desde colocar sonífero no chá dela até cocô de gato em seus sapatos.
Feliz foi o dia que aquele mulher foi transferida.
No dia que Jeongyeon soube que um casal de japoneses estavam indo lá para ver as crianças, ela pensou que havia chego o momento de Dahyun. Elas não eram de descendência japonesa, mas não haviam outras crianças asiática no orfanato.
Quando estava no pátio com as outras crianças, brincando com Dahyun, ela viu uma criança nova aparecer. Com certeza aquela não era uma órfã, estava bem vestida. Sapatos novos e cabelo bem arrumado. A criança se aproximou dela.
– Oi.
– Olá, o que você tá fazendo aqui? – Jeongyeon analisou, aquela criança devia ser pouca coisa mais nova que ela.
– Eu vim ver minha nova irmã.
– E qual é ela?
– Ainda não sei.
– Por que você não diz para seus pais escolherem essa. – Jeongyeon apontou para sua irmã. – Ela e bem quietinha, nunca vi ela fazendo bagunça.
– Ela é sua irmã?
– Não.
– Ela se parece com você.
– É só impressão sua.
– Você não quer ser adotada?
– É que eu já sou grande. Posso me virar sozinha.
– Ah, como é seu nome?
– O meu é Jeongyeon e o dela é Dahyun e o seu?
– Eu sou a Mina.
Depois a diretora do orfanato veio com um casal para o pátio, Mina antes de ir para perto deles deu um abraço em Jeongyeon e um em Dahyun.
Meses depois as duas foram adotadas.
Flashback off.
Jeongyeon sentiu um beijo suave em sua boca. Então despertou de suas lembranças.
– Você tava com a cabeça longe não é? – Nayeon perguntou enquanto servia vinho para as duas.
– Você não faz ideia.
– E eu posso saber aonde?
– Na minha infância com a Dubu antes da adoção.
Nayeon sabia que aquele era um assunto delicado. Ela sabia de toda a história, de tudo que elas passaram, ela sabia até mais que os próprios Sr. E Sra. Myoui, haviam coisas que Jeongyeon só contou para ela.
Toda vez que essas lembranças vinham e machucavam Jeongyeon, Nayeon sempre estava lá para confortar sua noiva. Se aquele fosse o caso ela estava pronta para dar colo.
– Vem cá? – Nayeon colocou sua noiva em seu colo e começou a fazer carinho em sua cabeça. – Eu te amo!
– E eu te amo mais... – Depois de um tempo de silêncio Jeongyeon voltou a falar. – Eu tenho que proteger minha irmãzinha. Não posso permitir que ela sofra mais. Você me ajuda?
– Eu estou com você em tudo, pode ter certeza que vou lhe ajudar meu amor.
Nayeon confortou sua noiva como sempre, ela queria poder tirar as memórias ruins que ela guardava, mas já que não era possível ela faria seu melhor no presente.
E as duas não iriam permitir que nenhum Zé ninguém perturbasse a felicidade de Dahyun e Momo.
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Ela - Dahmo - Twice.
ChickLitFlashback on: - Eu caso com você. Eu vou me casar com você meu amor. Um dia eu serei a Sra. Myoui também. Um dia iremos ter nossa própria casa, eu serei professora de ballet em nossa própria academia, minha e da Mina, você continuará o negócio do se...