06

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Josh balançou a cabeça em descrença, apertando a ponta do nariz para tentar controlar a irritação, o sangue fervia quente em seu corpo.

A forma que Any o olhava denunciava a clara culpa, mas mais do que isso seus olhos castanhos briihavam com a forma que dizia que ela faria de novo sem hesitar.

- 0.que.aconteceu? - ele perguntou num tom firme, se esforçando para não começar a gritar.

Havia tido um dia ótimo, de paz e produtividade. Mas claro que como sempre Any tinha que virar sua vida de cabeça para baixo, colocar seu corpo no limite do estresse e lembrá-lo como ele tinha um pesadelo em forma pessoa em miniatura em casa agora!

- Xavier é um idiota - ela falou, como se aquela fosse a resposta para todos os acontecimentos.

- Desenvolve, Gabrielly - ele mandou, a chamando com um gesto de mão.

Any hesitou com os pés no topo da escada, olhando em volta e percebendo que não tinha ninguém por perto (não havia testemunhas para ajudá-la, no caso).

- Vem logo, garota. Não vou ficar nessa conversa assim - ele revirou os olhos. - Meu escritório, agora! - bradou, logo saindo a passos largos e firmes em direção ao cômodo.

Any teve seu tempo de inspirar e expirar por alguns instantes, mas quando Josh voltou a gritar seu nome, ela pulou de susto e desceu os degraus correndo.

Um minuto depois a morena estava sentada no sofá de dois lugares do escritório. Aquela era tipo a "sala do diretor", todo mundo que fazia besteira acabava ali recebendo um sermão de Dom. Any estava sempre por lá por alguns pequenos delitos.

- Agora me explica porque eu estou com uma dor de cabeça do caralho agora, tem a merda de um traficante de esquina achando que pode falar Comigo como se eu fosse a vadia dele - resmungou.

Any mordeu o lábio inferior e juntou as mãos no colo.

- Você disse que eu podia liderar a situação.

- Eu disse para você lembra-lo que ele está num país que já tem dono, e não para queimar a porra toda, Gabrielly - ele rebateu.

- Mas ele foi um idiota, agindo como se eu fosse uma das garotas do seu cartel, achou que eu estava lá como uma, sei lá, um "presente de paz".

Josh franziu o cenho, aquela parte havia sido deixada de lado por Xavier. Ele se sentou na cadeira e aguardou pacientemente Any terminar.

- Eu fiz como você disse: eu falei primeiro, disse que não estava ali para aquilo. E ele insistiu, e começou a ser mais...fisico - ela disse, os olhos revirando com a lembrança ruim, numa tentativa de agir com indiferença, mas josh percebeu seu lábio inferior tremendo. - Então eu ditei o que iria fazer se ele não me soltasse, e ele não soltou, eu mesma tive que me livrar dele. Então eu queimei tudo depois. E eu não joguei uma bomba, eu apenas juntei os fios de ligação. E para te falar, aquilo estava uma merda, se não fosse eu, logo logo explodiria tudo sozinho - ela disse, levantando as mãos em rendição.

Josh apenas continuou a encarando, e Any imaginou que ele podia estar se decidindo que dava um tiro ou apenas a estrangularia. Ela sabia que havia sido impulsiva, do jeitinho que Josh disse que ela não podia ser, mas não conseguiu evitar, a raiva subiu em seu corpo e ela explodiria se não explodisse algo.

- Contrariou minhas regras - ele disse então.

Any baixou a cabeça. Havia uma linha nada tênue entre a hierarquia daquela - mafia? - situação, e ela entendia que Josh - Dom - era o chefe de tudo e de todos, era ele quem mantinha o equilíbrio, quem dava as ordens. E ele era importante naquilo, mais do que ser importante, ele era bom, ele sabia exatamente o que fazer e por aquele motivo todo mundo confiava cegamente em suas decisões, todos seguiam suas ordens sem hesitar. Era daquele jeito que sobreviviam. Então ela sabia que errou, e sabia que podia havia uma magnitude muito maior do que apenas ter errado.

A garota do dom - 50 tonsOnde histórias criam vida. Descubra agora