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- É, bati. E você vai fazer o que? Me matar? - ela foi sarcástica, levantando uma das sobrancelhas, mas toda a postura se perdia no fato dos olhos estarem molhados de lágrimas se formando.

Mas que caralho ele podia ter feito com ela, porra?

- Bom, não é problema, né? Já está nos seus planos mesmo - o tom magoado não foi perdido,
mas ela estava tentando disfarçar de todo modo, cruzando os braços em frente ao peito, o corpo em postura reta e os lábios se mantendo firme um contra o outro, como se ela tivesse medo que eles começassem a tremer.

- Do que voce está falando, Any?- ele questionou calmo, a irritação já perdida.

Any riu sem humor, e uma lágrima solitária
chegou a escorrer por sua bochecha.

- Ai, meu Deus, por que você não para com isso?Por que precisa ser tão cretino? Eu não sei como consegue mentir desse jeito na cara de alguém, e pior, de alguém que confiou em você.

Ele deu um passo para frente, e Any não se afastou, provavelmente concentrada demais em não simplesmente desabar.

Josh sentiu o coração ficando apertado, a respiração chegou a desregular.

Pensou em heyoon, se ela poderia ter dito algo para Any, se ela poderia ter convencido a garota de alguma coisa mesmo Josh acreditando que Any nunca confiaria nas palavras de heyoon. Mesmo assim também não era possível, esteve  com a coreana o tempo todo, e Any permaneceu no quarto durante toda a manhã e boa parte da tarde.

Tinha que ser outra coisa, algo que a garota possa ter lembrado ou pensado. Mas o que ele podia ter feito em algum momento?

- Any... meu amor...- O tom calmo e carinhoso surgiu o completo efeito oposto em Any, a garota deu um longo passo para trás, limpou a bochecha com certa brutalidade rosnou para ele.

- Não! Não me chama assim! - ela voltou a falar alto e com raiva. – Você não pode fazer isso comigo.

Josh passou a mão pelo rosto e suspirou alto, já ficando desesperado.

Eu não sei porque está insistindo tanto em se fazer de desentendido, se tem uma coisa que você não é, é vítima. Não precisa mais se esforçar, já conseguiu o que queria. Só que infelizmente para você já acabou.

Josh se aproximou dela, empurrando seu corpo contra a parede, e antes que Any pudesse provavelmente lhe dar um chute como ela estava planejando fazer, ele interceptou seus movimentos.

- Eu realmente não sei do que você está falando, mas se você conversar comigo vou poder explicar qualquer coisa que seja.

- Dar desculpas, você quer dizer. Mas não adianta, não há nada que voce possa fazer que poderia me fazer deixar voce chegar perto de mim de novo. Se quiser fazer isso vai ser a força.

Ele se afastou dela como se a garota tivesse de fato de dado o chute planejado.

- E você acredita mesmo que eu faria uma coisa dessas? Que eu te forçaria? Ou forçaria qualquer outra mulher? - ele questionou, e o tom magoado e ofendido não foi disfarçado, mas Any já estava cega demais e seu coração muito apertado para prestar atenção em qualquer outra coisa que não fosse se concentrar em não começar a chorar naquele momento mesmo. - Pior, acredita que só o que eu quero com você é trepar? Que caralho deu em voce, Any? Quem disse uma coisa dessas?

Any pressionou a cabeça contra a parede e apenas o encarou.

E Josh entendeu.

Ele.

Foi ele quem disse.

Mas como ela sabia daquilo?

A expressão de compreensāo tomou o olhar de Josh, e Any fechou os olhos ardentes por um instante enquanto limpava o rosto rapidamente para expulsar as lagrimas que insistiam que se formar. Ela queria dizer que estava quase chorando de raiva, mas era não de raiva. Era por causa de seu maldito coração.

A garota do dom - 50 tonsOnde histórias criam vida. Descubra agora