A garota do dom - 50 tons

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Josh sabia que Any era teimosa. E ela era orgulhosa também, ao ponto de o colar ainda estar no chão do vão embaixo da porta quando ele voltou de madrugada para casa.

Havia deixado heyoon resolver algum caso com as garotas no cartel, sabendo que na verdade a mulher só queria estar longe da mansão porque tinha novidades demais para contar a quem que fosse.

A raiva ainda borbulhava em si, e ele se sentiu orgulhoso em ter aguentado a noite inteira, suportando seus toques sutis e sua forma melosa de falar o quanto estava com ele e ao seu lado.

A única coisa que o desconcentrava da heyoon era Any, e era em se esforçar para estar com ela logo, em lembrar que a vida dela também estaria em risco se ele não descobrisse quemn estava com heyoon naquela traição absurda.

Ele se odiava em estar desconfiando de todo mundo agora, até de Noah se manteve afastado e limitado durante toda a noite. Era horrível não se sentir seguro, e ele se sentia desesperado em estar perto de Any naquele momento por aquele motivo.

Nela ele podia confiar, era um absurdo do ponto de vista de fora, mas não para ele. De alguma forma fazia todo o sentido ele apenas confiar nela cegamente.

Pegou o colar do chão e colocou no bolso da janela que usava, talvez quando ela acreditasse nele voltasse a usar, até lá, teria que se virar com sua própria ansiedade em tera garota "desprotegida" assim.

Ficou surpreso ao forçar a porta e ela não estar trancada, entrando devagar, na escuridão total do lugar, observou Ratatoulle na casinha dele, havia uma pequena luz ali como um ponto, e era onde ele dormia pacificamente.

Havia até simpatizado com o rato nos últimos dias, e ontem nem havia se importado em ter acordado e o bichinho estar no fim de sua cama.

De qualquer forma o que importava mais ali era o amontoado em volta de cobertores e cabelo bagunçado no travesseiro no colchão da cama.

Any ressonava baixinho e pesado, num sono
cansado.

Ele se inclinou sobre ela, passou a mão por seu cabelo, tirando uma mecha de seus olhos, e quando a garota se moveu por reflexo, ele levou a mão para cobrir seus lábios, sufocando seu grito que formaria antes mesmo de abrir os olhos.

- Calma, sou eu - ele sussurrou, se sentando ao seu lado.

Any respirou com dificuldade, o coração batendo rápido com o susto, se sentando na cama.

- Decidiu que vai me matar de susto e não com um tiro? - ela resmungou.

Josh revirou os olhos para o exagero dela, mas acabou sorrindo quando acendeu a luz do abajur e deu de cara como biquinho de seus lábios. Ele queria beija-la. Não havia feito aquilo o dia inteiro, e não importava que tivessem passado a noite toda se agarrando, já sentia falta.

Puta merda, no que ele havia se tornado?

Só com a sombra de seu nome ele causava medo pelo país, apenas sua voz numa ligação deixava até os homens mais poderosos intimidados, estremecendo com apenas uma palavra sua, mas um biquinho de Any com a cara amassada de sono Ihe desconfigurava.

O celular em seu bolso vibrou novamente e acendeu, piscando em vermelho, chamando sua atenção e o fazendo voltar a se concentrar no que estava fazendo ali.

- Por que me acordou? - Any resmungou baixinho, coçando os olhos.

- Eu disse que precisava sair com a heyoon - ele comentou, mas sua atenção estava no aparelho
em sua mão.

- Não ligo - Any rebateu, se jogando de volta na
cama.

Josh bufou. Ele entendia, sério, entendia que ela estava com raiva e tinha todos os motivos, que estava magoada, e que tudo era culpa dele, e mais do que isso ele também entendia que Any só tinha dezenove anos. Mas ainda, que caralho de pirralha mimada que ele tinha!