Capítulo 11

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Gustavo narrando

Sai da casa da Ana transtornado, meu coração parecia que ia rasgar, a dor era tanta que parecia ser física. Eu não acreditava nas palavras que haviam saído da boca dela, de todas as pessoas que poderiam me magoar dessa forma, ela era a última que eu esperava algo assim. Eu sempre estive ao lado dela, desde quando ela menstruou a primeira vez, até o primeiro coração partido. Ela preferiu se afastar de mim, me jogando pra escanteio por conta de um cara que ela conhece há menos de 1 ano, será que ela não percebia que desde que ele chegou na vida dela, ele tenta podar nossa amizade? A Ana sempre foi ingênua, mas eu nunca imaginei que chegaria a esse ponto. Maldita hora que eu convenci ela de ir naquela balada onde ela conheceu aquele maldito. Como ela não percebe que ele não é homem pra ela? A minha vontade era de socar a cara dele, mas se eu fizesse, magoaria a Ana e mesmo ela proferindo todas aquelas palavras e quebrado meu coração, eu preferi me conter em respeito a ela.

Fui de Londrina a São Paulo sentindo um aperto no peito que eu nunca havia sentido antes, a Ana sempre foi meu porto seguro, era pra quem eu pedia conselhos, ela que se preocupava comigo, que me dava sermão e era ela quem tinha o melhor cafuné. Perceber que eu havia perdido tudo isso de uma hora pra outra estava doendo, mas o que doía ainda mais era lembrar das palavras que ela direcionou a mim, eu não conseguia entender e nem aceitar que ela teve coragem de falar tudo aquilo e ainda mais coragem de me descartar, como se eu não fosse nada. Cheguei em casa e fui direto pro banheiro, precisava tomar um banho pra ver se eu conseguia lavar aquela dor que só aumentava, enquanto eu sentia a água do chuveiro correr pela minha pele, senti as lágrimas se misturando com elas, pela primeira vez eu chorava de decepção por uma mulher, mulher essa que tinha me prometido que nunca ficaria longe de mim. Sai do banho, deitei na minha cama e liguei pra quem eu sabia que me ouviria e iria me dar conselhos bons

Duda: Oi cabeção - atendeu já me aloprando

Gustavo: Oi chata - disse tristonho

Duda: Você foi né? Eu te disse pra não ir lá - respondeu triste igual eu - ela pediu pra você se afastar não foi? - disse baixinho

Gustavo: Como você sabe? Ela já tinha te dito? - perguntei

Duda: Aquela vez que saímos, eu, ela e a Nat, ela tinha dito que o melhor era vocês se afastarem, que essa intimidade estava prejudicando o relacionamento dela

Gustavo: Eu estava prejudicando? - falei incrédulo - Você sabe Duda mais do que ninguém que eu sempre fiz de tudo por ela e pela nossa amizade, você sabe, ela também sabe que sou capaz de cruzar o país se ela estiver precisando de mim, e ela tem coragem de falar que nossa amizade prejudica ela?

Duda: É exatamente isso Gu, você faz de tudo pela amizade - bufou me deixando sem entender - você não consegue ver o que até o Felipe viu

Gustavo: É tudo culpa desse corno, falando besteira na cabeça dela contra mim e ela ta se deixando levar, essa ingenuidade dela me estressa - falei bravo

Duda: E você vai ficar se fazendo de cego até quando ein? - suspirou

Gustavo: Do que você tá falando cabeçuda? - perguntei confuso

Duda: Nada, não to falando de nada - respirou fundo - você ama a Ana?

Gustavo: Claro que amo, todo mundo sabe, ela é minha melhor amiga

Duda: Ai ai cabeção, você não toma jeito mesmo - deu risada

Gustavo: Eu não sei o que fazer Duda, eu não quero perder a amizade dela e em contrapartida, não aceito o que ela me disse. Que não sei sobre o amor, que não me importo com ninguém, eu só curto minha vida porque estou solteiro e no momento não quero namorar, mas todas as meninas sabem minhas reais intenções, eu não minto pra nenhuma delas e a Ana sabe disso - Mas mesmo que eu sofra, dessa vez eu não vou atrás, sou sempre eu que tenho que lutar pela nossa amizade, dessa vez se ela sentir falta ou se arrepender do que me disse, ela vai precisar vir.

Conversei por mais alguns minutos com a Duda e desligamos, pedi comida mas não consegui ingerir muita coisa, a dor que eu estava sentindo pelo que tinha acontecido, havia tirado até minha fome. Decidi fazer o que eu faço de melhor e compor, a inspiração? É bem quem vocês estão pensando leitora, quem sabe um dia eu possa mostrar pra ela, mais uma das minhas inúmeras composições que eu havia escrito pensando nela. 

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Capítulo mais curtinho dessa vez, mas espero que gostem! 

Seu lindo sonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora