Capítulo 36

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Senti meu corpo estremecer a hora que nossos lábios se encontraram, nunca mulher alguma havia feito eu me sentir dessa maneira, senti Ana relaxar em meus braços enquanto minha língua invadia sua boca, fui empurrando ela pra parede enquanto aumentava a intensidade do beijo, fazendo com que ela levasse a mão em minha nuca, fazendo carinho no meu cabelo e nuca. Nunca tinha sentido aquela sensação de paz em um beijo, como ela estava fazendo eu sentir, fomos diminuindo a intensidade do beijo, até que precisamos nos afastar porque o ar havia nos faltado, terminamos o beijo e eu encostei minha testa na dela, ainda com os olhos fechados

Ana: Gu - ela falava baixinho - eu preciso ficar sozinha um pouco - quando fui responder, a vendedora bateu na porta pra ajudar ela a tirar o vestido, sai da salinha e fui esperar com a Duda

Duda: E ai? O que aconteceu? O que você disse pra ela? - perguntou curiosa

Gustavo: Nós nos beijamos e logo depois ela pediu pra eu deixar ela sozinha

Duda: Ela deve estar confusa, só isso - me disse - agora é pedir pra Deus fazer o que for melhor Gu

Um tempo depois ela saiu do provador com a vendedora, estavam conversando sobre a entrega do vestido que por ser grande e pesado, seria realizado direto no apartamento da Ana, olhei pra ela e ela tinha os olhinhos inchados e o rosto ruborizado pelas lágrimas que derramou.

Ana: Vamos? - perguntou - vocês almoçam comigo?

Duda: Claro, não vamos te deixar sozinha - respondeu, enquanto eu estava quieto, perdido em meus pensamentos, pedindo a Deus que ela não estivesse com raiva de mim. Ana entrou no carro dela e de despediu de nós dois, combinando de nos encontrar na frente do prédio dela

Gustavo: Você acha que ela vai me odiar? - perguntei a Duda, estava com uma angústia enorme no meu peito

Duda: Claro que não Gu, ela nunca te odiaria - me respondeu como se fosse óbvio - ela só deve estar pensativa sobre o Felipe, você sabe que por mais que ela não ame ele como homem, ela não deve estar se sentindo confortável pelos beijos que trocou com você

Gustavo: Eu sei, se bem conheço tá carregando a culpa de um mundo todo nas costas - disse passando a mão pelo meu rosto - ela precisa desistir disso Duda, como pode ser possível ela só pensar nos outros e nunca nela?

Duda: Ela sempre foi assim cabeção, você sabe disso - falou o óbvio - ela sempre priorizou todo mundo na vida dela, pra depois fazer as coisas por ela

Gustavo: Ela precisa é de terapia Eduarda - falei indignado - essa merda desse casamento ta tirando meu sono desde que eu soube

Duda: Você sabe que existe a possibilidade dela não desistir, não é? - perguntou baixinho

Gustavo: Sei, o pior que eu sei. E se isso acontecer, serei obrigado a conviver com o peso de não ter conseguido fazer minha melhor amiga ser feliz

Duda: Você ama ela Gu?

Gustavo: Eu amo, amo como amo você Duda, mas como mulher ainda não é amor, eu sinto algo sim, isso é inegável, eu sinto ciúmes, sinto vontade do beijo dela, sinto vontade dela, mas ainda não é amor.

Ficamos em silêncio o resto do caminho, cada um com seus pensamentos conflitantes em suas cabeças, quando chegamos na frente do prédio dela, vi que ela estava apreensiva enquanto falava no telefone

Duda: Está tudo bem Ana? - perguntou depois que desceu do carro

Ana: Está sim, mas o Felipe está me esperando lá em cima pra gente conversar, vocês se importam de esperar na sala enquanto eu falo com ele?

Duda: Não, claro que não, fica tranquila - disse deixando ela mais calma

Ana narrando

Durante todo o caminho vim pensando no beijo que Gustavo tinha me dado no provador, eu sabia que mesmo que me casasse com Felipe, eu nunca o amaria como amo o Gu. Eu tinha minha decisão tomada desde a noite anterior, porém a entrada do Gustavo no provador havia mexido com as minhas certezas, apesar de tudo, eu sabia qual era o certo a fazer, a única pessoa que poderia mudar o rumo dos acontecimentos, era a pessoa que me esperava na minha casa para conversar. Entrei no apartamento acompanhada da Duda e do Gustavo, vi o exato momento que o olhar dos dois se cruzou e antes que a confusão se formasse, chamei Felipe pro meu quarto pra conversar e deixei os dois conversando. 

Seu lindo sonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora