Ana narrando
Meu mundo parou, minha cabeça girou e meu coração parecia que ia saltar do peito da quantia que ele batia rápido. Depois de ter uma conversa difícil com o Gu e que eu nunca imaginei que teria, confesso, muitas lágrimas também, fui arrumar o quarto de hóspedes pra ele, pois era perigoso pra ele voltar pra São Paulo, eu sabia que aquele doido não tinha descansado nada antes de pegar o carro e vir pra cá, não iria me desculpar caso algo acontecesse com ele na estrada. Arrumei tudo, sentindo meus olhos inchados pós choro, era cinco da manhã ainda de um domingo, daria tempo de eu dormir mais um pouco, antes de levantar de fato e fazer alguns trabalhos da faculdade que estavam pendentes. Quando o Gu avisou que viria, tinha dado uma desculpa pro Felipe que hoje eu precisava estudar e ficar sozinha, pois senão ele iria me distrair, não queria correr o risco dele aparecer de surpresa e acabar gerando mais uma briga entre ele e o Gustavo, não depois da conversa que eu esperava depois do telefonema. Ouvi um barulho atrás de mim e me virei, vendo ele parado no batente da porta me olhando, dei um sorriso de lado e fui passar por ele para ir pro meu quarto, quando ele segurou impedindo minha passagem e me abraçando, aquele abraço que era a minha morada. Me afastei minimamente para olhar pra ele, quando o mesmo deu um beijo na minha testa e em um ato impensado dele, acredito, selou nossos lábios. Eu tinha certeza que iria cair dura no chão, quando ele segurou meu rosto e disse um boa noite, com nossas bocas ainda praticamente coladas, dei as costas pra ele e corri pro meu quarto, fechando a porta e me encostando nela, com os dedos em meus lábios. Eu sempre imaginei como seria o gosto dos lábios dele, qual seria a sensação de beijar a pessoa que eu tanto amava, dei um sorriso bobo pensando no que tinha acontecido, me sentindo culpada logo em seguida, o Felipe não merecia aquilo. Ele sempre foi um bom homem e companheiro pra mim, não merecia ser traído por quem ele amava, se eu não tivesse escrito aquilo no convite, nada disso estaria acontecendo e nem essa confusão estaria no meu peito e na minha cabeça, porque você fez isso Ana Flávia, sua burra, disse passando a mão no meu rosto. Deitei na minha cama, rolando de um lado pro outro, com tantas coisas passando na minha mente, sabia que não iria conseguir dormir ainda mais sabendo que ele estava no mesmo lugar que eu, nós nunca dormimos separados quando estávamos juntos, essa era a primeira vez e estava sendo muito estranho. Me peguei lembrando do desespero dele, tentando me convencer a tentarmos algo, a me fazer jogar tudo pro alto e desistir do casamento. Como eu queria que ele tivesse certeza do que sente por mim, desejava tanto que ele me amasse do jeito que eu o amava. Mas a cabeça do Gu funcionava diferente da minha, ele estava no auge do sucesso dele, ter qualquer mulher que ele quisesse era muito fácil e eu não tinha mais emocional pra sofrer por ele, quando ele decidisse que tinha tomado a decisão errada em tentar comigo e voltasse para suas várias mulheres. Estava perdida em pensamentos, quando escutei a porta abrir e o perfume que eu tanto conhecia invadir os meus sentidos, fechei meus olhos, fingindo que estava dormindo aguardando pra saber o que ele faria. Senti a cama mexer e ele me puxar pro peito dele
Gustavo: Eu sei que você não está dormindo - disse rindo baixinho
Ana: O que você está fazendo aqui? - perguntei rindo da cara de pau dele
Gustavo: Eu não estava conseguindo dormir, nós nunca dormimos separados quando estávamos no mesmo ambiente e pelo que eu posso ver, você estava da mesma maneira - disse me apertando
Ana: Cara de pau - disse me aconchegando melhor a ele - você não tem vergonha na sua cara Gustavo
Gustavo: Ai Ana Flávia, sabe o que você poderia fazer? - me perguntou e eu jurei que ele ia pedir um cafuné
Ana: O que, cara lisa? - respondi
Gustavo: Reclamar com Deus - disse me deixando incrédula - agora fica quietinha e dorme, porque sei que você também está cansada
Não quis discutir e fechei meus olhos, sentindo ele fazendo carinho nos meus cabelos e adormecendo logo em seguida. Acordei e ele já não estava mais na cama, mas senti um cheiro gostoso vindo da cozinha, fui ao banheiro, fiz minhas higienes e fui atrás dele. Cheguei lá, o cretino estava sem camiseta, somente com um calção baixo que mostrava o cós de elástico da cueca branca que ele usava, suspirei fazendo com que ele virasse de frente pra mim, o Gu não tinha um corpo sarado, mas até sua barriguinha me fazia ficar de pernas bambas
Gustavo: Quer um babador? - perguntou rindo e virando de costas pra mim, voltando a espremer as laranjas pro meu suco, que ele sabia que eu tomava pela manhã
Ana: Como você é idiota - disse indo pra perto dele - já te mandaram a merda hoje? - perguntei fazendo ele rir
Gustavo: Pelo visto serei agora - riu e me deu um beijo na cabeça quando parei ao lado dele
Ana: Sim, vai a merda - disse empurrando ele com meu ombro
Gustavo: Vamos comer, está tudo pronto - falou levando as últimas coisas pra mesa
Ana: Você vai ficar até que horas aqui? - perguntei me sentando
Gustavo: Que maneira delicada de me expulsar Aninha - disse irônico
Ana: Não estou te expulsando, mas preciso saber se tenho que fazer almoço pra gente - disse revirando os olhos
Gustavo: Não precisa, eu vou comer e volto pra São Paulo, tenho compromissos amanhã lá e não quero pegar a estrada tarde - me respondeu
Ana: Tudo bem então - disse me sentindo triste imediatamente
Gustavo: Não precisa ficar triste, eu sempre volto quando você precisar - disse rindo
Ana: Ai Gustavo, me poupe - disse revirando os olhos
Terminamos de tomar café, arrumamos a cozinha em meio a risadas e provocações, era tão fácil imaginar uma vida ao lado do Gu desse mesmo jeitinho. Ele tomou um banho, se arrumou, estava levando ele até a porta quando ele me puxou pra perto dele
Gustavo: Não precisa fugir, não vou fazer nada que você não queira - disse olhando em meus olhos
Ana: Não to fugindo, mas não confio em você - respondi com os olhos semicerrados - me roubar um selinho não foi suficiente?
Gustavo: Se eu te contasse o que seria suficiente pra mim, você se enfiaria em um buraco e demoraria sair - disse rindo
Ana: Para com isso Gustavo - disse tentando ficar brava - ta ficando louco?
Gustavo: Você que quer casar e eu que sou o louco? - perguntou indignado - posso te perguntar uma coisa?
Ana: Não - disse séria
Gustavo: Você sente alguma coisa pelo Felipe? - me perguntou e eu abaixei a cabeça - seja sincera, olhando nos meus olhos
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Oi leitoras, todas vivas por aqui? O que será que a Ana vai responder e o mais importante, quais serão as próximas atitudes do Gustavo? Será que esse casamento realmente sai? Tenham uma ótima leitura. Até breve.
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Seu lindo sonho
RomanceOi gente, lembrando que é uma história ficticia, não se assemelha com a verdade. Aproveitem a leitura.