NOTAS DO AUTOR
Oi oi oi!Me resolvi rapidinho. Vou aproveitar e dar para vocês dois capítulos de presente de véspera de Natal!
Teremos uma discussão neste capítulo, mas nada muito pesado
Enfim, apreciem
Axééé!
_________________________________________________Martín ficou surpreso com toda aquela cena que se desenvolvia, Ícaro olhava para Luciano como se estivesse visto algum espírito maligno que queria lhe possuir, e Luciano apenas ficava de cabeça baixa, como se fosse um criminoso terrível.
Sorrindo simpaticamente, pediu licença e se aproximou de Luciano. - Qué está pasando? Por qué ese hombre te mira como si fueras un criminal?- Questionou aflito com todo aquele clima pesado.
Franzindo o semblante ainda mais, Luciano se questionou se poderia contar o que havia ocorrido entre ele e aquele homem a Martín, mas não tinha esta coragem, então apenas negou com a cabeça com um pedido de desculpas no olhar. Enraivecido com a resposta lhe dada, Martín se afastou de Luciano, este que informou ir para o jardim e logo foi seguido por Ícaro e Martín.
O loiro viu quando os dois ficaram frente a frente, ambos estavam uma confusão de sentimentos enorme, no qual (o loiro acreditava que) nenhum deles sabia entender. - Nunca pensei que você estivesse vivo.- Ícaro foi o primeiro a dizer alguma coisa.
- Eu estou vivo só de carne, porque aqui,- Luciano apontou para o lado esquerdo do peito onde se localizava seu coração. - morreu com Daniel.- Ícaro riu em notório deboche com o comentário do outro.
- Você matou meu pai e meu irmão Luciano, o mínimo que você merece é o sofrimento eterno.- Declarou com nojo, o que fez o peito de Martín se apertar, ainda mais ao perceber que o olhar de Luciano estava vazio como dois buracos negros.
- Eu não matei Daniel, seu pai o matou...-
- MAS VOCÊ O CORROMPEU!- Ícaro interrompeu a fala do moreno com o grito que dera, tal que fez até Martín tremer de medo. - Você... É doente Luciano. Você acha normal um homem sentir prazer ao se deitar com outro homem? Você acha normal uma coisa como essa?! Você corrompeu meu irmão e trouxe a ruína de minha família! Você é uma doença, uma praga que corrói tudo a sua volta, destrói a vida de todos.- Martín acabara se lembrando de Luciano lhe contando sobre como sua mãe dizia palavras muito parecidas com aquelas que Ícaro dizia, aquilo fez com que ele desejasse se aproximar de Luciano e lhe abraçar.
- Luci...- Murmurou trêmulo e abalado demais para fazer algo além de observar por trás daquela moita.
Uma risada cortante chegou aos ouvidos deles. Era Luciano, rindo como um louco enquanto lágrimas caíam de seus olhos, ele transmitia a mais forte e pura dor que Martín já viu em sua vida, quase como se ele fosse a personificação de tal sentimento no mundo.
- Ah Ícaro! Ícaro, Ícaro, Ícaro! O que tu sabes sobre ser doente, hã? Ou quer que eu grite para TODA PARIS o que fazias a espreita da noite?- Iniciou o moreno como se aquilo fosse a coisa mais divertida do mundo. Martín ficou assustado com tais reações do moreno, era assustador o que estava se desenvolvendo entre eles, imprevisível, eles poderiam tanto sair no soco quanto cometerem um assassinato.
A expressão de surpresa feita pelo mais novo causou um riso ainda mais alto de Luciano que continuou sem se importar com as consequências que isso lhe trariam. - Achas que eu nunca havia lhe visto antes? Se masturbando enquanto assistia eu possuir o teu irmão de várias formas possíveis? Com aquele olhar invejoso, aquele desejo quase escorrendo por seus olhos, desejando que eu lhe penetrasse da mesma forma?- Ícaro deu dois passos para trás, trêmulo, aquele era um assunto que tentava a todo custo enterrar em sua vida, sentia nojo e vergonha de si mesmo por ter feito tais coisas em seu passado - Eu me lembro Ícaro, eu me lembro muito bem. Eu perdi as contas de quantas vezes eu te vi gozar junto com seu irmão, de formas diferentes, mas ainda sim paralelamente iguais.- Luciano estava conseguindo o que desejava, desestabilizar o outro, deixando-o envergonhado demais para dizer qualquer coisa a sua defesa. - Faça-me o favor e volte para a sua família de mentira, com sua esposa de mentira e seu filho de mentira. Eu tenho mais coisas a fazer além de remoer o passado.- E assim, Luciano saiu, não dando chances para que o outro lhe respondesse de alguma forma.
Martín ainda permaneceu trêmulo por um bom tempo, sem controle do próprio corpo. Quando conseguiu se recompor, voltou ao salão procurando por Luciano, mas recebeu de Francis a informação de que o outro havia subido para seus aposentos afirmando se sentir indisposto.
Martín não podia sair dali, afinal, ele era noivo de Francis de qualquer forma, tinha que manter seu papel mesmo contra sua vontade. Sorriu, brincou, jantou e permaneceu ao lado de Francis durante todo o processo, fingindo uma paixão avassaladora pelo francês, querendo que fosse Luciano em seu lugar.
Então, quando se foram, Martín se apressou para subir ao quarto de Luciano, desejando nada mais do que os braços fortes daquele homem lhe abraçando, o fazendo esquecer dos problemas, mas, quando bateu na porta, não foi atendido. Tentou uma segunda vez, mas também não houve resposta, então uma terceira. - Luciano? Está aí?- Questionou Martín colocou seu ouvido próximo a madeira na intenção de ouvir algo pela porta. Mas havia apenas um silêncio. Tentou abrir a porta novamente mas estava trancada, bateu com mais força contra a madeira começando a se sentir aflito com todo aquele silêncio ensurdecedor. - LUCIANO!- Gritou e só assim, a porta foi aberta vagarosamente, dando vista a um Luciano sério e choroso aos olhos de Martín. Trêmulo e meio desesperado, Martín acariciou as bochechas escuras, analisando-o aflitamente. - Qué passa...?- Foi o que conseguiu perguntar em meio a todo o desespero que acarretava seu peito por presenciar Luciano tão desolado quanto estava (era a primeira vez que Martín via alguém daquela forma).
O moreno apenas virou o rosto, indo de forma arrastada de volta a sua cama, se deitando ali. Martín entrou no aposento se sentando ao lado de Luciano na cama acariciando os fios morenos, rezando a todos os deuses que conhecia para fazerem Luciano desabafar consigo e deixar de carregar tal sofrimento só. - Conta-me o que houve.- Pediu ouvindo um suspiro do moreno.
- Aquele homem... O tal Ícaro...- Iniciou incerto, tinha suas dúvidas para com a reação de Martín quando descobrisse o que houve entre a família Ondenford. - Ele é o irmão mais novo de Daniel, lhe contei sobre ele brevemente ontem, se lembra?- Martín assentiu mantendo a passividade no olhar, calmo e empático. - Então... Um dia, o pai de Daniel, o dono da fazenda, acabou nos pegando em uma situação embaraçosa... Tínhamos acabado de fazer amor e... Bem, estávamos nos beijando como qualquer casal faz depois de momentos intensos de prazer. Mas, obviamente o velho enlouqueceu ao ver seu filho mais velho deitado no meio da mata, nu e beijando outro homem, e ainda por cima um escravo.- O moreno pausou para respirar, seu peito doía com as lembranças, mas decidiu continuar. - Ele disse que eu corrompi o filho dele e que iria pagar com aquilo indo para o inferno. Ele tirou uma arma da cintura, apontou para mim e disparou, mas, antes que a bala se alojasse em meu peito, ela acertou o peito de Daniel...- Com a voz trêmula, Luciano contava, segurando suas lágrimas ao se lembrar do ocorrido. - Eu só me lembro de ver o corpo dele morrendo em meus braços e de sentir uma raiva enorme, então eu apaguei. Quando voltei a mim, o pai de Daniel estava morto e o corpo dele estava cheio de balas, eu sei que eu o matei, não existia ninguém lá além de mim que poderia fazer tal, mas até hoje isso me assombra de vez em quando.- Terminou seu desabafo abraçando a cintura clarinha coberta por um tecido fino e requintado. - Você agora vai me ver como um assassino, eu entendo se isto acontecer, mas saiba que...- Fora interrompido por Martín que lhe deu um beijo calando-o para o que quer que ele fosse dizer.
- Você não é um assassino. Você... Não é...- Afirmou encarando as orbes chocolate, logo depois beijando-o novamente.
- Estou com sono... Quero dormir aqui...- Pediu o loiro de forma manhosa ouvindo a risada gostosa que Luciano soltara com seu comentário.
- Podes dormir aqui senhor. Mas tens que despertar bem cedo para ir para seu quarto. Acha que consegues?- Questionou vendo um aceno de Martín que logo se ajeitou em seus braços se preparando para entrar no mundo dos sonhos.
- Boa noite Luciano.-
- Boa noite... Martín.- Sorrindo, Martín se permitiu dormir, sonhando com um relacionamento lindo com Luciano. Afinal, ambos mereciam ser felizes, mesmo que seja apenas em sonhos.
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Liberdad, el regalo (A Liberdade é um presente - LER - )
FanficMartín estava prestes a se casar com um homem no qual sequer gostava, mas, talvez seu destino mude graças a um serviçal/poeta/bandolinista que trabalhava em sua residência. ( Capa temporária até encontrar alguma alma boa para modificá-la para mim (...