My dear, dear Lord | Holmesbury

O momento esperado

Tewkesbury engoliu em seco e se aproximou. Quando estava bem perto, eu só conseguia olhar para seus lábios. Então ele me perguntou:

– Tem certeza do que fala? Gosta mesmo de mim?

– Eu... Sim. Me desculpe por demorar tanto para dizer. Antes eu tinha dúvidas, agora tenho certeza.

Ele continuou me encarando, até que ouvimos uma voz.

– Tewksbury?

Nos afastamos rapidamente. Me virei para ver quem era e avistei uma moça jovem, loira e com um belo sorriso.

– Que coincidência nos encontrarmos aqui!

– Ah sim. Olá Olivia, quanto tempo. — Tewkesbury disse forçando um sorriso. — Bom, essa aqui é Enola, minha... Amiga. Enola, essa é Olivia, minha antiga vizinha. Ela mora na vila em que eu passei a morar enquanto você investigava o caso.

– Então essa é a famosa Enola? Sabe, quando você conseguiu resolver o caso, eu fui chamar Tewksbury para um jantar mas o encontrei arrumando a mala. Naquele momento ele me contou toda a história da perseguição, seu verdadeiro nome e quem ele é. Você é incrível no seu trabalho! Conseguiu resolver o caso sozinha e não é qualquer um que faz isso. — Ela sorriu para mim no final.

– Ah, obrigada. Tive uma ajuda no final da investigação, mas obrigada mesmo assim. Então vocês são amigos?

– É... Não é bem isso. Mas mudando de assunto, o que faz aqui na cidade? Você disse que não gosta muito de sair da vila. — Meu amigo perguntou.

– Agora eu moro aqui. — Nesse momento, o sorriso do garoto ao meu lado desapareceu. — Meu pai conseguiu comprar uma propriedade aqui e nos mudamos há uma semana. A cidade é muito bonita. Quem sabe não podemos andar pela cidade qualquer dia desses? Sabe, para você me mostrar melhor os lugares daqui.

– Estarei muito ocupado. Tenho muitas coisas para resolver, sinto muito. Você... Está perdida ou algo assim? Por que apareceu por aqui?

– Esse é o caminho da minha casa. Acho melhor eu ir logo, meu pai está me esperando. Vejo você depois. E foi um prazer lhe conhecer, Enola. — Ela sorriu e seguiu seu caminho.

Respirei fundo e olhei para Tewksbury que também me olhou.

– Bom, acho melhor irmos logo. — Falei.

Ele pigarreou e balançou a cabeça em sinal afirmativo. Seguimos em silêncio o resto do caminho. Ele me deixou em casa e se despediu, logo indo para sua residência.

Assim que entrei em minha casa, fui até meu quarto e me joguei em minha cama.

– O que aconteceu? — Perguntei para mim mesma olhando para o teto. — Será que Tewksbury me beijaria se a Olivia não tivesse aparecido? O que será que passou na cabeça dele após eu dizer tudo aquilo? Será que ele vai querer me ver em breve? Ou será que precisa de um tempo para pensar? Ah quantas perguntas...

Resolvi dormir um pouco. Toda essa situação me cansou muito. Ainda está de tarde, mas preciso relaxar um pouco.

[...]

Estava dormindo tranquilamente, quando ouvi batidas na porta. Fiz esforço para me levantar e fui até a porta. No caminho, percebi que já havia anoitecido. Quando finalmente abri a porta, vi Sherlock parado ali.

– Olá irmã.

– É bom você ter um bom motivo para atrapalhar meu momento de descanso.

– Tudo bem, vejo que o dia não está muito bom. Eu só vim lhe devolver seu casaco. Você esqueceu na minha casa hoje de manhã, e como não foi buscar resolvi que era melhor trazer. Está esfriando e você pode precisar usá-lo. — Dei um sorriso e peguei o casaco de sua mão.