Novo pretendente

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Acordo para mais um belo dia, até que ouço batidas na porta.

– Mal acordo e já vem alguém para me perturbar.

Vou até a porta e pergunto quem é, mas sem abrir a mesma.

– Olá senhorita Holmes, Mycroft me pediu para visitá-la.

Não pode ser. Esse deve ser o homem de quem meu irmão me falou ontem.

– Ahn... Espere um pouco. — Digo.

– Tudo bem.

Volto para meu quarto, troco de roupa e ajeito meus cabelos. Então desço e finalmente abro a porta. O homem é alto, possui um bigode e um cabelo bem arrumado. Ele está vestido formalmente e sorri ao me ver.

– É um prazer lhe conhecer, senhorita.

– Gostaria de poder dizer o mesmo. — Sussurrei.

– Perdão, não escutei.

– Ah, nada. O que veio fazer aqui, senhor?

– Eu poderia entrar para conversarmos?

– Eu acho melhor não, visto que podem criar suposições erradas sobre nós. Poderia me falar o que lhe trouxe aqui? Estou apressada.

– Me desculpe senhorita. Ahn, seu irmão me disse que a senhorita estava à minha procura.

– Eu? Desculpe, deve estar enganado.

– Tudo bem, a senhorita não deve ter entendido. Sabe quem sou eu?

“Não, e não gostaria de saber!” Foi o que pensei.

– Ahn... Na verdade não.

– Me chamo Alexander Davies, faço parte da Câmara dos Lordes.

Espere um pouco, ele é um Lorde? Então ele deve conhecer Tewksbury.

– Informação interessante, mas não entendi onde quer chegar com isso. Acha que me relacionaria com um homem por puro interesse em status?

– Bom, porquê não?

– Isso seria muito baixo. Não estou interessada no senhor. Obrigada pela visita, agora pode ir embora.

Ia fechar a porta, mas o homem colocou o pé na frente impedindo meu ato.

– Vou lhe dar um tempo para pensar, não precisa tomar uma decisão agora. Passar bem. — Então se virou e saiu.

Porque meu irmão me coloca em situações assim?

Preciso falar com Tewksbury logo. Decido escrever uma carta. Explico a situação e peço para ele me encontrar à noite. Mando a carta e decido passar o resto do dia analisando o caso que estou investigando.

[...]

O sol já foi embora e as estrelas brilham no céu, então ouço batidas na porta. Me levanto, abro a porta e deixo Tewksbury passar. Ele me cumprimenta com um beijo na testa e vai até a mesa, pegando uma cadeira e se sentando.

– Não acredito que Davies está atrás de você. Ele é um homem sem princípios morais e que nunca seria capaz de amar alguém verdadeiramente. Qual seu plano para afastar ele?

– Então... — Me sentei ao seu lado. — Pelo que parece, meu irmão o escolheu por ser de uma boa família. Você sabe que não estou com você por status, mas talvez se eu revelasse nosso relacionamento para Mycroft, ele entenderia que estou bem e não preciso de outro alguém, pois você já é uma boa influência e quer estar comigo.

– Hum, pode funcionar. Mas ele pode espalhar para todos. Não quero que as pessoas descubram sobre nós como se estivéssemos escondendo um crime, quero que seja algo especial, que nós mesmos anunciemos ou que deixemos tudo claro.

My dear, dear Lord | HolmesburyOnde histórias criam vida. Descubra agora