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Acordei mais um dia em minha humilde residência.

Fiz minha rotina habitual, até que alguém bate na porta. Abri e encontrei Cecily.

— Bom dia Enola. Pronta para hoje?

— Olá Cecily. – Dei espaço para ela entrar. – Gostaria de comer algo?

— Na verdade eu já tomei café da manhã, obrigada. Só vim para pormos logo o plano em prática.

— Tudo bem, então vamos começar.

Peguei um casaco e saímos da minha casa.

Cada uma seguiu seu caminho para iniciar o plano. Enquanto ela foi chamar a polícia, eu fui para a residência de Tewksbury. Fui até um lugar isolado e troquei de roupa, para parecer um trabalhador. Me posicionei no lugar de antes e esperei. De repente o homem estranho começou a conversar com a senhora novamente. Porém dessa vez ele lhe mostrou uma arma. Me assustei naquele momento. Não sabia se ele estava ameaçando a senhora ou lhe exibindo a arma.

Logo a polícia chegou, mas o homem percebeu e saiu correndo.

Eu não poderia deixar que ele fugisse novamente, por isso corri atrás dele. Corri o mais rápido que pude, apesar de todos me pedirem para parar, já que poderia ser perigoso. Não dei ouvidos e continuei correndo.

Eu um determinado momento o perdi de vista. Ele entrou no meio da floresta e eu percebi que estava perdida. Comecei a procurar um caminho mas não fazia ideia de por onde vim.

Entrei em desespero. Estava perdida no meio de uma floresta escura, sozinha. Tentei me lembrar de técnicas de sobrevivência que minha mãe já me ensinou, mas percebi que ela não me ensinou muita coisa além de como fazer uma fogueira e que eu deveria passar a noite encima de uma árvore, pois lá é mais seguro. Então, comecei a andar em círculos procurando uma saída

Depois de um tempo me cansei, sentei perto de uma árvore e fiz algo que não fazia há muito tempo: chorei. Chorei por medo de estar nessa situação, chorei de saudade da minha mãe, chorei por achar que nunca tiraria Tewksbury dessa situação, chorei de raiva porquê sempre tento parecer forte e não gosto de receber ajuda mesmo quando sei que preciso muito.

Como me coloquei nessa situação? Por que me sinto tão sozinha?

Chorei até dormir. De repente acordei com um barulho. Percebi que ainda estava no chão, então subi rapidamente na árvore. Mas então ouvi uma voz ao longe.

— Enola! Onde você está?

Alguém estava me procurando. Desci rapidamente da árvore e gritei de volta.

— Estou aqui! Siga minha voz!

Rapidamente os passos se aproximaram. Era Cecily com dois guardas atrás da mesma. Nos abraçamos assim que estávamos perto uma da outra.

— Como veio parar aqui? Achei que você desistiria de ir atrás do homem.

— Não sei, quando percebi já estava perdida. Quanto tempo passei fora?

— Quase um dia inteiro.

— Meninas, precisamos voltar. Já está escurecendo e se ficar tarde não conseguiremos ver a trilha por onde passamos. – Falou um guarda alto e forte que estava logo atrás de Cecily.

Então voltamos pela longa trilha que saía perto da residência de Tewksbury.

— Infelizmente ele fugiu. Sinto que estou decepcionando a todos, e que sou uma péssima detetive.

— Pare com isso! Você é incrível. Afinal, ser ótimo no que faz está no sangue dos Holmes. – Disse Cecily.

— Amanhã continuaremos as buscas. Ele não deve estar muito longe, pois já alertamos todos os guardas da região. Por favor, não arrisque mais sua vida por esse caso. A duquesa soube do acontecimento de hoje e pediu para que a senhorita passe o caso para seu irmão. Ela está preocupada com sua saúde. – Disse um dos guardas.

My dear, dear Lord | HolmesburyOnde histórias criam vida. Descubra agora