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Inko voltava pra casa aquele final de tarde cheia de coisas. Havia terminado suas primeiras missões como gennin com muita facilidade, e recebido seu pagamento por isso.

Depois, encontrou-se com um ninja no campo de treinamento doze como havia combinado no dia anterior e praticou junto a ele muito sparring. – Recebendo no final alguns pergaminhos de liberação de chakra para lhe ajudar.

No fim, Inko estava exausta, mas diferente do que se podia imaginar, ela sentia-se despreocupada, quase como realizada.

Pode ser estranho pensar, afinal Inko estava em uma realidade completamente diferente da sua. Uma mais perigosa e muito mais cheia de dificuldades e sequer alguém pra conversar, zero amigos.

Mas, mesmo assim a mulher se sentia muito melhor consigo mesma do que antes. Mesmo depois de passar poucas e boas junto ao seu menino aqui neste mundo, Inko apreciava as pequenas — E as grandes também. — mudanças radicais de sua vida.

Como por exemplo, ela já não se sentia vinte e quatro horas por dia aquele poço de preocupações que antes era. Claro que Inko nunca deixaria de se preocupar, meu Deus, era do seu bebê de quem estávamos comentando aqui.

Mas ainda sim, ao ver de pertinho o quanto seu filho era forte e extremamente inteligente, — Até mais que ela. — Inko sentia-se em paz e menos obsessiva com segurança que antes. — Talvez fosse o fato de que agora seu filho tivesse realmente alguma chance de se defender.

Ela também se sentia muito menos compulsiva por comida que antes, seja pela falta do que comer ou não, e definitivamente havia parado com seu vício por tecnologia. — Um grande problema que a sua geração e a Izuku enfrentavam diariamente.

Então, sim. Por mais confuso, doloroso e extremamente difícil que tenha sido toda essa estadia dela e de seu neném nesse novo tempo, ela apreciava as mudanças.

Inko teve a oportunidade de desacelerar, de viver um dia de cada vez. De aprender e criar uma vida nova pra ela e seu filho, e a esverdeada sentia que, devagarinho, aos poucos, estava construindo uma nova mulher dentro de si. Alguém mais forte, não apenas fisicamente, e mais confiante capaz de dar todo o apoio que seu filho tanto careceu em sua "outra vida".

Inko tinha uma nova oportunidade agora, de ver seu menino caminhar e crescer em uma estrada perigosa, mas construtiva, e ela se sentia ansiosa pra ver o que ele se tornaria e conquistaria ao longo do caminho.

Izuku já era uma pessoa completamente diferente do que era antes, assim como ela. E mesmo que tivesse medo e receio do que a vida ninja pudesse trazer pra eles, Inko não se arrependia de ter vindo. — Mesmo que não tivesse tido nenhuma escolha sobre isso.

Então, enquanto caminhava calmamente de volta pra casa, a mulher não sentiu medo em passar em seu trabalho no super mercado. Deixar sua carta de demissão, pegar o dinheiro que eles lhe deviam pelos dias de trabalho sem pagamento e torrá-lo lá mesmo comprando tudo o que podia de comida. — Tinha tantas sacolas em seus braços que eles estavam ainda mais doloridos que antes.

A mulher esverdeada, feliz, também não resistiu em gastar um pouco do dinheiro que conseguiu com suas missões diárias em algo pra Izuku. Seu menino estava crescendo tão rápido, e ele fez um amigo agora! Estava ansiosa para conhecê-lo.

Então, quando ela chegou em casa aquele dia, ela não deixou de sorrir ainda mais doce para seu menino que a ajudava com todas aquelas sacolas de compras e a contava freneticamente sobre seu dia.

E depois de finalmente a ajudar com as compras, e agradece-lá milhões de vezes com abraços e beijinhos pelos presentes que ganhou, — A maioria livros e cadernos e até um presente para seu novo amigo. — Inko ficou surpresa com o pedido de seu filho depois que tudo estava em seu devido lugar e ela já havia tomado banho e se arrumado para começar o jantar.

— Mamãe, me ensina a cozinhar?

Bem, como ela havia dito mais cedo, seu pequeno havia mudado e muito.

— Claro querido. - Respondeu.

E Izuku sorriu tão doce e realizado que a mulher esverdeada não resistiu em beijar sua testa com carinho.

[...]

Era um novo dia. Sexta-feira era o dia favorito de Izuku e também o dia em que iria até a casa de Naruto!

Como ele só poderia acompanhar o amigo depois que ele saísse da escola, Izuku fez o que sempre faz em seus dias normais. Despediu-se de sua mãe que iria começar a trabalhar cedo como ninja a partir de agora, tomou café com calma porque ainda estava sonolento por ainda ser muito cedo, tomou um banho rápido para despertar e após colocar uma roupa simples, foi até a biblioteca perto de casa.

Porém, hoje, algo fez Izuku caminhar ainda mais devagar do que normalmente. Ele passava por uma pequena loja de alimentos ali, de verduras, e não resistiu em se aproximar para ouvir os cochichos dos adultos quando ouviu o apelido horrível de seu amigo loiro ser pronunciado.

— Não sei porque aquele moleque demônio ainda insiste em nos incomodar. Hokage-sama deveria expulsa-lo da vila enquanto ainda pode. - Disse uma senhora, tentando falar baixo falhamente.

Izuku tentou ao máximo parecer interessado nos tomates que eram vendidos do lado de fora para ouvir o que ela dizia. – Tentando com todo o seu ser não ficar com muita raiva aparente.

— Não diga algo assim tão alto, se te ouvirem estaremos encrencadas, sabe que esse assunto é proibido. - Disse a outra, expressão raivosa.

Proibido? Falar sobre Nacchan é proibido?

— Mas é a verdade minha amiga, e até esses ninjas sabem disso. Aquele garoto é o demônio raposa encarnado, ele matou nosso Yondaime-sama e destruiu nossa vila. - Disse despejando ódio em suas falas, rancor era visível em sua afeição.

Isso é impossível! Nacchan não mataria alguém! Ele é só uma criança!

A raiva estava-o fazendo apertar os punhos ao lado do corpo.

— Sim eu sei, não se esqueça que eu também vivi tudo aquilo. - Ela suspirou pesado. — Eu viveria muito mais tranquila se não pudesse vê-lo. Queria que Yondaime-sama tivesse levado-o junto consigo.

— Todos nós viveríamos em paz se aquela raposa estivesse morta, minha amiga. - A outra assentiu, dando por encerrado o assunto.

Izuku saiu daquele lugar abalado. Estava nervoso pelo que acabou de ouvir. Então quer dizer que todos eles, todos aqueles aldeões acreditavam que Naruto, seu amigo loiro fofo, nervoso e uma bolinha de sol, era um demônio que destruiu a vila e que deveria ter sido morto por um tal de Yondaime!?

Izuku nunca esteve tão nervoso e furioso em sua vida inteira. Aquilo só podia ser um engano, uma lenda que foi distorcida a tal ponto que fizera os adultos tolos daquela vila destruírem a infância de seu amigo.

Quando Izuku finalmente colocou os pés em Konoha Toshokan, — Biblioteca da Folha da Árvore. — ele tinha um fogo nos olhos tão intenso que Yoshino até se surpreendeu. — Se sua expressão confusa revelasse alguma coisa.

E a mulher, sempre tão calma e de expressão dura, não conseguiu conter seu susto com o pedido do garoto esverdeado que tanto visitava seu trabalho.

— Yoshino-san, o que você tem sobre o incidente da raposa que aconteceu a oito anos?

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