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Bem, faziam quase três meses desde que Inko e Izuku haviam aparecido naquele novo tempo, e as coisas não estavam muito boas.

Izuku, depois de alguma pesquisa com a ajuda de sua mãe, descobriu muita coisa sobre onde realmente estavam. Como a história de Kagerō no Sato, a vila onde viviam agora. — Ela havia sido destruída em uma guerra a trinta anos atrás, e desde que foi reerguida continua em uma situação não muito boa economicamente.

Descobriu quando em que ano estavam, o que nem Izuku, e muito menos Inko, conseguiam entender. O calendário era muito parecido com o que usavam normalmente, falando sobre meses, dias e essas coisas. Mas quando se tratava dos anos, era uma verdadeira loucura ao qual eles não se deram o trabalho de pensar muito.

E descobriram também, para o grande choque de mãe e filho, que ali não existia nada relacionado à individualidades.

No começo, foi algo surreal de se pensar, de cogitar. Uma sociedade inteira sem uma peculiaridade, mesmo que mínima, era surpreendente! Izuku ficou fascinado, para não mencionar obcecado, por essa nova informação.

E foi por esse motivo que, ao se tornar tão fanático por esse mundo tanto quanto era por heróis no passado, que o menininho descobriu sobre a sociedade ninja.

Parecia coisa de histórias de livros. E a cada nova informação que a esverdeada conseguia coletar junto ao seu filho, toda a situação, já não muito boa de Izuku e Inko foi ficando cada vez mais surreal e complicada.

E aqui estavam eles. Já havia se passado dois meses e meio desde que "se mudaram" para essa nova realidade, e eles tem tentado se virar como podiam. — Afinal eles não faziam ideia de como voltar pra casa.

Os primeiros dias foram os piores, tiveram que sair por aí pedindo favores para que pudessem comer ou dormir com segurança, o que foi extremamente difícil. — Inko não os culpava, a situação deles também não era muito boa.

Mas com o passar dos dias, a esverdeada finalmente conseguiu um emprego em um super mercado local, fazendo assim com que eles finalmente pudessem comer e alugar um teto pra ficar.

Mas não pense que as coisas estavam boas como estavam, não, de jeito nenhum. Eles, muitas vezes, tiveram que dormir com fome pelo pouco salário que Inko conseguia com seu emprego que mal dava pra pagar o aluguel. — Eles mal tinham móveis ou eletrodomésticos.

Eles estavam em uma situação precária e difícil e faziam de tudo pra conseguir comer. Até mesmo Izuku tentou arranjar um lugar pra ajudar em troca de comida, mesmo sendo tão novo. Mas assim como sua mãe, que tentava arranjar um segundo emprego, não tivera sucesso.

Até que, em uma de suas conversas com Makashima-san, a única funcionária além dela naquele supermercado, Inko notou algo que havia esquecido. — Ou sequer cogitado.

— Ah bem Inko-san, você sabe. Nosso país está em uma situação ruim desde que foi reestabelecido. - A mulher castanha suspirou pesado. — Eu amo Kagerō no Sato já que foi aqui que nasci e cresci, mas se eu pudesse, tentaria a sorte em outro país. - Disse sonhadoramente, apoiando-se no caixa onde Inko se encontrava.

— Mas e quem nos garante que em outro país a situação não esteja pior Makashima-san? É realmente um jogo de sorte. - Inko balançou a cabeça com um suspiro, a outra mulher assentiu.

— Claro que sim! Mas é realmente fato que em outros países a situação se encontra melhor, muitos viajantes que passaram por aqui falaram isso.

— Bem, não adiantará muito pra mim de qualquer maneira. Tenho um filho pequeno pra cuidar e o dinheiro que Sora-san me paga nem da pra comermos direito, muito menos viajar pra outro país. - Disse visivelmente abalada.

Inko agradecia aos céus por Sora-san, sua empregadora, ser uma idosa de coração grande que lhe deixava levar pra casa as coisas que estavam perto da validade. Esse foi um dos motivos de não ter passado fome por muito tempo, mas nem sempre davam essa sorte.

— Oh bem, é realmente ruim.... - Disse com um semblante triste.

Desde que Inko começou a trabalhar ali, tornaram-se grandes colegas de trabalho. As vezes, quando Inko precisava trabalhar e Makashima não tinha nenhum turno no mercado, afinal era desempacotadora, a mulher castanha gentil cuidava do menino doce que a colega deu a luz. Makashima adorava Izuku.

— Oh, estive pensando Inko-san, Izuku-kun quer se tornar um ninja? - Questionou curiosa.

— Um ninja? ...Porque? - Perguntou confusa.

— Bem, ele sempre parece chateado por não conseguir te ajudar com as despesas da casa sempre que conversamos. Pensei que, como ele ainda é novo e o trabalho ninja é o que mais recebe, achei que ele pensaria em se formar, mas não cheguei a perguntar. - Disse pensativamente.

Inko também pensou sobre isso. Seu filho? Um ninja? A esmeraldina já sentia seu coração apertar só de pensar nisso. Era mil vezes pior que ser um Herói.

Depois de tudo o que ela e Izuku leram sobre esse mundo em que estavam, perceberam que qualquer coisa relacionada a ser ninja era arriscado demais. Era matar ou morrer lá fora, e Inko não estava preparada pra deixar seu filho fazer isso, não, ele era só uma criança.

Mas...talvez ela possa se tornar uma ninja. Ela ainda tinha sua individualidade, mesmo que de forma ainda mais fraca do que já era. Mas num mundo onde as pessoas não possuem quirk, ela teria uma vantagem lá fora mesmo que conseguisse só atrair levemente as coisas o suficiente para que abrisse uma brecha pra vencer uma luta.

Ela tinha que tentar, por Izuku. Ela faria qualquer coisa por seu menino. Eles precisavam de uma vida melhor, e se pra isso eles tivessem que ir até outro país pra Inko se tornar ninja, eles fariam.

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