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Assim que Naruto acordou aquele fim de tarde, realmente, a primeira visão que teve foi de Izuku. O amigo estava levemente de costas pra si, sentado em sua escrivaninha e aparentemente muito concentrado em algum livro.

Ele parecia bem calmo, e por um tempo, Naruto permaneceu o encarando ou repassando os últimos acontecimentos enquanto avaliava com cuidado o quarto em que estava e agarrava Takeo com carinho.

Quando Izuku lhe contou a verdade aquela manhã, a princípio, Naruto ficou desesperado. Afinal, como não? Havia uma raposa gigante selada dentro de si, a mesma que destruiu a vila no dia de seu aniversário, ele ficou apavorado!

Pensou por um momento que talvez fosse a raposa, que fosse um demônio, mas não. Ele sabe que não. Ele é um humano, um garoto, uma criança assim como Izuku-chan e os outros da academia.

E então, quando acordou e se permitiu refletir sobre tudo o que ouviu e aconteceu, ele não sabia o que dizer ou como reagir.

Inko-san foi incrível hoje. Ela acolheu-o e o abraçou sem medo, ela disse coisas legais e promessas que o loiro ansiava com todo o seu coração para que fosse verdade. Ele nem sabia como agradecer a ela ou a Izuku-kun.

E agora, desde que lhe contaram a verdade, desde que juntou as coisas em sua cabeça como um grande quebra cabeça, ele se esbarrou em ainda mais peças que o diferenciava, coisas que sempre estiveram lá, mas ele nunca tinha entendido até agora.

Flashes de emoções que não são dele estão no fundo de sua mente. Uma inquietação que ele não consegue explicar e que já o colocou em muitos apuros na academia, o que parece como caldas agitando-se inquietadas nas bordas de sua consciência sempre que os aldeões ou ninjas gritam, o perseguem ou ficam excessivamente violentos.

Todas essas coisas são estranhas e novas, mas não ao mesmo tempo. Agora que ele sabe da presença do nove caldas, é como se um lado completamente novo de sua consciência, de sua vida, tivesse sido aberto pra ele.

Sabendo que há outro ser vivo selado dentro dele, que está lá praticamente desde seu nascimento, — e tecnicamente antes disso. — ele achava realmente reconfortante. Isso significa que ele nunca esteve realmente sozinho durante sua vida, como sempre achou.

Ele quase gostaria de ter entendido antes. Se tivesse, talvez algumas coisas pudessem ter sido diferentes, mas fácies, melhores mais cedo pra ele e pra raposa. Mas claro, considerando todas as piores maneiras que ele poderia ter descoberto isso, especialmente se isso significasse não ter Izu-chan e Inko-san consigo como tem agora...é, talvez fosse melhor assim.

— Naru-chan, você acordou. - Disse seu melhor amigo, agora encarando-o.

— Sim...bom dia. - O esverdeado riu baixinho.

— Bom dia! - Exclamou, logo levantando-se e sentando em sua cama.

— Naruto-kun...d-desculpa por contar pra você aquilo assim, tão de repente. - Falou, sua voz demonstrava o quão nervoso ele estava.

— E-eu deveria ter dito de outra maneira, ou talvez não era pra eu ter dito nada e—

— Não Izuku. - Interrompeu-o, levantando e se sentando na cama também.

— Eu...tudo bem, eu fiquei com muito medo e nervoso, é verdade. Mas...eu agradeço por ter me contado. - Disse ele, olhando agora para suas pernas ainda cobertas.

— Se não fosse você, sabe-se lá quando eu iria saber disso. Se é que alguém me contaria um dia. Então, eu realmente quero dizer isso, muito obrigado Izuku.

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