12. Amira

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E aí gente! Espero que vocês estejam gostando da história até aqui!! :)

   — Levanta. Vamos acabar logo com isso.

   A mão de Cassiopeia estava chacoalhando seu ombro e havia roupas jogadas em cima dela. Conhecendo sua colega, era provável que Cassiopeia tenha as atirado para acordar ela e falhado. Ela suspirou e colocou a blusa e a saia longa, dois itens simples e desgastados. A saia ficava exatamente em seu joelho e a blusa mostrava uma pequena linha de abdômen. Deveriam caber perfeitamente em Cassie, mas Amira se sentia exposta. Ela tentou se olhar no espelho em vão: estava no meio da noite, afinal. Sem muita opção de escolha, ela se uniu a Cassie na porta do quarto.

   O corredor estava escuro, mas ela estava acostumada com andar no escuro graças a sua vida passada. Ela estava prestes a perguntar para qual lado seguir quando Cassie ergueu um pedaço de pano na frente do seu rosto, da qual Amira desviou por pouco.

   — Você quer ir lá fora, não é, Amaryllis? Essa é a minha condição. No momento que você aprender o caminho, eu perco meu valor. Eu não vou deixar isso acontecer.

   — Por favor, eu não sei o caminho para a sala de jantar sem ajuda, você acha mesmo que eu vou decorar para onde você vai me levar?

   Cassiopeia não se moveu.

   — Você é muito boa com fingimento. Não vou deixar minha única vantagem se perder tomando sua palavra como verdade.

   Se aquela era a condição de sua liberdade, que seja. Amira se virou e deixou a garota vendá-la.

   As duas desceram e subiram diversas escadas, com Amira sendo rodopiada todas as vezes que elas passavam por uma bifurcação. O caminho nem deveria ser assim, Cassiopeia deveria estar deixando-o mais complicado de propósito. Elas desceram uma última seção de escadas antes de Amira ser desvendada.

   O lugar inteiro era feito de pedra: chão, paredes, teto, apesar de o teto ter vários furos que permitiam ver um segundo andar. Ela olhou para frente de novo e viu sua colega mandando-a se apressar.

   Elas chegaram em um corredor que parecia ser sem saída, atrás ela notar que estavam de frente a uma porta, com uma enorme tranca de madeira, que Cassiopeia levantou com uma dificuldade imensa—o que não a impediu de recusar ajuda— fazendo Amira poder ver um pouco do mundo a fora, antes que a porta fosse fechada abruptamente e Cassiopeia começasse a sussurrar números.

   — O que está acontece...

   Cassiopeia a silenciou com uma mão.

    —Guardas— ela disse entre os números murmurados.
    Depois de um tempo, Cassiopeia sussurrou: agora e as duas saíram correndo pela porta.

    Cassiopeia passou Amira com facilidade, o que feriu um pouco do seu ego. Quando elas estavam longe o bastante, as duas estavam ofegantes e se sentaram na grama.

    Era possível ver uma cidade inteira abaixo delas, como Amira sempre imaginou: pequenos lampiões iluminando a cidade com suas ruas de concreto e pequenas casas espalhadas por todos os lados. A cidade parecia tão pequena dali, tão frágil, como se estivesse presa em uma garrafa que pudesse ser quebrada a qualquer momento, mas era apenas impressão. De perto, era um lugar cheio de vida e que abrigava as pessoas com quem ela precisava falar, os integrantes da Lança de Apollo. Ela se levantou pronta para viver sua vida livre pela primeira vez, pronta para explorar e conhecer...

    — O que você pensa que está fazendo?

   Amira deu de ombros.

    — Indo para a cidade.

Sangue e SeivaOnde histórias criam vida. Descubra agora