Não pude deixar de pensar no que Jude havia falado pra mim no bar. Até mesmo quando fomos pro aeroporto, depois de uma noite de conversas boas e bebidas, isso martelava na minha cabeça.
Será que meu pai havia fingido desistir de tudo só pra que eu saísse um pouco do caminho dele? Ele seria completamente capaz de fazer isso, principalmente depois de hoje.
Durante a noite não troquei mais nenhuma palavra com Hamilton, fiquei com raiva. E Susan também não me ajudou com a paranoia quando a contei no hotel, na verdade a única coisa que ela falou foi: "Ele não está errado por esse ponto."
Por isso, estava esperando o momento que eles chegariam no portão pra esperar o voo de volta. Com certeza perguntaria a ele o que tem acontecido.
Susan havia pegado alguns snacks pra gente e eu comia um chocolate da Milka que era meu favorito entre os de aeroporto. Mamãe havia mandado mensagem e eu apenas respondi que estava tudo certo e que estaríamos em casa rapidamente.
Minha mãe também não era a melhor, mas ainda tentava auxiliar a gente de forma não tão autoritária e grotesca. Ainda sim, nunca repreendeu meu pai por toda a maldade que ele fez, talvez ela também tivesse medo. Mas ela nunca achou que merecia mais que aquilo, então acho que se fez valer.
Infelizmente os traumas não foram aliviados por isso.
— Ah, eles chegaram. - Susan diz me fazendo sair do transe.
Meu irmão, Tate e Jude vieram em nossa direção. Me facilitando o trabalho. Henry estava com a cara péssima, depois de ter bebido algumas essa noite (é, ele não é muito forte pra bebidas).
— Quero falar com você. - olho pra Hamilton. - Vem comigo.
— O que eu fiz dessa vez? - ele pergunta quando estamos longe o suficiente.
— O que você sabe sobre a negociação do casamento? - pergunto.
— Que já está acordado. - ele fala. - Nossos pais já estão com tudo resolvido, até onde pude saber. E sei que pretendem começar as negociações da empresa o mais rápido possível também, até antes do casamento.
— Mas nós ainda não assinamos nada, então não tem como eles firmarem isso. - eu falo.
— Eles já envolveram as empresas, é certo que não vão abrir mão disso. - ele diz como se fosse óbvio. - O meu pai nunca arriscaria a empresa se não fosse dar em nada, as lojas são nossa maior fonte de renda.
— Eu não ligo pra isso, eu nem sei com o que vocês me metem. Eu só não quero, de nenhuma forma, fazer isso.
— Ok, Ava. Acho que faltou comunicação entre nós dois, me permita te explicar. - ele disse calmo e cauteloso. - Você acha que eu quero fazer isso? Casar com uma menina que eu nem conheço, submeter minha felicidade pra fazer a empresa que eu nem vou herdar crescer? É claro que não, essa é a última coisa que eu quero.
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uma chance | jude bellingham
Teen FictionAva Gilbert é uma mulher de personalidade e até certo ponto, isso pode ser bom. Depois de tanto enfrentar seus pais querendo comandar sua vida e evitar ser um molde da comunidade rica e tradicional a qual ela tinha crescido, Ava não consegue escapa...