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  Recebi uma mensagem de Ava

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  Recebi uma mensagem de Ava.
  Não exatamente dela. A mensagem foi enviada por Henry a pedido dela. Deveríamos
nos encontrar em quinze minutos na pequena cafeteria do centro da cidade. Perguntei qual, afinal tínhamos várias opções e ela disse que a Gold seria a melhor pra ocasião.

  Não sei qual é a ocasião, mas a Gold é a uma das melhores cafeterias da cidade e uma das mais caras. Então imagino ser algo importante.

  Quando chego, percebo que ela já está sentada no local mais afastado. Essa menina as vezes me dá um pouco de medo, não saber entender pode significar que ela quer me matar.

— Bom dia. - eu falo. - O que nos trás aqui as 9h da manhã de um sábado?

— Tenho até hoje a noite pra falar para o meu pai a decoração do casamento. - ela diz. - Mesmo não sendo algo que a gente quer, acho que não precisa ser completamente fora do que a gente gostaria.

— Ah, sim. Você já tem algo em mente?

— Tenho. Eu trouxe meu ipad. - ela mostra. - Mas antes, vou pedir um cappuccino com um sanduíche pra gente, pode ser?

— Pode.

  E assim ela fala com a atendente. A pergunto porque adiou tanto pra ver isso e ela responde apenas que estava treinando muito nos últimos dias pois o jogo do seu time de handball que as levaria para as semi finais já é domingo, o que me deixa surpreso.

  Isso me faz lembrar como vai ser uma completa bagunça na minha vida. Teremos as finais do time quase que no mesmo dia do casamento, e ainda há chances das finais do time de Ava serem na mesma semana. Como eu faria pra me desdobrar em 3 eventos?

  Eu expus isso a ela.

— Eu não tinha pensado nisso, mas com certeza vai me dar dor de cabeça, eu não posso deixar as coisas do casamento me distrair pra final. - ela diz. - E bem, você não precisa ir na minha final. Eu nem sei se vamos chegar até lá.

— Vocês com certeza vão chegar às finais, eu não tenho dúvidas. - digo.

— Obrigada. De qualquer forma, sua rotina vai estar intensa também, provavelmente vai querer descansar, não há necessidade de se deslocar para ver esse jogo.

— Até lá você vai ser minha noiva, acho que seria meu papel te acompanhar. - eu respondo e ela me olha profundamente. - Não gosto muito quando você me olha assim, linda. Parece que quer me matar.

— É isso mesmo que vou fazer se não começar a me chamar de Ava e sim de "Linda". - ela diz e eu acabo soltando uma risada. - Não tem graça, eu odeio esses apelidos amorosos.

— Eu faço pra tentar te irritar, fica calminha aí. No altar vou te chamar de amor na frente de todo mundo.

— Juro por tudo que é mais sagrado que eu te dou um tapa na cara na mesma hora e todos vão se alarmar. - ela diz. - Não ouse. Agora olha a decoração que eu pensei.

  Ela passou uma hora me mostrando tudo, não parecia muito empolgada e sim, pressionada. Eu entendia sua frustração, sentia a mesma coisa.

  As coisas em casa também não estavam tão bem quanto mamãe gostaria. Cada dia mais percebo quero distância de meu pai - e me arrependo de não ter alimentado isso antes - e já até estava procurando apartamentos pela região, me mudaria assim que possível com todo o dinheiro que estou economizando há um tempo dos estágios que fiz durante a faculdade.

  Ontem, antes do treino, foi uma das piores brigas que tivemos. Ele tinha tanta certeza que sabia o que era melhor pra mim que não pude deixar de jogar na cara dele o que realmente acontece:

- Você sempre acha que sabe mais que todo mundo, né? Achou que sabia o que era melhor pra Lianna, olha o que aconteceu, não consigo nem olhar pra minha irmã sem ver a tristeza no rosto dela.

- Não fale comigo como se não soubesse da verdade. Sua irmã também é importante pra mim, eu fiz o que deveria ser feito. Por ela.

– Se você se importasse com ela, saberia respeitar que ela não queria esse casamento. Na verdade, ela não queria se casar com nenhum homem.

Ele teria falado mais se eu não tivesse saído pra jogar. O treinador percebeu meu terrível temperamento e pediu para que eu descansasse alguns minutos no banco. Tate e Henry tentaram se aproximar, mas eu apenas disse que estava tudo bem, só tinha tido um pequeno estresse no caminho.

— Tá prestando atenção? - Ava me tira do transe.

— Tô, mas eu sinceramente preferi a segunda opção. - eu falo.

— Certo então, decidido. - ela diz fechando o ipad. - Hm, eu vou fazer a prova do vestido semana que vem.

— Ah, que interessante. Já tem algo em mente?

— Sim, não muito tradicional, mas tenho. Quer ir comigo?

— Não, Ava. Eu sou o noivo, não posso ver seu vestido antes da hora. Chame a sua mãe.

— Achei que você seria a pessoa mais apropriada pra isso. - ela da de ombros. - Mas posso ver com a Susan se ela me acompanharia.

— Eu não me importaria de ir, mas se nossas mães descobrem, você teria que trocar o vestido escolhido. - explico. - Não posso ver até a sua entrada na igreja.

— Tudo bem, se Susan não conseguir, acredito que a opinião da atendente será suficiente.

— Minha irmã não se importaria nem um pouco de ir com você, ela não costuma ter muito o que fazer. - sugiro.

— Se ela não se importar, eu ia gostar. Ainda não conversei muito sobre isso com a Su.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Faça a segunda agora.

— Como isso vai funcionar? A gente tá proibido a partir de hoje de beijar outras pessoas? - pergunto pensando na festa que vou.

— Pelo menos até o casamento acho melhor não fazermos isso. - ela responde. - Mas como eu sei que você vai na festa do time hoje, vamos fazer valer a partir de amanhã.

— Quer uma carona pra casa? - pergunto.

— Pode me deixar em um local no caminho?

— Sim. Sem problemas.

O local era um prédio pequeno, com alguns apartamentos. Não perguntei o que era, quem ela iria visitar e nem o que iria fazer, apesar de ter tido vontade. Apenas fui embora quando a vi entrando pelo portão.

A folga de treino hoje era gratificante, pedi para um massagista da região ir lá em casa antes da festa e então, a noite meus músculos estariam soltinhos pra dançar, beijar e fazer seja lá o que for preciso.

uma chance | jude bellinghamOnde histórias criam vida. Descubra agora