Capítulo 20 👽 - Alteza

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Rael.

A cara dela segurando a raiva era bem visível.
– Eu entendi, Rael.– Diz, engolindo seco.
– É "alteza", é assim que deve se dirigir a mim e a minha princesa, afinal, estamos no meu reino, não no seu.– Afirmo.
– Sim, "alteza".– Afirma.
Posso ver a raiva queimando em seus olhos.
– Ótimo, agora vou ver a minha esposa.– Concluo, voltando a correr na direção das masmorras.
Parando para pensar enquanto corro, a única que deve saber a verdade é a minha mãe, ela deve ter falado com Ely se a conheço bem e se Ely não sabia sobre o casamento falso é claro que deu a entender que não existe um casamento, minha sabia a verdade mas eu sei que ela me ajudaria nisso, pelo menos ela, eu sei que era boa no meio daquelas víboras, depois explicaria tudo a ela.

(...)
Ely.

– Acorda, humana! – O carcereiro bate nas grades da minha cela, eu me levanto do chão duro e gelado.
– O quê? – Pergunto.
– Peço perdão por minhas atitudes anteriores, "alteza".– Afirma, fazendo referência.
– Como? – Indago, que raios estava acontecendo.
– Seu marido, digo, o príncipe Rael retornou ao reino e já explicou a sua atual situação ao povo.– Explica.
"Marido?" "Alteza"?
– ONDE ELA ESTÁ? – Um grito faz o carcereiro dar um pulo.
Aquela voz.
– Aqui, alteza.– O homem responde, estava nervoso.
E é ai que meus olhos cruzam com os dele.
– Rael.– Sussurro.
Ele veio até aqui me ajudar? Desistiu da fuga...por mim?
– Ely! – Afirma, vindo na direção das grades.
– Abra a cela, agora! – Diz ao carcereiro.– Solte a princesa Ely, é uma ordem.– Rael diz autoritário, nunca tinha visto a versão príncipe dele até aquele momento.
Assim que a cela é aberta, Rael não me dá nem tempo de sair, ele a invade e pela mão me puxa para os seus braços.
– Me perdoe, por favor, me perdoe.– Pede.– É tudo minha culpa.– Afirma, sinto verdade em sua voz.
– Te perdoar? Não foi você quem me sequestrou.– Afirmo.
– Se eu não tivesse caído no seu telhado.– Sussurra.
– Ei, olha para mim.– Afasto nossos corpos um pouco.– Nada foi feito de propósito e foi bom te conhecer, pelo menos eu sei que agora eu tenho alguém para contar, não estou mais sozinha no mundo, não importa qual planeta seja. – Digo.
Quando Rael pensa em abrir a boca para dizer algo, nossos olhares vão em direção ao carcereiro que olhava tudo, quieto, de um canto.
– Saia.– Rael diz.
– Mas senhor, não prefere conversar com ela fora das masmorras? Creio que ela está louca para sair daqui.– Ele diz.
– Saia, carcereiro.– Rael repete e o homem contrariado o faz.
– Temos que conversar antes de sair daqui, tenho que te preparar.– Ele diz.– Me ouça calmamente, a única maneira de fazer com que você fique viva nesse planeta até que eu consiga te mandar de volta a Terra, a única maneira foi dizer que nós estamos casados.– Afirma.
– O quê? – Questiono.
– Pensa comigo Ely, sendo minha esposa, você é princesa em Urk, meu pai não poderá te matar, eu não me casarei com Ametista porque já estou casado e ganhamos tempo para dar o fora daqui, entende? – Pergunta.
Eu não queria fingir que estava com ele, queria que fosse real.
– Eles não vão descobrir? – Questiono.
– Meu pai vão tentar o divórcio mas isso leva tempo, quando descobrirem já estaremos longe.– Afirma.– Eu disse que nossas alianças são os colares mas vou comprar alianças assim que sair daqui, temos que parecer convincentes.– Me explica.
– Eu..eu não quero fingir.– Admito.
– Eu também não mas preciso te manter viva.– Afirma, colocando alguns fios do meu cabelo bagunçado atrás da minha orelha..

Andrômeda || Luan Santana Onde histórias criam vida. Descubra agora